Algumas redes de franquias estão inovando na busca por pontos comerciais. E os postos de combustíveis surgem como alternativa aos shoppings e centros comerciais, onde o custo do aluguel comercial tem encarecido. Pelos dados da ANP (Agência Nacional do Petróleo), há muito espaço a ser explorado: existem 65,1 mil revendas de combustíveis no país.
Segundo o diretor executivo da ABF (Associação Brasileira de Franchising), Ricardo Camargo, além do aluguel, que pode ser mais barato conforme o contrato, as unidades instaladas em postos são menores e mais compactas. Em alguns casos, a economia no investimento pode chegar a 40%.
Algumas redes já criaram versões de lojas para postos. Unidades das lavanderias Laundromat e Quality custam a partir de R$ 93,4 mil e R$ 195 mil, respectivamente. A rede de fast food Subway tem investimento a partir de R$ 290,4 mil. Já uma loja Spoleto, fast food de massas, tem custo inicial de R$ 530 mil.
O compartilhamento do espaço é benéfico para ambas as partes. Camargo diz que, para o franqueado, a vantagem é se aproveitar do fluxo de clientes gerado pelo posto de combustíveis. Já o operador do posto consegue uma renda extra com o aluguel do espaço para o franqueado.
O diretor executivo da ABF afirma ainda que a implantação de franquias dentro dos postos está acelerada. A falta de espaço para a construção de shoppings e a verticalização das grandes cidades impulsionaram o movimento. “A densidade demográfica de alguns bairros aumentou. Regiões que antes não tinham população para receber estes negócios agora têm.”
Lavanderias, cafeterias, doces e lanchonetes são os segmentos que mais combinam com as revendas de combustíveis. Farmácias e agências de viagens também apresentam oportunidades, mas são menos comuns de serem encontradas nestes estabelecimentos.
Postos de combustíveis têm público fiel
De acordo com o diretor do Sindicom (Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes), César Guimarães, as revendas de combustíveis têm um público fiel. Elas são escolhidas pela comodidade de estarem no trajeto diário para o trabalho ou de volta para a casa e as pessoas não precisam desviar a rota para abastecer seus carros.
Por conta deste perfil de público, Guimarães diz que os estabelecimentos costumam ter grande movimento na parte da manhã e à noite. Nos demais horários, a circulação de clientes cai bastante.
“Quem vai abrir um negócio em um posto tem de considerar que não vai ter movimento durante todo dia. Se fechar às 19h, como o comércio de rua, tem menos chances de capturar clientes que voltam mais tarde para casa.”
Contrato de locação
Se o operador do posto também for proprietário do terreno, o contrato de locação é mais simples e pode ser feito diretamente com ele. No entanto, se ele for um locatário, o empreendedor deve se certificar de que o operador tem permissão para sublocar o espaço. Neste caso, normalmente, o aluguel é pago ao sublocador e não ao proprietário do terreno.
Loja de conveniência atrai público maior
O diretor do Sindicom afirma que uma loja de conveniência em uma revenda de combustíveis é um grande atrativo. O local ganha um segundo gerador de tráfego, além do próprio posto. A maior circulação de clientes costuma ser benéfica para os franqueados.
“Um posto sem loja de conveniência é visitado pelo mesmo consumidor, em média, duas vezes por semana. Quando tem, a quantidade de visitas sobe para três ou quatro vezes.”
Segundo Guimarães, apenas 17% das revendas de combustíveis do Brasil possuem loja de conveniência, o que representa um grande potencial de crescimento de negócios nestes estabelecimentos. “É um número pequeno se comparado a outros mercados. Nos Estados Unidos, 94% dos postos têm lojas de conveniência”, declara.
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