São Paulo, 18 de Dezembro de 2006 - A trajetória da rede Óticas Carol é inversa à grande parte das companhias de franquias, que nascem na capital e, aos poucos, chegam às cidades vizinhas. A empresa de Sorocaba, interior paulista, traçou uma estratégia de expansão que considerava principalmente a capacidade de investimento em mídia - por isso listou as regiões onde havia antena da TV Globo, onde poderiam anunciar em massa, com investimento menor do que demandaria a veiculação em São Paulo. ""Sempre acreditamos que a mídia é fundamental para tornar uma marca conhecida e, num primeiro momento, só seria viável investir em publicidade no interior, que tem preço mais baixo"", explica Paula Alves, diretora de marketing da Óticas Carol.
"Com pouco dinheiro, não adianta anunciar um pouquinho em diversos veículos."" A estratégia surtiu efeito. Aos poucos, a rede chegou a Mogi das Cruzes, partiu para Bauru e Ribeirão Preto, até completar presença em 120 cidades paulistas com 169 pontos-de-venda. ""Firmamos com franqueados por região, que tenham capacidade de abrir o número máximo de lojas que cabe àquela área"", afirma a diretora. Somente na capital o sistema será diferente e a meta inicial é para 40 lojas, sendo que 25 já estão em funcionamento - somente na semana passada, foram nove aberturas. O potencial da cidade é de 95 unidades. O fundador da rede, Odilon Santana Filho, era proprietário de uma indústria ótica e, temendo a concorrência dos produtos chineses, partiu para o varejo, abrindo duas lojas piloto em Sorocaba, em 1997.
O formato de franquia acelerou a expansão da marca, que também tem como sócios Sérgio Carnielli e Vanderlei Pereira, diretores da indústria ótica Tecnol e detentores de 50% da franqueadora. A participação dos executivos é condicionante na estratégia de atuação restrita a São Paulo e sem intenção de ultrapassar o limite do estado. ""A Óticas Carol é cliente da Tecnol mas concorrente dos demais clientes dessa indústria. Por isso não interessa aos diretores ter a rede concorrendo com sua própria carteira em outros estados"", conta. Carol não é nenhuma das filhas de Odilon Santana, nem uma parente próxima. É um nome planejado. ""Pensamos em várias nomes que têm carisma e selecionamos Carol também pela viabilidade de registrá-la sem ter um concorrente com nome semelhante"", explica Paula. ""Acho que vai ter que ser o nome da minha filha"", brinca. Uma franquia da rede exige investimento mínimo de R$ 200 mil, segundo a diretora, com uma taxa de royalties e publicidade de 8% sobre o faturamento bruto mensal. De janeiro a novembro de 2006, a rede investiu R$ 4,5 milhões em marketing.
A meta para 2007 é atingir um total de 250 lojas, com proporcional aumento da verba para mídia. kicker: A estratégia da rede de óticas foi atingir o número máximo de unidades nas cidades paulistas e investir em um só canal de mídia (Gazeta Mercantil/Caderno C - Pág. 5)(Maria Luíza Filgueiras)