A cada dia surgem novas franquias no mercado para empreendedores que buscam bons negócios para investir. E a cada dia surgem novas franquias no mercado. Em São Paulo, a novidade são as maquininhas já instaladas em estações de metrô, que oferecem livros, a preços baixos, a toda a população.
Uma idéia nova para um negócio antigo! O empresário Fábio Netto usou uma máquina de salgadinhos para vender livros! E deu certo! Virou até franquia! Para começar o negócio, o empresário precisou fazer mudanças na máquina. Foram seis meses de trabalho para que o equipamento funcionasse com os livros.
“Houve adaptação no sistema de pagamento, teve adaptação na parte física da máquina, a primeira foi um verdadeiro ‘frankenstein’ para funcionar, deu um monte de problemas no início, foi corrigindo, e hoje a gente tem índices de acertos maravilhosos”, explica o franqueador.
A operação da máquina é simples. É só colocar o dinheiro, digitar o número do livro desejado, e apertar um botão. O equipamento solta o livro, e dá o troco.
“Eu achei muito prático. Às vezes, falta tempo de ir até à livraria, aqui está na mão. É muito prático”, elogia o cliente Durval de Oliveira.
O empresário instalou a primeira máquina na estação Sé do metrô de São Paulo. O negócio fez sucesso e ele colocou mais equipamentos em outros pontos. Atualmente, já tem 21 máquinas, e decidiu abrir franquia do negócio para crescer mais.
Fábio montou um escritório para cuidar das franquias. Ele viajou para a Europa e Estados Unidos, e trouxe de lá a tecnologia de um sistema chamado telemetria.
“A telemetria é a medição do que está acontecendo na máquina. O quanto vende, o que tem de estoque, o que precisa repor, é um gerenciamento remoto dos equipamentos. Então, esse sistema funciona em uma máquina lá em Canindé do São Francisco, em Manaus, Recife ou Porto Alegre. A gente sabe o que está vendendo, o que tem de repor, e isso é em tempo real”, revela Netto.
A franquia do negócio custa R$ 26.850. O franqueado recebe o equipamento em comodato, por um contrato renovável a cada quatro anos. É preciso investir mais R$ 2 mil em estoque inicial. O franqueador dá treinamento e fornece os livros. Uma vantagem é o preço: 95% dos livros custam menos de R$ 5 para o consumidor.
“Aqui você tem a possibilidade de ter um preço mais barato. E é bem prático, útil você pegar esse material”, diz o cliente Arlindo Costa.
“A gente trabalha com volume muito grande. Às vezes uma livraria trabalha com 4ou 5 livros de compra por mês. A gente trabalha com 200, 300 ou 400 livros para testar comercialmente um mesmo livro”, afirma Netto.
Cada equipamento tem de 15 a 36 títulos. São livros sobre auto-ajuda, clássicos da literatura e internet e dicionários. O negócio exige pouco trabalho. A idéia é que o franqueado gaste de 15 a 20 minutos por dia para repor o estoque. Mas também é importante que ele desenvolva ações locais para estimular o consumo dos títulos oferecidos.
“O franqueado tem, por exemplo, que ir a uma escola convencer o professor de que é possível ter um livro de qualidade a R$ 3, um livro tão bom quanto um de R$ 19”, avalia o franqueador.
Um dos trunfos da empresa é o ponto comercial. As máquinas ficam em locais de grande movimento, onde passam em média 100 mil pessoas por dia. Uma pesquisa do empresário mostra a força dessa exposição. Quando um livro é colocado na máquina, as vendas do mesmo título nas livrarias tradicionais aumentam em média 20%.
Em média, cada máquina vende 700 livros por mês. O faturamento mensal varia de R$ 3 mil a R$ 7 mil. E o custo de manutenção do negócio é baixo. Não precisa de funcionários. Os gastos com aluguel e deslocamento do empresário ficam entre R$ 500 e R$ 700 por mês.
Uma faculdade acaba de fechar contrato para instalar uma franquia. A ideia é colocar a máquina próxima da biblioteca.
“As vantagens é que não teremos terceirização, não teremos custos de colocar nossos livros em editoras ou livrarias. Nós mesmos seremos os distribuidores. E há a facilidade dos alunos é de pagar em dinheiro e levar o livros pronta-entrega”, ressalta a bibliotecária Leila de Oliveira.
“É uma campanha de guerrilha para a pessoa ler. Acho que nesse mercado vale tudo para melhorar os padrões culturais do Brasil, que sem isso a gente não consegue fazer muita coisa. E é um negócio lucrativo. E se a gente melhora a cultura, melhora a venda e os padrões de competitividade do país”, analisa Netto.