Quando o assunto é crescimento no setor de franchising, em geral, o mercado olha para o valor total de faturamento anual. Porém, há outras maneiras de mensurar o crescimento de uma rede de franquia, entre elas, considerar a comercialização majoritária dos serviços ou produtos oferecidos sobre a venda das unidades franqueadas.
Ser um franqueador de sucesso no Brasil é algo complexo e desafiador. Enquanto o país enfrenta uma crise econômica histórica, franqueadores vêm buscando soluções e inovações para suas redes de negócio. “Como consultor de algumas redes nacionais de varejo, me deparo com mesas de diretoria tentando equalizar seus esforços entre planejamento de produto e planejamento de expansão. O consumidor final e o investidor são personas completamente diferentes, portanto, cada um necessita de um trabalho diferente, com definições de estratégias de vendas e comunicação distintas, relacionamento diferenciado etc”, aponta Aníbal Maíni, sócio consultor da GPME Expansão e Expansão de Negócios, situada em Juiz de Fora e no mercado há 12 anos atendendo mais de 300 empresas no país
O consultor relata inclusive que, diante desse cenário, várias redes optaram por frear a expansão durante 2017 e 2018, aproveitando para dedicar-se à estratégia de produto, renovando o mix, corrigindo falhas de serviços e reduzindo custos fixos de operação. “O cenário vivido nos últimos dois anos foi de receio, tanto por parte das franqueadoras, que evitaram implantar operações duvidosas, quanto dos investidores, que trataram seu capital com muita cautela esquivando-se de riscos e ameaças”, esclarece. Com isso, o especialista acredita que o mercado já conta com modelos de negócio mais sólidos, baseados em custo de operação e implantação reduzidos.
Crescimento
A Não+Pelo, que comemora este ano, dez anos de franchising global e oito anos de Brasil, tem motivos de sobra para celebrar a preferência dos consumidores de Beleza e Estética pela marca. À frente do tempo quando inovou com um serviço multifuncional, que caiu no gosto do brasileiro, segundo a Consultoria Kline, a Não+Pelo Brasil fechará o ano com um faturamento em torno de R$100 milhões.
Presente em todas as capitais do Brasil, a Não+Pelo, tem em São Paulo, maior regional no país, a "menina dos olhos". O estado representa 25% do faturamento da Não+Pelo Brasil. Sob o comando de Thais Ramos, franqueadora máster e franqueada, responsável por trazer a marca espanhola para o Brasil, a regional inaugurou três novas lojas e reinaugurou outras cinco desde agosto. Em 2019, mais três novas aberturas acontecerão no primeiro trimestre.
"Os resultados obtidos este ano comprovam a consolidação da Não+Pelo neste mercado cada ano mais competitivo. Nos dois primeiros quadrimestres do ano, quando não inauguramos nenhuma franquia, tivemos faturamento de 23% e 21% na comparação com os dois primeiros quadrimestres, respectivamente. Já no último quadrimestre, o crescimento será de 10% em relação ao mesmo período do ano passado. Fecharemos o ano com alta de 15%, e as perspectivas para 2019 são as melhores. Já no primeiro trimestre, três novas inaugurações. A atividade principal, que é o serviço de fotodepilação representou 93% do nosso faturamento. Já as novas franquias inauguradas e reinauguradas representaram 5%, e os produtos complementares (emulsão hidratante e protetor solar), 2%”, comenta Thais Ramos, franqueadora máster e franqueada de cinco lojas.
Tecnologia
A tecnologia cresce de forma acelerada no Brasil. Mais do que nunca ela vem se fazendo presente na vida de todos, inclusive, no empresariado que buscam nessa frente levar desenvolvimento para os seus negócios. A Gigatron Franchising (rede de franquias especializada na criação de software para gestão) vem sentindo bem essa realidade, tanto que, neste ano, a marca registrou um aumento considerável na venda de seus produtos. As vendas dos serviços bateram as de franquia. Em números, os faturamentos registrados evidenciam a situação, até então, com a comercialização dos serviços geraram um faturamento anual de R$6,5 milhões, já a venda das franquias, R$180 mil.
Marcelo Salomão, diretor executivo da rede, fala que o preço de custo de cada solução e o rico portfólio, incentivou o resultado. Contudo, ele explica ainda que outras situações também contribuem para isso, como por exemplo, quando alguma legislação ou atualização relacionada ao software acontece, como ocorreu com a NFC-e (Nota Fiscal Paulista Eletrônica).
Explica Salomão que, neste caso, todos da rede comemoram. "O franqueado paga um preço de custo mensal por cliente ativo, ou seja, é um trabalho a quatro mãos. A cada cliente que nosso franqueado fecha ele ganha em cima e a franqueadora também, só que na recorrência", finaliza.