Começar um negócio é um grande passo para muitos brasileiros. Uns optam por investir sozinhos, outros encontram na sociedade e oportunidade de concretizar o sonho de empreender. Seja qual for o caminho, o primeiro passo é ter um planejamento eficaz para que o negócio deslanche.
Aos que optaram por montar um negócio em sociedade, o professor de Empreendedorismo e Marketing da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), Artur Motta, listou algumas dicas para mitigar conflitos com o parceiro de negócios.
Oportunidade ou necessidade?
Segundo o professor da FECAP, o quando surge uma ideia de empreender e isso acontece por meio de uma sociedade, geralmente, isso ocorre por duas situações:
1- Empreendedorismo por oportunidade
O empreendedor tem uma ideia de negócio e conhece — alguém com quem se relaciona, sendo geralmente amigo, quase nunca parente, que atua no mesmo ramo ou segmento. Os dois se juntam e montam um negócio por compartilharem da mesma ideia.
2- Empreendedorismo por necessidade
O empreendedor, que está com alta demanda de trabalho ou de entregas, busca alguém que o auxilie, geralmente uma pessoa próxima, como um amigo, cônjuge ou parente. Motta diz que, nas duas situações, a escolha do sócio por afinidade ou visões similares são possibilidades.
“O grande debate é até onde vai essa afinidade. Se você tem um sócio com afinidade de visão e objetivo, é perfeito. Mas se os dois sócios têm as mesmas habilidades e especialidades, a situação já fica mais complexa”. O especialista exemplifica: se os dois sócios gostam da parte financeira, quem vai se responsabilizar pelo marketing, comercial, e outros setores da organização?
“Para a parceria dar certo, é preciso convergir visões, objetivos e valores, e se completar em relação a competências, habilidades e conhecimentos”.
Principais erros em uma sociedade
Um dos principais erros em uma sociedade acontece quando os sócios se juntam quando está tudo bem, e esquecem de discutir o futuro. “O negócio cresce, e surgem divergências: um sócio quer sair do negócio, outro pode desistir da empresa para tocar a vida em particular. E esse cenário geralmente não é discutido no início da parceria. Na hora da venda da empresa, por exemplo, quem vai ficar com o capital intelectual, com a carteira de clientes? É preciso discutir com base no futuro”.
Outro ponto que pode gerar discordância é qual será a dedicação de cada um: total, parcial? Os parceiros também devem alinhar as questões jurídicas: aporte financeiro e ações trabalhistas e jurídicas têm influência para os dois sócios.
Diálogo é a base
“Além de colocar as coisas no papel, grande parte do sucesso de uma sociedade é baseado no alinhamento de questões. Construa o relacionamento, não abra o negócio com quem acabou de conhecer. Há casos de que os sócios conhecem a família e investigam o histórico profissional do parceiro”. E, por fim, é preciso saber a hora de encerrar a sociedade.
“A hora de parar é quando ambos começam a se desgastar, e as expectativas não estão sendo atendidas, como em um relacionamento amoroso”.
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