A três dias do réveillon, na Rua Paul Redfern, em Ipanema, era inaugurada a expansão no bairro do Che Lagarto, a rede de hostels que mais cresce na cidade. De origem argentina, o grupo — que pretende faturar US$ 10 milhões já este ano —, sabia que não podia prescindir de 150 camas do prédio, localizado em frente à principal unidade da rede no Rio. Com diárias para leitos que variam de R$ 70 a R$ 95 e quartos que vão de R$ 200 a R$ 300 em locais privilegiados, o Che Lagarto é um fenômeno no mercado de hospedagem da cidade.
"Atualmente, tenho 365 camas no Rio e 38 quartos próprios. Mas, se tivesse mais mil camas, teria demanda. Nossa taxa de ocupação agora é superior a 90%", disse Diego Giles, fundador da rede, que já está presente em cinco países do continente com 24 hostels e que deve ter 200 mil clientes no ano, a maior parte no Brasil.
O preço mais baixo das camas e quartos garante o lucro da rede. Mesmo assim, lembra o argentino, o preço do Rio é um dos mais caros do planeta. "Talvez em Tóquio os hostels sejam mais caros", diz.
Novos quartos privativos
O motivo para os preços elevados no Rio, acrescenta Giles, é o alto custo imobiliário: "Um hostel precisa de boa localização. Não acredito nos novos em favelas".
Mais que a localização, o que vale é o ambiente. Como o lema de buena onda (termo latino-americano para alto astral), Giles diz que seu cliente busca uma hospedagem além da frieza dos hotéis. "Aqui é impossível não compartilhar, não fazer amigos. Você não é um número, chamamos você pelo nome. E por isso abrimos os quartos privativos, para que os clientes que se casaram continuem a usufruindo desse espírito".
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