O IBGE calcula que, até 2050, 30% dos brasileiros serão idosos. Muitos vão precisar de algum tipo de cuidado. O país vai precisar de um profissional muito importante: o cuidador de idoso.
Adriana Menezes cuida há um ano de dona Amélia, que tem vários problemas de saúde e não pode andar. A cuidadora é também assistente de enfermagem e atende na casa da paciente.
“No olhar eu já conheco o que ela está sentindo, o que ela quer. Não só eu com ela, ela comigo, no olhar a gente já se entende”, a cuidadora Adriana Menezes.
Os cuidadores também têm um papel importante em instituições públicas e privadas para idosos. Eles complementam o trabalho de médicos e enfermeiros e com frequência reforçam ou até mesmo substituem o carinho da família.
Todo dia o engenheiro Paulo Cesar visita a mãe, de 91 anos, em uma casa para idosos. Ele reconhece que Dona Valquíria recebe uma atenção especial das cuidadoras que nem ele pode dar.
“Elas são treinadas para cuidar, tratar dela e se comunicar com ela. Sabem como se comunicar de uma maneira que eu não sabia em casa. Isso é o principal”, destaca o engenheiro Paulo Cesar Lopes.
A cuidadora é mais do que uma acompanhante e pode ou não ser uma enfermeira. Ela ajuda o idoso nas atividades do dia a dia, como alimentação e banho, e aprende a identificar os desejos do paciente.
Luciene Cassiano fez um curso para desenvolver sua vocação, que é a de cuidar com amor. “Tem de ter um carinho. Se não tiver carinho, não tem como, vai fazer um curso e vai ser cuidadora de idoso. Em primeiro lugar, a gente tem de ter o carinho”, explica a cuidadora.
A profissão é reconhecida pelo Ministério do Trabalho, mas ainda não está regulamentada pelo Conselho Federal de Enfermagem. Há uma demanda para esse tipo de trabalho à medida que aumenta a população de idosos no Brasil.
Segundo as projeções do IBGE, há cerca de 20 milhões de pessoas acima do 60 anos, o que representa 10,25% da população. De acordo com o Ministério da Saúde, quase quatro milhões de idosos dependem de algum tipo de cuidado. Em 2020, o percentual passaria para 13%. Vinte anos depois, o número de idosos pode ser de quase 24% e em 2050, quase 30% da população.
Dona Leopoldina é cheia de vida aos 100 anos. Quando veio morar na sua casa, há muito tempo, não andava direito. Hoje é independente na medida do possível, com a ajuda de quem cuida dela o tempo todo.
“É uma amiga qualificada. O cuidador se torna uma filha a mais”, observa a cuidadora Sueli de Oliveira. “Todas elas são filhas”, conta Dona Leopoldina.