São Paulo, 12 de Janeiro de 2007 - Companhia avalia as opções para voltar ao mercado argentino com lojas exclusivas. A Hering projeta alta de 17% para suas exportações neste ano, com vendas equivalentes a US$ 35 milhões. Apesar do câmbio desfavorável, o diretor responsável pela área internacional da companhia, Ulrich Kuhn, disse que a empresa catarinense tem conseguido negociar com os clientes para os quais fabrica marcas próprias a recolocação da produção em nichos de maior valor. Kuhn afirmou que o crescimento virá, em boa parte, devido aos projetos de expansão desses clientes, cujos nomes prefere não revelar.
Mas a companhia também vai avançar na venda de produtos com as marcas Hering e a infanto-juvenil PUC no exterior. A expectativa é que essas marcas representem este ano 25% das exportações ante 22% de 2006. A empresa fechou 2006 com 21 franquias no exterior e espera para 28 este ano. Além disso, ampliará o número de lojas monomarcas que não seguem o padrão das franquias, mas vendem exclusivamente produtos da etiqueta. Neste caso, eram 17 em 2006 e as parcerias em andamento são para chegar a 21. A PUC tem lojas próprias na Arábia Saudita e no Líbano. Entre os novos mercados para a monomarca da Hering está Israel. O Egito também é uma possibilidade que deve ser efetivada até o final de 2007, acredita Kuhn Nos últimos cinco anos a participação das marcas Hering nas vendas externas oscilou entre 17 e 20%. Para Kuhn, não há outro caminho para conseguir melhores margens e estar menos exposto à forte concorrência internacional senão o das lojas exclusivas.
Nos anos áureos da Argentina - em 1991 a empresa chegou a ter 61 lojas exclusivas no País vizinho -, a participação das marcas da Hering no total exportado já atingia os 25%. Com a crise Argentina, a presença foi minguando até que em 2002 não havia sequer uma operação própria da grife por lá. Kuhn disse que a companhia estuda a volta para aquele mercado onde já tem uma marca conhecida, mas os parâmetros terão de ser outros. Segundo o executivo, boa parte da produção terá de ser local já que o país está mais bem estruturado na área, e a empresa receberá royalties sobre as vendas. ""Vamos voltar, sem dúvida"". Atualmente, o Uruguai já produz localmente parte do que é vendido na rede Hering.
Além disso, a empresa também encomenda na Ásia uma parcela da produção que abastece todas as lojas, principalmente quando se trata de bermudas de tecido sintético ou jaquetas pesadas de frio, produtos em que Kuhn disse não ter como competir com as vantagens asiáticas. Há dois meses a Hering abriu a primeira loja na Guatemala será a base para a América Central, que terá efeito irradiador na região. Serão inicialmente cinco lojas lá em dois anos. A companhia já tem lojas também no Paraguai, Bolívia, Venezuela, Espanha e Suíça. Os US$ 30 milhões de exportações do ano passado mantiveram o patamar de 2005, mas este ano a empresa está fechando um projeto de investimento na valorização da marca e aumento da lojas exclusivas.
Em nove meses de 2006, a Hering obteve receita líquida de R$ 237,3 milhões, 3% maior e lucro líquido de R$ 12,1 milhões, com queda de 71%, parte disso impacto dos efeitos da dívida. A companhia definiu como estratégia manter as exportações em níveis próximos de 20% do total das vendas, inclusive pensando no longo prazo. ""A internacionalização é um caminho inexorável."" . (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 4)(Rita Karam).