A grife francesa Lacoste não está poupando meios para dobrar suas atividades no Brasil até 2012. A empresa pretende crescer entre 30% e 35% neste ano, uma das mais altas perspectivas de expansão da grife no mundo. "O Brasil é uma prioridade para nós", disse ao Valor Michel Lacoste, presidente da companhia e filho do premiado tenista René Lacoste, que criou, no fim dos anos 20, a famosa polo para seu uso pessoal nas quadras. "O país está crescendo de maneira importante e conduzindo bem seu desenvolvimento. Por isso temos tantos consumidores no Brasil", diz ele. Em 2009, a receita da marca no Brasil atingiu R$ 100 milhões, com aumento de 60%.
A performance invejável, deve ser, no entanto, relativizada, já que as vendas da Lacoste no país estavam um pouco paradas antes de 2008, data em que a Devanlay Ventures do Brasil passou a administrar a marca. Mesmo assim, são poucos os mercados no mundo que vêm registrando crescimento na casa dos dois dígitos, façanha que o Brasil vem repetindo neste ano, com alta nas vendas da ordem de 30% a 35% até o momento. Em 2009, a Lacoste faturou € 1,4 bilhão, uma queda de 6,6% em relação ao ano anterior. A China é outro país que, ao lado do Brasil, se tornou a grande prioridade para a marca. Este ano, a Lacoste deve abrir 80 lojas no país asiático.
Os projetos para o Brasil também são ambiciosos. A marca prevê dobrar o número de pontos de-venda, atualmente de 416 (a maioria é de lojas multimarcas) para 800 a mil até 2012, disse José Luis Duran, presidente da Devanlay, licenciada mundial da Lacoste para produção e distribuição de roupas. O número de peças de roupas vendidas hoje no Brasil, 1 milhão, também deve dobrar em três anos, afirma Duran, ex-presidente mundial do Carrefour e que assumiu o comando da Devanlay há pouco menos de um ano. A expansão no Brasil vai ocorrer sobretudo por meio de lojas multimarcas que vendem artigos premium, diz Duran. A Lacoste possui hoje 63 lojas no país, sendo 2 próprias. A previsão é chegar a 120 butiques, quase todas franquias, até 2012. Por esse motivo, os investimentos em ativos não são muito significativos, da ordem de R$ 10 milhões por ano, diz Duran. A terceira loja própria deve ser aberta no Rio também até 2012. "Mantemos uma proporção de 12% a 15% de lojas em relação ao total de pontos de venda. Ter um percentual significativo de butiques é um elemento chave para construir a imagem da marca no País", afirma Duran.
O executivo espanhol está realizando uma série de iniciativas, em nível internacional, para rejuvenescer a marca, melhorar sua imagem e ampliar a clientela. Coleções de vestidos, camisas com colarinho em tecido (sociais) e jeans, por exemplo, passarão a ter mais destaque nas coleções. O Brasil até poderá, no futuro, fabricar os jeans Lacoste. A Devanlay quer aumentar a coleção de roupas femininas, que hoje representam 20% de suas vendas. O objetivo é chegar a 25%. A renovação da imagem da Lacoste também passa pela modernização da decoração das lojas, evidenciando mais outros modelos de roupas. A Lacoste também continua ampliando sua oferta de produtos, que inclui bolsas, perfumes, relógios, roupas de cama e banho, produzidos por outras licenciadas.
Fonte: Valor Econômico