As dificuldades para as empresas não têm sido poucas no último ano, devido a pandemia do covid-19. Por conta disso, não é novidade que uma boa liderança tem sido essencial para manter os negócios em um bom patamar e os colaboradores engajados com a empresa.
De acordo com a edição 2021 da Trust Barometer, realizada pela Edelman, as empresas são consideradas as instituições mais confiáveis, competentes e éticas, comparativamente ao governo, às ONGs e à Mídia com um índice de confiança de 61%.
Sabemos que, para essa confiança ser conquistada, é preciso começar de dentro da empresa entre os líderes e colaboradores.
O exercício da liderança é um dos papéis que mais vem crescendo sob o ponto de vista do protagonismo no mundo dos negócios. Nesse contexto, a liderança pode ser exercida de várias maneiras, pois depende muito do perfil do líder à frente dos negócios.
O mundo dos negócios tem provocado muitas mudanças nos estilos de liderança, passando desde o “líder autoritário” (desejo de “mandar”) até o “líder inspirador” (desejo por compartilhar e desenvolver).
Na jornada da liderança, alguns erros devem ser evitados. São falhas comuns e que muitas vezes não são percebidos pelos líderes. Confira:
- Não ser o exemplo de referência: distância enorme entre o que fala e o que pratica;
- Não compartilhar os planos de sua área ou de seu negócio: gostar de navegar sem direção. Não comunicar com clareza o que acontece e o que se espera da equipe;
- Ser centralizador: conquistar o papel do líder muitas vezes gera insegurança em delegar funções e responsabilidades. Não acreditar na equipe e não desenvolver sucessores passa a ser um pecado mortal para o líder e para o negócio. O líder deve ser o maestro e não o músico;
- Não ouvir a equipe: achar que por ser líder, deve saber todas as respostas, é um dos maiores erros. O líder deve promover o foco na solução e integrar a equipe nesse processo. Saber perguntar ajuda muito na busca das melhores soluções;
- Medo de decidir e de errar: o maior aprendizado vem de decisões que nem sempre deram certo. Não decidir e arriscar é ficar no mesmo lugar o tempo todo, porém, a “fila anda”;
- Não dar, não saber dar e não pedir feedback: conversas duras muitas vezes são necessárias. A falta de feedback traz a cegueira no plano do desenvolvimento e não cria o estímulo para o crescimento do líder, do liderado e do negócio. Seja honesto com você mesmo e com os outros;
- Querer ser a estrela solitária: o papel do líder pressupõe habilidade de influência e de relacionamento. Nada é conquistado sem a colaboração de outras partes. O líder deve ser o protagonista no papel de conduzir o time sem estrelismo;
- Não liderar pelo medo, pela imposição ou pela força: isso intimida o ambiente criativo e colaborativo. Distancia as pessoas e cria um abismo nas relações. Com o tempo (pouco tempo) o fracasso é garantido.
A transformação digital nas empresas
É fato que a pandemia acelerou a digitalização dos negócios por conta do isolamento social. Mesmo assim, metade das empresas brasileiras está longe da transformação digital - essa é uma das conclusões de um estudo encomendado pela Dell Technologies a Forrester Consulting.
De acordo com os dados apurados, 73% das empresas no Brasil afirmam ter negócios orientados por dados, entretanto apenas 28% admitem que conseguem tratá-los de forma adequada.
A tecnologia nos dias de hoje é fundamental e estratégica para o negócio. Como parceira no processo de evolução e transformação das organizações, alinhada às ações estratégicas, tornam o trabalho mais eficaz com a utilização correta dos recursos e por consequência a redução de custos.
Através da evolução das plataformas digitais, globalização da conectividade e a disseminação em massa de tecnologia, cada dia mais pressionam as organizações a modernizar as suas plataformas tecnológicas. As empresas devem se utilizar da tecnologia com foco em:
- Otimização dos processos de negócio: com a simplificação de processos e a utilização de sistemas de gestão empresarial modernos, os conhecidos ERPs, organizam e padronizam as operações e ajudam as organizações a atingir os objetivos estratégicos com maior eficiência.
- Disponibilidade de informações que agilizam as tomadas de decisão, obtendo de forma organizada o comportamento dos processos internos e acompanhamento de indicadores de desempenho.
- Com a evolução da tecnologia voltada a tratamento de dados, possibilitou a coleta de um volume imenso de dados não estruturados. A partir destas tecnologias, os dados passam por um processo de transformação os traduzindo em informações capazes de serem analisadas e consumidas pelo negócio, por exemplo, análise do comportamento do consumo de produtos e serviços no mercado que desdobraram em campanhas ou ações de Marketing para promover um produto.
- Produtividade: com otimização e padronização de processo e a adoção da inteligência artificial, aceleram a automatização de atividades com mão de obra humana, a partir do aprendizado de máquina, trazendo segurança, produtividade e rentabilidade na execução dos processos e com melhor utilização dos recursos.
- Comunicação: a utilização de ferramentas de e-mail, zoom, teams, entre outras, no início, aceleraram a comunicação interna e externa das organizações. E com a evolução das mídias sociais impulsionando a escalada da tecnologia e a facilidade de acesso, proporcionam às organizações atingirem um número muito maior de consumidores, trazendo maior visibilidade para os seus produtos e aproximando cada vez mais dos seus clientes.
- Segurança da Informação: se torna uma disciplina fundamental nas organizações, pois com a globalização da conectividade e disseminação de tecnologias em massa, as plataformas tecnológicas se tornam alvos de ataques indesejáveis, obrigando a adoção de práticas, políticas e ferramentas de segurança de acessos e proteção de dados para eliminar tal vulnerabilidade.
A transformação digital é uma jornada e coloca a tecnologia como habilitadora da estratégia de crescimento, de eficiência, produtividade. Favorece a tomada de decisões, afinal, tempo é dinheiro!
É importante que seja muito bem planejada para que cada organização consiga extrair dessa jornada a maior capacidade de geração de valor para o negócio. As organizações precisam se antecipar para que provoquem a auto-ruptura ao invés de serem vítimas da disrupção.
Essa será a diferença, em pouco tempo, entre a sobrevivência e a falência das organizações. Para contribuir para a mudança de cultura e mindset, é preciso preparar as pessoas e os líderes para essa jornada.
Fábio Fick é sócio da Kienbaum Consultoria
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