Elas já são a maioria da população, do eleitorado e no ensino superior. Porém, as mulheres ainda têm que conviver com inúmeras dificuldades por conta de seu gênero, como receber salários menores que os homens e ocuparem apenas 38% dos cargos de chefia. Além disso, apenas 18% das empresas brasileiras possuem mulheres como presidentes. Assim, com tantas adversidades, muitas mulheres entendem que apenas elas mesmas podem se salvar de um mundo tão hostil ao feminino; e, desta forma, decidem começar um negócio próprio. E é justamente aí que muitas optam por franquias, e, em especial, aquelas chefiadas por outras mulheres. Um caso marcante é o da Cuidare, franquia de cuidadores de pessoas, focada em idosos; que possui 70% de suas unidades comandadas por mulheres.
À frente deste pelotão de empreendedoras está Izabelly Miranda, 30 anos, que abriu a Cuidare em 2013 com o intuito de se realizar profissionalmente em sua área de formação, a enfermagem. “Depois, adquirido o know-how, resolvemos expandir o nosso sucesso por todo o país”. A partir de 2016, então, a Cuidare entrou no mercado de franquias.
Atualmente, a marca já possui 49 franquias espalhadas por 20 estados. Destas, 34 são administradas por mulheres, como Isis Cabral Fortunato, que decidiu empreender para poder trabalhar em sua própria cidade, Santos (SP), e em um sistema homeoffice. Isis acredita que ainda há um certo estranhamento no meio empresarial em relação ao empreendedorismo feminino, mas “que de uns anos pra cá estamos conquistando espaço e respeito nesse mercado, e tenho visto vários cases de sucesso de mulheres empreendedoras”, afirma Isis.
Para sempre ter um bom relacionamento com franqueadas e franqueados, Izabelly Miranda reflete sobre os próprios problemas que enfrentou quando desejou empreender: “há dificuldades para todos, homens e mulheres. Todavia, a minha dica é que desde que tenhamos amor, confiança em nosso trabalho, muita dedicação e perseverança, sem dúvida, as chances de sucesso serão grandes. Não adianta sonhar apenas, tem que colocar em prática”, enfatiza.
Além da maioria das franquias da Cuidare serem comandadas por mulheres, os prestadores de serviços, em sua grande maioria, também são do sexo feminino. Isso acontece porque as mulheres normalmente preferem ser atendidas por mulheres. Já entre os homens não existe preferência declarada. Eles não se importam muito com o sexo de quem os atende.
E se empreender faz com que as mulheres consigam uma renda que normalmente não obteriam no mundo assalariado, elas ainda se realizam na vida pessoal. Ter uma empresa espalhada por todo país é um grande orgulho para Izabelly Miranda: “Tudo o que conquistei é fruto de muito trabalho e dedicação. A cada dia, me realizo mais como pessoa, mulher, esposa, mãe e empreendedora”, afirma a empresária, que pretende inaugurar mais 50 unidades até o final de 2020.