Desde 2008, trabalho unindo empresas, marcas e pessoas por meio de parcerias estratégicas, as chamadas colaborações, ou collabs. De lá para cá, o mercado vem presenciando uma série de inovações nessa área, hoje posso dizer que virou uma área, um mercado. Um dos temas da vez é o greenvertising. O termo é a conjunção de “green” e “advertising” e, em português, pode ser traduzido como “publicidade verde”. Os consumidores, hoje, são muito mais conscientes. Sendo assim, as relações e as parcerias também precisam entregar mais do que produtos ou serviços desenvolvidos por meio de colaborações pontuais. É preciso ter conexão com propósito para fazer a diferença.
O greenvertising, basicamente, se refere à preocupação da indústria de marketing com a sustentabilidade: marcas e agências abordam a crise climática e o consumidor exige mais compromisso e transparência das empresas.
A preocupação das marcas com esse tema já tem feito muita diferença nas vendas. De acordo com relatório feito pelas líderes globais em análise e provedoria de dados IRI e The NPD Group, junto ao NYU Stern Center for Sustainable Business, as vendas de itens anunciados como sustentáveis crescem 2,7 vezes mais do que as vendas de produtos convencionais. Também aumenta o boicote do público a empresas que não demonstrem esse cuidado – em 2021, 59% dos consumidores já pretendiam fazer isso, em nível global.
Pensando em parcerias, que é o meu negócio, temos um bom exemplo. Um dos cases da Cross Networking foi a conexão entre LG Brasil (marca referência em eletroeletrônicos) e WWF (que trabalha alocando esforços para mudar o cenário de degradação ambiental).
Essa parceria, de 2015, rendeu o lançamento de uma lavadora e secadora com foco no uso racional de água. O mecanismo do produto foi criado para poupar até 45% de água em cada lavagem. Essa colaboração reforçou a LG como referência, pontuando sua preocupação com o meio ambiente, por meio da forte chancela da WWF. Também ajudou a organização na apresentação de seu propósito de conscientização dos consumidores sobre a importância da conservação do meio ambiente e da água. Ou seja, ajudou a fortalecer a marca LG e levou a mensagem da WWF para o mercado consumidor.
Criei o braço social da minha empresa, o Cross Solidário, durante a pandemia, quando percebi que poderia juntar a vontade das empresas de ajudar com diversas necessidades do país.
Decidi que todos nossos projetos seriam devolvidos aos clientes com alguma proposta social ou sustentável também. A intenção de provocar e mostrar para eles o impacto extra que poderia ser gerado, mesmo que com uma iniciativa mínima.
Nem sempre conseguimos executá-las, mas incorporamos essa missão dentro de casa, e sentimos que o futuro está aí: em negócios com propósito de fazer a diferença a curto, médio e longo prazo. Afinal o problema da água, do plástico, das florestas, do meio ambiente em geral, não é só meu, só seu, ou de uma empresa. Ele é nosso, de todo mundo. E por isso as parcerias verdes trazem ainda mais resultado. Digo e repito: “Ninguém faz nada sozinho, e ninguém é culpado sozinho”. Temos que ser juntos, por um mundo mais parceiro de verdade.
*Por Tati Oliva. A empresária é pioneira no Brasil no desenvolvimento e implementação de estratégias para negócios por meio de parcerias entre empresas, marcas e pessoas. Com uma visão inovadora da comunicação e do marketing, ela trabalha com esse conceito de colaboração desde muito antes da popularização do termo collab. É fundadora e sócia-diretora da Cross Networking e passa ser colunista da plataforma Sua Franquia em que abordará temas acerca do universo do marketing mensalmente.