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Bancos pretendem aumentar os investimentos no Pix em 48%

No geral, investimentos em tecnologia devem crescer 13% em 2025

Bancos pretendem aumentar os investimentos no Pix em 48%
Isis Brum Publicado em 12 de Abril de 2025 às, 09h00. Atualizado em 12 de Abril de 2025 às, 09h00.

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O 1º volume da Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária 2025, realizada pela Deloitte, organização global de serviços profissionais, aponta que os bancos aumentaram seus investimentos em tecnologia. Pix e Open Finance estão entre as operações que receberão a maior fatia dos recursos destinados à área.

O orçamento total dos bancos brasileiros destinado à tecnologia, englobando despesas e investimentos, deverá atingir, neste ano, R$ 47,8 bilhões, um aumento de 13% em relação a 2024, quando foi de R$ 42,3 bilhões.  Nos últimos cinco anos, o aumento foi de 58,4%.

Em projetos regulatórios, os bancos pretendem aumentar os investimentos no Pix em 48% e no Open Finance, em 65%.

Foco em IA

O crescimento do investimento é impulsionado por iniciativas estratégicas para viabilizar uma base tecnológica robusta, especialmente na adoção de inteligência artificial (IA), inteligência artificial generativa (GenAI) e cloud nas instituições.

Neste ano, os bancos participantes estimam aumentar seus investimentos em 61% em inteligência artificial, analytics e big data, e em 59% na migração para cloud. A integração destas tecnologias às estratégias dos bancos contribui para ganhos de eficiência, inovação contínua e melhores experiências para os clientes.

O cenário de disrupção gerado pela IA e pela GenAI também levará os bancos a fazerem aportes significativos em infraestrutura e soluções tecnológicas que melhorem a experiência de trabalho dos profissionais. A estimativa é que invistam R$ 1,4 bilhão neste ano. Também é esperado um aumento de 15% nos postos de trabalho da área de TI em 2025.

“Os robustos e contínuos investimentos dos bancos brasileiros em tecnologia mostram a importância do setor como impulsionador da inovação em nosso país. E são fundamentais para modernizar a infraestrutura das instituições, fortalecer a segurança cibernética e aumentar a eficiência operacional para que possamos oferecer serviços cada vez mais assertivos aos nossos clientes”, avalia Rodrigo Mulinari, diretor responsável pela Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária.

Menor custo, mais eficiência

De acordo com a pesquisa, as instituições apontaram a redução de custos e o ganho de eficiência operacional (ambos com 74%) como os principais benefícios decorrentes da adoção da inteligência artificial.

Além disso, a IA também se destaca no reforço à segurança de dados, a partir da identificação de potenciais riscos (63%) e no apoio à análise de dados (58%). Ainda, a tecnologia começa a ser fortemente aplicada na personalização dos serviços (47%) e na previsão de tendências e comportamentos (37%).

O levantamento mostra que mais de oito em cada dez bancos já incorporam a inteligência artificial generativa (GenAI) nas operações e reportam ganhos mensuráveis, com um aumento médio de 11,4% na eficiência dos processos pós-adoção de IA e GenAI, sendo que 38% dos bancos apontaram um aumento de eficiência acima de 20%.

“O crescente investimento e aplicação de inteligência artificial nos negócios e operações dos bancos, um dos destaques desta edição da pesquisa, revela o aumento da demanda por experiências personalizadas, tema que está revolucionando o mercado financeiro e transformando a interação entre bancos e instituições”, afirma Carolina Sansão, diretora-adjunta de Inovação, Tecnologia e Cibersegurança da Febraban.

Cloud

O movimento de migração para Cloud e sua relação com a IA revelam que a convergência entre tecnologias permite significativo avanço das empresas rumo à transformação tecnológica.

Todos os domínios de negócio avaliados na pesquisa passaram por algum estágio de migração para a nuvem no último ano, em bancos com maiores níveis de maturidade em IA, sendo 100% em Open Banking/Finance e 67% em Pix.

Cibersegurança

A cibersegurança segue como uma das principais prioridades da indústria financeira.

Segundo a pesquisa, para garantir mais proteção tanto aos processos internos quanto às soluções oferecidas aos clientes, os bancos vêm reforçando a governança do tema: quase seis em cada dez deles têm especialistas em cibersegurança nos conselhos de administração e 40% deles contam com a atuação conjunta dos times de segurança com os squads de tecnologia. Esse movimento assegura que a segurança digital esteja incorporada desde a concepção até a entrega de novos produtos e serviços.

Força de Trabalho

Os investimentos em melhoria da experiência do colaborador e o aumento do quadro de profissionais de TI reforçam o compromisso dos bancos com o fortalecimento do ecossistema, por meio de investimentos internos que viabilizam a atração de talentos especializados e a capacitação contínua. 

Com isso, ainda há uma demanda por alguns perfis profissionais, o que demonstra o comprometimento das instituições em desenvolver produtos e serviços cada vez mais tecnológicos e personalizados, a fim de oferecer aos clientes uma melhor experiência, a partir de sistemas digitalizados, seguros e construídos em uma estrutura eficiente e baseada em análise de dados.

Segundo os dados da pesquisa, em média, 11% dos profissionais dos bancos são da área de TI, sendo as equipes de desenvolvimento, analytics e BI, e infraestrutura as com maior quantidade de profissionais. Entre as profissões mais demandadas estão: desenvolvedores de software, especialistas de segurança da informação e cientistas de dados.

“À medida que tecnologias como IA e GenAI ganham espaço nas instituições financeiras, cresce também a responsabilidade de preparar os profissionais para esse novo contexto. O investimento em pessoas deixou de ser apenas uma necessidade operacional e passou a ser uma alavanca estratégica. O movimento de reskilling e upskilling é fundamental para garantir que o talento humano acompanhe a velocidade das inovações, contribuindo com visão crítica, ética e criatividade nos processos. É dessa combinação entre tecnologia e capital humano que surgirão as soluções mais transformadoras para o setor”, avalia Sergio Biagini, sócio-líder para a indústria de Financial Services da Deloitte Brasil.

Sobre a Pesquisa

A pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária chega à sua 34ª edição, apresentada em dois volumes. Este primeiro explora os investimentos e tendências em tecnologia, enquanto o segundo abordará as transações bancárias e o comportamento do consumidor e será apresentado durante o Febraban Tech 2025, no dia 11 de junho.

A coleta de dados deste volume foi realizada entre dezembro de 2024 e março de 2025, por meio de formulário eletrônico e entrevistas em profundidade com líderes de tecnologia. Vinte bancos, que correspondem a 85% dos ativos da indústria bancária no país, e 30 executivos atuantes na área de tecnologia bancária participaram deste volume.

Imagem: Canva

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