O Sistema Cantareira entrou em estado de alerta em estado de alerta nos últimos dias de julho, chegando a menos da metade de sua capacidade (39,7%), sendo o menor índice registrado no mês de julho desde 2015. Essa realidade traz à memoria dos paulistas a crise hídrica vivida no ano de 2014, quando o estado mais populoso do Brasil, viveu a redução de oferta de água, o que impactou a rotina das pessoas e, inclusive, os resultados de muitas empresas.
Porém, como diz o ditado, “enquanto uns choram, outros vendem lenços”. É desse cenário que algumas redes de limpeza a seco nasceram. O empresário Bruno Martins, fundador da Freewet, rede de limpeza automotiva 100% a seco, teve a ideia de lançar a rede de franquias ecológicas justamente pela preocupação com o meio ambiente, a crise hídrica e pela necessidade do mercado.
“Em 2011, quando iniciamos a Freewet, pouquíssimas pessoas limpavam o carro a seco, tivemos que quebrar o paradigma de que para limpar um veículo é necessário água”, conta o empresário, que juntou o know how e a vontade de ajudar o planeta, criando a primeira empresa de lavagem automobilística totalmente a seco, antecipando uma necessidade, pois em 2014 a crise hídrica atingiu São Paulo, cidade onde se localiza a sede da empresa.
Para dar início a operação como rede de franquia, a empresa de Martins testou a metodologia de limpeza a seco em 1800 veículos. “Após os testes aprovados e a unidade em atividade investimos mais 100mil reais para formatar a franquia e iniciar a franqueadora. Totalizamos um investimento inicial em 150mil reais em 2011”, conta Martins.
A Freewet conta atualmente com 170 unidades e pretendem abrir mais 80 até o final de 2018, Martins tem um plano de expansão, onde cresceram 35% em relação à 2016 e a meta é de 40% agora em dezembro. A rede possui dois modelos de negócios com investimento inicial a partir de R$ 2.500, onde o franqueado consegue levar todo o material necessário em uma mochila.
Jovens sustentáveis
Sustentabilidade é uma necessidade na era atual e que faz parte já a vida dos jovens brasileiros. Uma pesquisa promovida pela Opinion Box (Startup com foco em pesquisas de mercado) revelou que dos mais de dois mil jovens a partir dos 16 anos, que foram entrevistados, 42% afirmaram que se preocupam muito com as práticas sustentáveis de uma empresa ao comprar um produto, e 49% disseram que se preocupam pelo menos um pouco com isso.
O estudo mostrou ainda que 54% disseram que frequentemente ou sempre dão preferência à empresas ou marcas reconhecidas por cuidar do meio ambiente, e apenas 12% disseram que raramente ou nunca o fazem. Além disso, foram listados dez fatores que impedem o grupo de comprar produtos ou de contratar uma empresa. Em primeiro lugar, com 66%, os entrevistados disseram que abdicariam de empresas que tenham envolvimento com o trabalho escravo. O segundo lugar foi quase um empate. Com 66%, eles não se envolveriam com uma marca conhecida por poluir o meio ambiente (65%).
Cientes desse novo perfil de consumidores e empreendedores, o empresário Henrique Mol comprou 100% da marca Acquazero - franquia especializada em lavagem ecológica automotiva. “Hoje as pessoas compram inspiradas pelos valores, causas e visões das empresas com as quais escolhem se relacionar. Os consumidores avaliam cada vez mais em suas decisões de compras a responsabilidade do processo produtivo das empresas. Ou seja, a matéria-prima utilizada, a sua origem, impactos ambientais, econômicos e sociais”, explica Mol.
Segundo Mol, a tendência de empresas e serviços sustentáveis é uma lacuna irreversível. Aliás, ele evidência que trata-se de um fator inevitável de ser seguido pelo empreendedorismo. “O comportamento da sociedade fala por si só, e é preciso se atentar a essas situações. Eu visualizo que a sociedade é engajada principalmente pela geração millennials. Eles têm um senso crítico profundo sobre as noções de consumo, e criam laços de lealdade com empresas que vão de encontro com os ideais dele, como acontece com a Acquazero. E mais do que isso, eles cobram das empresas um posicionamento. Se adequar a essas questões é também uma forma de sobrevivência para qualquer tipo de negócio”, explica.
Hoje a Acquazero está presente nos principais estados brasileiros por meio das suas mais de 240 unidades, com investimento inicial a partir de R$10 mil. A marca promove a lavagem em veículos usando apenas 300 ml de água. E a possibilidade existe graças aos produtos de apoio que também aderem à política sustentável: todos são biodegradáveis.
Entre os clientes assíduos da marca, jovens de até 30 anos disparam na frente. Eles representam um total de 80% dos clientes, é nosso maior público. O restante são pessoas influenciadas por eles. “Esses jovens cresceram ouvindo e discutindo sobre impactos ambientais e conceitos de sustentabilidade, então é normal eles agirem assim. Volta e meia surge numa franquia filhos levando os pais para conhecer nosso método. E não são só homens não, mulheres também”, conclui Mol.