O setor de serviços é a atividade mais atrasada no processo de recuperação da crise econômica mais recente. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados na última sexta-feira (16) mostram que o volume de serviços prestados no país recuou 2,7% nos 12 meses até janeiro. Por essa base de comparação, indústria cresceu 2,8% e o comércio, 2,5%.
Para Rodrigo Lobo, gerente da Pesquisa Mensal de Serviços (PMS) do IBGE, será necessária uma combinação favorável de fatores para o setor entrar em trajetória de recuperação. "Não há trajetória de recuperação clara. Ela depende da demanda das indústrias, do agronegócio, do governo, das famílias. Precisamos ver a expectativa do empresariado alinhada com o cenário de crescimento econômico, assim como o ambiente político tem que estar favorável ao investimento. Além disso, a indústria precisa de um crescimento mais favorável", diz Lobo.
Para ele, o setor de serviços é uma atividade complexa e sua recuperação depende da maior demanda de uma série de atividades da economia. Ele cita a atividade de telecomunicações, que representa 17% da PMS, segue no campo negativo. Em janeiro, a atividade recuou 0,8% frente a dezembro. "Há empresas no setor que enfrentam concorrência de aplicativos de celular. TV fechada sofre concorrência de streaming. Isso tudo leva a uma redução sistemática de telecomunicações", afirma.
De acordo com o IBGE, o setor segue 12,4% abaixo de seu pico histórico, registrado em novembro de 2013. No pior momento da crise, em março de 2017, o setor chegou a ficar 13,4% distante desse topo histórico da série. "A crise maior do setor de serviços ocorreu num momento mais recente do que outros setores, por isso talvez também a demora a mais para o setor se recuperar", acrescentou.
Fonte: Destak