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O varejo brasileiro “assiste” a um novo capítulo para a televisão

Em sua coluna mensal, Maurício Stainoff - presidente da FCDL-SP, fala sobre como o mercado de streamings impacta a venda de televisores

O varejo brasileiro “assiste” a um novo capítulo para a televisão
Flávia Denone Publicado em 22 de Setembro de 2023 às, 08h00. Atualizado em 22 de Setembro de 2023 às, 11h00.

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O conceito de como assistir televisão mudou radicalmente. No início de tudo havia uma programação específica, uma única transmissão em preto e branco; depois vieram as cores, mais tarde, o vídeo tape, programas de auditório, programação ao vivo, interações… Até chegarmos ao que temos hoje, os streamings.

Essa tecnologia “on demand” conquistou o coração do usuário e, consequentemente, sua forma de consumir televisão. De acordo com um levantamento feito pela Nielsen/Insider Intelligence, em junho de 2023, cerca 40% do tempo gasto em frente a uma TV foi diante de streamings; já o período restante fica a cargo da somatória entre TV aberta, 20,8%, e TV a cabo, 30,6%.

Ainda segundo a pesquisa, o tempo de tela dos meios tradicionais é de 2h56, contra 2h48 dos serviços digitais; o período entre os dois vem diminuindo rapidamente. Esse aspecto mostra que o telespectador transformou seu gosto e usabilidade do aparelho televisivo.

Com a transformação da TV, os preços dos aparelhos também mudaram. Ao longo dos anos, uma variação para o valor do eletrônico foi constante no Brasil. A chegada da tela plana, do plasma, LCD e LED, foram cruciais para a precificação.

Uma pesquisa feita pela consultoria de mercado GFK mostrou que no primeiro semestre de 2023, os televisores apresentaram um aumento de 5,4% em vendas, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Em números, de janeiro a junho deste ano, cerca de 5 milhões de aparelhos foram vendidos no país.

Segundo a pesquisa, um dos motivos do aumento de vendas das televisões é a redução da média de preços dos aparelhos. Conforme a análise, a redução girou em torno de 6,9%, tendo seu início logo após a Copa do Mundo, realizada em dezembro de 2022.

Essa transformação da forma de consumir TV está associada também ao tamanho dos aparelhos disponíveis no mercado. O levantamento aponta ainda que televisores de tamanhos maiores estão sendo a primeira opção do consumidor.

Com esses fatores, o mercado está relativamente otimista para o segundo semestre. Um dos pontos de aquecimento vem por conta da Black Friday, que acontece em novembro.

Todos esses fatores, streaming e televisores estão ligados diretamente com o aquecimento da economia. A queda dos juros no Brasil e o cenário de possível queda do dólar, reflete diretamente no bolso do telespectador que paga a mensalidade do serviço digital e assiste a filmes e séries em sua TV no conforto da sua sala.

 

Maurício Stainoff

*Por Maurício Stainoff — especialista em mercado de consumo e varejo e presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de São Paulo (FCDL-SP) que assina mensalmente a coluna "De olho no Varejo", com exclusividade ao Sua Franquia. v

 

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