Segundo o relatório “The Top Trend in Techs”, realizado pela McKinsey, os próximos 10 anos irão remodelar a maioria dos setores e empresas do mundo inteiro. Esse salto está relacionado, intrinsecamente, pela unificação de uma computação mais rápida que impulsiona as novas convergências entre tecnologias, o que pavimenta o caminho para a reinvenção de toda a cadeia produtiva das organizações, mercados, indústrias e serviços. Especialistas indicam que teremos mais progresso nessa década do que tivemos nos últimos 100 anos.
Para o gestor de projetos e coordenador de tecnologias do Sebrae, Vinicius Galindo de Mello, os próximos dez anos serão determinantes. “A tecnologia vai remodelar setores como saúde, energia, transporte, além de criar novos materiais e serviços. As empresas devem acompanhar uma disrupção com a combinação de uma visão computacional diferenciada, Inteligência Artificial, Realidade Aumentada e computação imersiva e espacial, por onde, por exemplo, os varejistas poderão oferecer experiências imersivas como videogame em seus pontos de vendas”, conta.
O relatório da McKinsey também aponta para questões como automatização e 5G, indicando que até 2025, pelo menos 50% das atividades de trabalho poderão estar automatizadas, e que até 2030, 80% da população global poderá contar com a cobertura 5G. Além disso, até 2025, 75% dos dados gerados pelas empresas serão processados em nuvem, o que muda completamente a estrutura de TI das empresas. “Não podemos esquecer dos voice assistants como a Alexa e Siri, que devem ter a sua usabilidade melhorada, além de uma personalização muito maior, o que levará uma conversão maior de usuários. A tecnologia blockchain também deve crescer ainda mais, chegando a representar uma fatia considerável do PIB global. Essas mudanças são gigantescas e empresas e empresários devem estar atentos a elas, pois impactam todos os negócios”, explica o especialista.
Vinicius conta que o 5G ganha proporção de revolução, pois com ele a velocidade das conexões passa a ser enorme, o que trará novos serviços como novos modelos de negócios com serviços conectados, além disso a infraestrutura e serviços de TI em nuvem mudam completamente as estruturas das empresas. “Contar com uma infraestrutura e serviços de TI via nuvem pode mudar a demanda por serviços de TI, que hoje é local, e reduzir as questões de instalação e manutenção. É a democratização da infraestrutura que, certamente, vai ajudar a deslocar a vantagem competitiva, pois a questão da estrutura já não é mais tão relevante”, conta.
Como se preparar para 2030?
Vinicius explica que as mudanças são muitas e que cada empresa deve estar sempre em contato com as suas necessidades e objetivos, mas algumas dicas para o futuro podem fazer a diferença, como:
1 - Varejo mais digitalizado
Segundo pesquisa do banco Goldman Sachs, 57% dos brasileiros dizem comprar mais online depois da pandemia, sendo que nesse setor os marketplaces representam 78% dos e-commerces. Esses dados mostram uma tendência que não para de crescer, sendo assim cabe aos empreendedores estudarem a possibilidade de uma maior atuação digital.
2 - Foco na jornada de compra e na omnicanalidade
Uma pesquisa realizada pela Accenture em parceria com o Meta, mostrou que 83% dos brasileiros usam o whatsapp em algum momento da sua jornada de compras, seja de produtos ou serviços. Outra pesquisa, feita pela Panorama Mobile Time/Opinion Box, mostra que o whatsapp é o aplicativo mais usado pelos brasileiros. Ou seja, ações que façam relação com essa tecnologia, devem fazer parte do planejamento de vendas e marketing das empresas.
3 - ESG - responsabilidade social e ambiental
Cada vez mais os consumidores estão ligados na forma como as marcas e empresas se posicionam com relação a questões sociais e ambientais, portanto é fundamental que as empresas coloquem metas sociais e de redução de impacto ambiental, além de ouvirem as dores de seus clientes.
4- Integração da loja física com canais digitais
Tornar as lojas físicas relevantes na jornada de compra, por meio da sua integração com canais digitais, fazendo com que o cliente queira ir até a loja mesmo que ele não precise. Reduzir as dificuldades na loja física como estacionamentos gratuitos e facilidades de pagamentos, como a utilização de QR Codes que mostra a disponibilidade do estoque, por exemplo.
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