Grande parte de minha vida me dediquei ao varejo - mais especificamente o farmacêutico - e posso afirmar que passei por muitos momentos importantes dentro desse setor e, recentemente, um ponto que vem ganhando fundamental relevância é a necessidade de digitalização das lojas.
Assim, abordar esse tema de forma aprofundada é primordial. Ocorre que, na maioria das vezes, quando se fala em digitalização de comércios, independentemente do setor, a ideia que vem à cabeça é uma estrutura de e-commerce, que certamente é importante, mas cobre apenas uma parte das possibilidades relacionadas ao tema. Hoje, ao pensar nesse assunto é fundamental ter a percepção da necessidade de um projeto de digitalização 360°.
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Como presidente da Febrafar e da Farmarcas (entidades associativistas de farmácias) sou um entusiasta desse tema, posso afirmar que esse processo digitalização em nossas redes teve início desde o início de nossos trabalhos no associativismo. Sempre buscando oferecer inovações que sejam estratégicas para a gestão das lojas em todos os seus estágios.
Exemplo é que hoje temos um dos principais programas de fidelidade do país o PEC - Programa de Estratégias Competitivas - que atualmente possui mais de 35 milhões de clientes cadastrados em todo o país e que oferece dados de grande qualidade aos nossos associados e grandes diferenciais para os consumidores.
Mas, fato é que, com o início da pandemia, face às necessidades do momento, esse tema ganhou mais força, o que pode ser confirmado com a grande corrida para que as lojas se adequassem ao delivery. Mas, quem quis ir além, percebeu a necessidade de se adequar à transformação digital do consumidor. É óbvio que, em um primeiro momento, isso dá mais trabalho do que resultado, pois é preciso investir em processos para cadastro, aplicativos, sistemas, novas metodologias e isso não traz um resultado de curto prazo.
No entanto, ao olhar para o futuro, quem já iniciou esse tipo de ação - como estamos fazendo em nossas redes - estará mais preparado do que o concorrente para uma nova realidade, plantando uma árvore hoje para colher lá na frente. Pode ser que daqui a 5 anos o modelo de negócios seja outro, totalmente personalizado, descontos diferentes para pessoas diferentes. É preciso estar preparando para isso.
Mas, mesmo antes desse cenário que atravessamos, acredito que digitalização vai muito além do consumidor, na minha visão, essa tem que ser 360°, ou seja, trabalhando para possibilitar que todos os processos de um varejo estejam digitalizados, isso, se bem utilizado terá um valor imensurável para as lojas.
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Tenho uma visão de digitalização em vários âmbitos, tanto automatizando os processos internos para ganho de qualidade, quanto pelo lado do consumidor, digitalizando o processo de atendimento, entendendo os hábitos de consumo e estreitando o relacionamento.
Para o processo de digitalização 360° realmente ocorra, é preciso que se entenda todos os processos da operação, buscando alternativas para que a digitalização seja realmente ampla e integralmente transmitida para as lojas. Parto da premissa de que o público já é digitalizado em variados níveis. Assim, o papel da digitalização é se adequar aos anseios e necessidades deles para que se tenha realmente soluções efetivas.
Dentro desse conceito, é preciso buscar também a participação de todos que fazem parte dos processos e criando assim alternativas que são realmente práticas, garantindo que a digitalização não seja apenas uma teoria, mas sim uma solução aplicável e que proporcione resultados para todos que participam desse avanço.
Edison Tamascia é empresário e atua no varejo farmacêutico há mais de 40 anos. Atualmente, preside a administradora de redes associativistas de farmácias Farmarcas (https://www.farmarcas.com.br) e a Febrafar - Federação Brasileira das Redes Associativistas e Independentes de Farmácias (https://www.febrafar.com.br) - e é um dos principais divulgadores do associativismo do país.
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