O faturamento do setor de franquias deverá crescer quase 15% no próximo ano, segundo estima a Associação Brasileira de Franchising (ABF). Os números de 2009 não foram fechados, mas a ABF acredita que o setor cresça 14,5% em faturamento em relação a 2008, saltando de R$ 55 bilhões a R$ 63 bilhões. O faturamento equivale a 2% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro - pequeno se comparado ao mercado americano de 20% do PIB.
Na semana passada, o presidente da entidade, Ricardo Bomeny, e o diretor de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Carlos Alberto do Santos, assinaram renovação do convênio entre as duas entidades para o próximo ano. "O setor de franquias é um dos que mais cresce no Brasil. Podemos dizer que nos três últimos anos o setor cresceu 50%", disse Bomeny. Segundo ele, economistas do banco Bradesco acreditam que o Brasil no próximo ano deverá crescer cerca de 6%. "Isso nos entusiasma a fomentar ainda mais o setor."
Para o próximo ano, é esperada a adesão de mais de 80 novas empresas, elevando o número de unidades franqueadas para algo superior a 80 mil unidades. Atualmente, operam no mercado brasileiro 1.379 redes de franquia, e 2009 deverá fechar com 1.460 redes. Já em 2010 espera-se que o número de redes aumente para aproximadamente 1.540.
Postos
As redes de franquia são responsáveis por aproximadamente 648 mil postos de trabalho diretos e 2,6 milhões de indiretos. Em 2009 foram abertos mais 45 mil novos postos de trabalho, um total de 693.000. Para 2010 a previsão é de mais 50 mil. Segundo a ABF, os segmentos que mais cresceram em 2008 foram Acessórios Pessoais e Calçados (44,8%), Serviços relacionados a Veículos (31,7%), Vestuário (27,2%) e Esporte, Saúde, Beleza e Lazer (25,8%). Apenas um segmento apresentou queda no faturamento: Limpeza e Conservação (-1,4%). O diretor executivo da entidade, Ricardo Camargo, fez um balanço das atividades da ABF no último ano e apresentou os próximos passos para 2010.
Segundo ele, além do convênio com o Sebrae, outros dois serão assinados até o fim do ano. Um deles será com a Escola Superior de Propaganda e Marketing para trabalhar a internacionalização de 65 redes de franquia no exterior. "Vamos preparar essas empresas para sair do País e abrir novos negócios no exterior", disse.
Pequenos negócios
O convênio assinado na noite da última quinta-feira (3) é o segundo firmado com a entidade. O valor é de R$ 977.627 60 e cada entidade aportará 50%. O valor é praticamente o dobro do primeiro convênio firmando em maio de 2006, com validade de dois anos.
"O setor de franquias é algo jovem no País e tem grande potencialidade de crescimento. É também uma porta de entrada para muitos candidatos a empreendedores que já têm experiência em algumas áreas, mas não têm experiência em gestão. A franquia permite ao franqueado adquirir essa experiência com o franqueador", disse do diretor do Sebrae. Ele diz que nas Feiras do Empreendedor, o Sebrae sempre é demandando sobre franquias, por isso o convênio reforça a proximidade da entidade com os empreendedores.
Para a Wang Hsiu Ching, gerente de Acesso a Mercado do Sebrae Nacional, o novo convênio mostra a capacidade de a ABF construir parcerias. "Hoje a contrapartida do Sebrae é menor do que a do convênio anterior. Estaremos envolvidos na capacitação e na prospecção de novos mercados para franqueados e franqueadores."
Vestuário
Um segmento que demonstra força no crescimento este ano, no franchising, é o vestuário e acessórios. Tradicional marca de vestuário dos anos 90, a grife Pakalolo, por exemplo, volta com tudo ao mercado, ao abrir a primeira loja no Morumbi Shopping da Capital. A festa de inauguração contou também com a presença de toda a diretoria executiva da Marisol, detentora da marca, e convidados que conheceram em primeira mão a loja Pakalolo e a coleção verão 2010. Com novo conceito, a marca volta ao mercado como uma opção de franquia. Esta semana outras duas lojas serão inauguradas em Florianópolis e São Paulo. Em 2010, a Pakalolo tem como meta chegar a 20 lojas em todo o País.
Pesquisa
Entre os empreendedores, o Sebrae destaca que quase metade (43%) das micro e pequenas empresas (MPE) paulistas venderam para médias e grandes empresas em 2009. As últimas são 21% do faturamento das MPE em 2009. Já no sentido inverso, 73% das MPE paulistas compraram de grandes empresas em 2009. Essas são as principais conclusões da pesquisa "A Relação das MPEs com as Médias e Grandes Empresas", do Sebrae/SP, entre setembro e outubro deste ano, feita com amostra de 300 MPE.
Fonte: DCI