A maior demanda por hospedagem e o alto índice de eventos realizados na capital paulista impulsionaram o faturamento do turismo local. Em setembro, a movimentação financeira do setor foi de R$ 32,2 milhões por média diária – quase o dobro (95%) do registrado no mesmo período do ano passado (R$ 16,5 milhões). Os dados são do Índice Mensal de Atividade do Turismo (IMAT), indicador do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) em parceria com o Observatório de Turismo e Eventos, da SPTuris.
Na comparação com o mês de agosto, o crescimento do faturamento foi de 11,4%. O que explica o bom desempenho anual é o cancelamento, no início deste ano, de muitos eventos em razão da evolução da variante ômicron do coronavírus. Desta forma, uma grande parte desses eventos foram reprogramados para o segundo semestre de 2022.
Em São Paulo, os espaços para feiras, eventos e reuniões estão praticamente lotados até o fim do ano. Além disso, existe dificuldades para encontrar agenda para 2023. Cenário considerado animador, pois os eventos movimentam cadeias importantes da economia, por exemplo, setores de catering, estruturas, construção audiovisual, entre outros, que lucram com a movimentação.
Índice
O índice geral do IMAT registrou alta de 37,6% em setembro de 2022, em comparação ao mesmo período de 2021. Em relação ao mês anterior, o aumento foi de 1%. Além do faturamento do setor, outra variável analisada pelo IMAT que também contribui para o aumento da atividade, no mês, foi a movimentação nas principais rodoviárias da cidade. Em setembro, a média diária foi de 34,5 mil passageiros, contra 33,5 mil do mês anterior, alta de 2,8%. No contraponto anual, a elevação foi de 32%.
Nos terminais aéreos, a média foi de 150 mil passageiros diários – 46% a mais que em setembro de 2021. Com a chegada do fim do ano e a alta temporada, o estudo revela que a expectativa é de uma aceleração no último trimestre.
A taxa de ocupação hoteleira também apresentou crescimento. No nono mês do ano, a média foi de 69,2%. No ano anterior, o porcentual registrado havia sido de 50,4%.
Emprego
Em decorrência do aquecimento do turismo na capital paulista, a demanda por trabalhadores é maior. No período, o estoque de empregados relacionados direta ou indiretamente com o setor foi de 409,7 mil – aumentos de 6%, na comparação com setembro de 2021, e de 0,4%, na relação mensal.
O índice supera os dados do início da série (janeiro de 2020), quando o número de colaboradores ligados ao setor era próximo a 400 mil.
Para Mariana Aldrigui, presidente do Conselho de Turismo da FecomercioSP, a movimentação do turismo na cidade alcança um patamar de estabilidade, com oscilações vinculadas ao calendário e a eventos específicos. “Mesmo com a aproximação da Copa do Mundo, não há perspectiva de baixa significativa justamente pela oferta de serviços e programação alternativa, que vem movimentando as atividades de lazer e complementando as atividades de negócios”, analisa.
Nota metodológica
O indicador é composto por cinco variáveis que têm os mesmos pesos para a criação do índice. São analisadas as movimentações de passageiros dos aeroportos de Congonhas (Infraero) e Guarulhos (GRU Airport), assim como dos passageiros das rodoviárias (Socicam), a taxa média de ocupação hoteleira na cidade (FOHB), o faturamento do setor do turismo na capital (FecomercioSP/SMF-SP) e o estoque de emprego nas atividades exclusivas do turismo (Caged). O índice tem sua base no número 100, usada como referência de comparação em janeiro de 2020. Ele pode sofrer mudanças mensais em decorrência dos dados que compõem o cálculo, com a saída de projeções e a entrada de números consolidados na série.
Sobre a FecomercioSP
Reúne líderes empresariais, especialistas e consultores para fomentar o desenvolvimento do empreendedorismo. Em conjunto com o governo, mobiliza-se pela desburocratização e pela modernização, desenvolve soluções, elabora pesquisas e disponibiliza conteúdo prático sobre as questões que impactam a vida do empreendedor. Representa 1,8 milhão de empresários, que respondem por quase 10% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e geram em torno de 10 milhões de empregos.
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