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Confiança dos pequenos negócios avança pelo quarto mês consecutivo

Segundo pesquisa produzida pelo Sebrae, em parceria com a Fundação Getulio Vargas, fatores como a maior circulação de pessoas e a prorrogação do Pronampe influenciaram na avaliação do empresariado

Confiança dos pequenos negócios avança pelo quarto mês consecutivo
Sua Franquia Publicado em 24 de Junho de 2022 às, 06h00. Atualizado em 11 de Julho de 2023 às, 12h56.

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Pelo quarto mês consecutivo, os donos de micro e pequenas empresas (MPE) estão mais otimistas com relação ao rumo dos negócios. Depois de dois anos de confinamento em razão da Covid-19, a maior circulação de pessoas foi um fator que pesou na percepção dos empresários, bem como a prorrogação do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) até 2024 e a melhora do desempenho das vendas de maio. Os dados fazem parte da Sondagem Econômica das Micro e Pequenas Empresas de maio, realizada pelo Sebrae em parceria com a Fundação Getulio Vargas (FGV).

 

Em maio, o Índice de Confiança de Micro e Pequenas Empresas (IC-MPE) avançou 1,8 ponto, chegando a 98,1 pontos, o maior nível desde outubro de 2021, quando indicou 98,9 pontos. A contínua recuperação da confiança foi observada em todos os setores pesquisados: comércio, serviços e indústria de transformação. “O ânimo dos empresários desse segmento, pelo quarto mês consecutivo, foi influenciado tanto pela situação atual quanto pelas expectativas de curto prazo. A não obrigatoriedade do uso das máscaras e do certificado da vacinação gera uma maior circulação das pessoas. Além disso, pesou nesse resultado também a prorrogação do Pronampe, que tem a intenção de gerar crédito para recuperação das MPE”, pontua o presidente do Sebrae, Carlos Melles.

 

Ele ainda destaca que a Sondagem ainda chama a atenção para a atual política de crédito lançada pelo governo federal, o Programa Crédito Brasil Empreendedor, que aliado a prorrogação do Pronampe, pode impulsionar a confiança dos pequenos negócios nos próximos meses. Apesar dos dados positivos, Melles ressalta que é preciso ter cautela. “Mesmo com esse cenário de melhora no ânimo por parte das empresas, a parcimônia tem sempre que prevalecer, já que ainda enfrentamos problemas conjunturais, como a escassez de insumos, prognósticos de alta de inflação e taxas de juros”, argumenta.

 

Comércio

O comércio foi o que obteve mais destaque dentre os setores pesquisados. Após cair em abril, a confiança das MPE desse segmento voltou a subir em maio. O índice galgou 5,5 pontos, para 91,4 pontos, o maior nível desde outubro de 2021 (92,9 pontos). Os empresários enxergam uma perspectiva mais favorável a curto prazo, assim como a situação atual, puxada pela melhora nas vendas de maio.

 

Os setores de veículos, motos e peças (lojas de autopeças e pequenas revendedoras), seguido do varejo restrito, alavancaram o desempenho do Comércio. Na direção oposta, o segmento de material de construção recuou 0,6 ponto em maio. No Brasil, o Nordeste obteve o avanço mais expressivo no mês.

 

“Apesar dos bons números, o estudo mostra que os empresários ainda têm algum receio com o futuro. Mesmo com a melhora visível da pandemia e com a divulgação de pacotes que aliviam a pressão financeira das famílias, desafios como a inflação, o aumento da SELIC [Sistema Especial de Liquidação e Custódia] e a dificuldade de retornar ao mercado impactam negativamente o setor, principalmente as famílias de baixa renda”, explica o presidente do Sebrae.

 

Serviços

Os empresários de serviços também estão mais confiantes e o índice teve um incremento pelo terceiro mês consecutivo, atingindo o maior nível desde outubro de 2013. De acordo com o estudo, o resultado animador foi influenciado pela recuperação do setor no momento e a confiança no futuro próximo. A maior circulação de pessoas e a demanda reprimida de serviços faz com que alguns segmentos, principalmente o de serviços prestados às famílias, percebam o aumento da demanda e a melhora dos negócios.

 

A atividade com maior contribuição para o IC-MPE foi a de serviços de transporte, aumento que pode estar ligado ao retorno das empresas ao modelo de trabalho presencial. Outro setor que ganhou espaço foi o de serviços profissionais e serviços prestados às famílias. Recuaram os serviços de informação e comunicação. Regionalmente, o Sul registrou o melhor índice.

 

Indústria da transformação

Após dois meses de altas consecutivas, a avaliação do empresariado da indústria de transformação se manteve em patamar neutro ao subir 0,3 ponto. A alta do setor foi, exclusivamente, da situação atual. O maior aporte veio do quesito que mede nível dos estoques, com a situação atual dos negócios na sequência. A maior contribuição negativa veio do indicador tendência dos negócios para os próximos seis meses, que caiu 4,3 pontos.

 

O vestuário trouxe os melhores indicadores para a indústria, fator que pode estar relacionado à iniciativa da Confederação Nacional das Indústria (CNI), por meio da Rede CIN, de promover rodadas de negociação presenciais e virtuais com MPE do setor têxtil e compradores internacionais. A alta foi acompanhada pelo segmento metalurgia e produtos de metal e alimentos. Novamente, a região Nordeste foi a que mais avançou nacionalmente em maio.

 

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