O movimento em prol de uma vida saudável não exclui ninguém — e o setor fitness começa a refletir isso em sua estrutura e cultura. Em um país onde cerca de 17,2 milhões de pessoas vivem com algum tipo de limitação funcional, segundo dados do IBGE de 2022 (Tabela 7553 - SIDRA), academias e redes de franquias de condicionamento físico intensificam esforços para tornar seus espaços mais acessíveis e acolhedores.
Rampas, elevadores, vestiários adaptados e equipes treinadas para lidar com diferentes perfis de alunos são algumas das iniciativas que vêm ganhando espaço em redes que buscam integrar, de forma efetiva, pessoas com mobilidade reduzida às atividades físicas regulares.
Na rede de franquias Gaviões Academia, por exemplo, a acessibilidade passou a ser tratada como parte central do negócio. Das 48 unidades da rede, 35 já contam com estruturas adaptadas, como acessos no térreo e elevadores — o que representa 72,9% da operação. Para a CEO da marca, Priscila Aguiar, mais do que cumprir requisitos legais, é preciso promover uma mudança cultural. “Nosso objetivo é garantir que qualquer pessoa, independentemente de sua condição física, encontre um ambiente seguro e acolhedor para treinar. A inclusão começa no projeto arquitetônico, mas se consolida no atendimento diário”, afirma.
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Inclusão como estratégia de crescimento de franquias
Estudos reforçam o potencial de crescimento desse nicho de mercado. Uma pesquisa publicada pela Revista Brasileira de Educação Especial (Scielo, 2020) identificou que apenas 15% das pessoas com deficiência física entrevistadas em São Paulo frequentavam academias regularmente. Os principais entraves apontados foram a falta de estrutura adequada, ausência de equipamentos adaptados e escassez de profissionais qualificados.
Com a ampliação do debate sobre inclusão e diversidade, o setor começa a perceber a importância — e a oportunidade — de investir em acessibilidade como estratégia de expansão. Redes que oferecem treinos adaptados, promovem capacitação contínua das equipes e mantêm um diálogo aberto com os alunos colhem resultados em engajamento e fidelização.
Para Priscila, o caminho é a escuta ativa e a evolução constante. “A inclusão não pode ser um projeto paralelo. Ela precisa estar no centro da estratégia, com investimentos contínuos em estrutura e formação humana”, conclui.
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