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Em uma década, abertura de salões para pet mais que dobra no país e mercado segue em alta

Somente no 1º semestre deste ano, 5.893 negócios de higiene e embelezamento de animais domésticos começaram a funcionar, já superando o volume de 2014 inteiro

Em uma década, abertura de salões para pet mais que dobra no país e mercado segue em alta
Flávia Denone Publicado em 20 de Julho de 2024 às, 08h00. Atualizado em 20 de Julho de 2024 às, 11h00.

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A abertura de salões voltados para a higiene e embelezamento de animais domésticos cresceu 148% em uma década, passando de 4.372 novos empreendimentos em 2014 para 10.587 em 2023. E continua em alta: somente de janeiro a junho de 2024, começaram a funcionar 5.893 negócios de banho e tosa de pets, um volume que já supera o somatório de todos os 12 meses de 2014. A média de 980 aberturas por mês, neste ano, é vista como uma oportunidade neste segmento, mas também a necessidade de estar antenado com as tendências para se diferenciar.

Os microempreendedores individuais (MEI) são os grandes responsáveis por esse boom no mercado. São eles os donos de 5.402 salões abertos no primeiro semestre deste ano, representando mais de 90% dos novos negócios de higiene e embelezamento de animais domésticos. No ano passado, foram também os MEI que geraram o maior volume de abertura desses salões – em 2023, dos aproximadamente 10 mil novos empreendimentos nessa atividade, mais de 9.900 tinham um microempreendedor individual como proprietário.

"Com estreitamento dos laços entre tutores e animais, principalmente na atual década, os cuidados com os pets se tornaram cada vez mais intensos, fazendo com que os serviços e espaços dedicados a eles não apenas se multiplicassem, mas também evoluíssem, adequando-se cada vez mais às necessidades dos clientes." Flávio Barros, gestor do segmento pet do Sebrae. 

Outro fenômeno mais atual tem provocado a manutenção dessa demanda em ritmo crescente: a melhora do poder de compra do brasileiro.

Estudo recente da PwC Brasil e do Instituto Locomotiva mostrou que mais da metade dos brasileiros das classes C, D e E afirmam pretender adquirir algum produto para pet no próximo ano. O trabalho, intitulado “Mercado da maioria – Como a força da população de baixa renda está transformando o setor de varejo e consumo no Brasil”, aponta um público consumidor em potencial de 63,3 milhões de pessoas, o equivalente a 57% dos consumidores que compõem a faixa de renda ouvida pela pesquisa.

De acordo com o levantamento, nos últimos dez anos, 46% dos brasileiros das classes C, D e E consumiram mais produtos para pets. Quando se pensa na categoria para os próximos dez anos, cerca de um terço (33%) pretende consumir mais. Os canais de compra físicos são os preferidos pelos consumidores ouvidos pela pesquisa: 71% deles. Dividido entre as classes C, D e E, afirmam os responsáveis pela pesquisa que o “mercado da maioria” representa 76% da população brasileira e responde por quase metade do consumo do país.

Já os chamados petshops, mercado de vendas de produtos e alimentos para animais mais amplo em relação aos salões de higiene e embelezamento, o Sebrae constata que, neste ano, a atividade pode chegar, até o final de dezembro, com um número de novos negócios próximo ao encerramento de 2023, quando foram criados, no país, 18.883 empreendimentos dessa natureza. Somente no primeiro semestre, já se acumulam 9.276 novas lojas do segmento, superando as 8.685 abertas no mesmo período de 2019, num contexto anterior àquele da pandemia de Covid.

Participar da resposta a esse crescimento de demanda tem sido tarefa possível para o pequeno empreendedor por se tratar de um segmento de baixas barreiras para entrada no mercado. “O segmento de pet é muito procurado porque é fácil de entrar, não precisa de grandes instalações para quem comercializa alimentos, acessórios, roupas e brinquedos”, explica Flávio Barros. A perspectiva de incremento do setor até 2026 é de cerca de 87%, prevê Barros, lembrando que o Sebrae pode ajudar nos primeiros passos para a abertura do negócio. “Ou seja, há um potencial a ser explorado, mas é preciso estar atento às tendências”, afirma.

Confira as tendências do mercado pet 2024

Veja alguns destaques do boletim do Sebrae – Inteligência de mercado para os negócios voltados para pet:

Pet wellness

O Pet wellness ou pet care é uma filosofia que promove saúde e bem-estar para animais de estimação, incluindo desde cuidados veterinários a uma visão completa de saúde mental, física e emocional. Essa filosofia está por trás de vários produtos e serviços conhecidos pelos tutores como medicina veterinária preventiva, enriquecimento ambiental, serviços de saúde e estética animal.

Refeições naturais e petiscos mais saudáveis

Os tutores estão mais conscientes de que a alimentação é fundamental para prevenção de doenças, qualidade de vida e saúde dos cães e gatos. A preferência por rações produzidas com alimentos orgânicos e com poucos conservantes crescerá. Assim como a predileção por petiscos saudáveis, naturais e caseiros. A grande aposta é na alimentação natural, com refeições preparadas especialmente para os cães conforme a indicação do veterinário especializado em nutrição, com base em carnes magras, legumes, verduras, frutas e grãos.

Pet sitter e Dog walker

Pet Sitter é o profissional que cuida do pet na casa do tutor, durante sua ausência. Ele normalmente separa horários para ir até a residência e oferecer companhia, alimentação, hidratação, higiene e atividades de enriquecimento. Em alguns casos, o pet sitter pode ficar na residência o tempo todo ou o animal pode ficar na casa do profissional.

Dog Walker é um profissional que leva cachorros para passear, proporcionando exercícios físicos, socialização e momentos de descontração para o animal. Esses passeios podem ser individuais ou coletivos.

Day care e hospedagem

O day care é um serviço que inclui um local para o pet passar o dia. Geralmente ele irá socializar, comer, praticar exercícios físicos e aproveitar de enriquecimentos ambientais. A hospedagem, semelhantemente ao day care, inclui um local seguro e confortável para o animal de estimação durante a ausência do tutor. O serviço costuma ser ofertado por hotéis para animais, pet shops ou casas de família especializadas.

Clubes de assinatura

Os clubes de assinatura se destacaram nos últimos anos, com clubes de cosméticos, vinhos, etc., e é uma das apostas de crescimento no segmento pet, como clubes de petiscos e brinquedos. Os serviços de assinatura costumam ser periódicos: o tutor paga a assinatura e recebe em casa, de acordo com seus pets e preferências, sendo cômodo, e muitas vezes com um custo-benefício ótimo. Já se usam clubes de rações, em que a periodicidade é decidida pelo tutor. Há ainda clubes com petiscos, acessórios, presentes, brinquedos e mistos.

Fonte

Divulgação

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