Mais da metade das micro e pequenas empresas gaúchas (MPE) foram afetadas pelas enchentes e estão com suas operações paralisadas ou reduzidas. Um diagnóstico realizado pelo Sebrae no Rio Grande do Sul ouviu, até o momento, 10 mil empresários locais e 70% deles afirmam que as perdas financeiras podem chegar a R$ 50 mil para voltarem a funcionar minimamente. Ainda segundo o Sebrae RS, a catástrofe climática acometeu 600 mil pequenos negócios do estado – apenas na capital, Porto Alegre, foram identificados aproximadamente 46 mil MPE debaixo d’água.
O retrato da tragédia gaúcha foi feito a partir do cruzamento de informações da Junta Comercial e do mapeamento das áreas alagadas. Os dados foram apresentados durante a reunião do Conselho Deliberativo Nacional (CDN), órgão colegiado de direção superior do Sebrae. No encontro, em Brasília (DF), também foi aprovado o Plano de Ação Emergencial ao Sebrae Rio Grande do Sul, na gestão de emergências e desastres naturais, apresentado pela diretoria executiva do Sebrae Nacional.
Entre as medidas previstas está a estruturação de um portifólio de serviços do Sebrae, entre eles soluções emergenciais que serão oferecidas gratuitamente para os donos de pequenos negócios do estado. Além disso, o Sebrae fica autorizado a conceder garantia de 100% do Fundo de Aval às Micro e Pequenas Empresas (Fampe), que será automaticamente acionada nos municípios em situação de calamidade pública declarada. As empresas ficarão isentas do pagamento da comissão de concessão do aval (CCA).
O presidente do Sebrae Nacional, Décio Lima, reforçou o compromisso da instituição em unir esforços junto ao governo federal para ajudar na reconstrução do estado. “A recuperação econômica do Rio Grande do Sul passa pela reestruturação desses pequenos negócios que geram emprego e colocam a comida na mesa de milhares de famílias. Cabe a nós mobilizar todo o Sistema Sebrae em prol dos empresários gaúchos”, enfatizou.
Já a diretora de Administração e Finanças do Sebrae Nacional, Margarete Coelho, destacou que o plano divulgado hoje propõe ainda disponibilizar especialistas parceiros como consultores para que os donos de pequenos negócios consigam se reestruturar. “Vamos fazer a nossa parte, colocar a mão na massa, orientar em campo, apertando a mão de cada um dos empresários”, frisou.
Para o diretor-técnico do Sebrae Nacional, Bruno Quick, este é o momento de mostrar a coesão do Sistema Sebrae. “É nosso papel mobilizar e mostrar a nossa força. Temos iniciativas que já funcionam e podem atender a esse dono de pequeno negócio. Como é o caso da ficha técnica com orientações para recuperação de desastres, que já foi utilizada em situações em outras localidades, como Alagoas, Pernambuco, entre outros estados”, comentou.
O Plano de Ação Emergencial ao Sebrae Rio Grande do Sul foi construído por um grupo de trabalho liderado pela Direção Executiva do Sebrae Nacional. Sua aprovação teve unanimidade dos conselheiros. O presidente do CDN, José Zeferino Pedrozo, por sua vez, reforçou o apoio e a solidariedade do Conselho. “Contem com o CDN para examinar e deliberar ações que ajudem na retomada da normalidade socioeconômica do estado do Rio Grande do Sul.”
Fonte
Agência Sebrae