Não planejar a gestão, com base em sólidos preceitos financeiros, sociais e ambientes, pode tornar uma franquia insustentável. A afirmação é do professor da graduação e MBA da ESPM, Marcus Nakagawa. Segundo o especialista, quando os processos de uma rede de franquia não estão bem definidos, bem como seus objetivos e metas, a marca pode comprometer sua sustentabilidade.
Para evitar que uma rede de franquia se torne insustentável, Nakagawa, também idealizador e diretor administrativo da Abraps (Associação Brasileira dos Profissionais pelo desenvolvimento Sustentável), orienta que os processos devem ser sempre muito claros aos seus funcionários. “No dia a dia estamos falando de um contrato efetivo com o funcionário, seguindo todas as leis, bem como um descritivo de sua atividade bem clara e objetiva. Dessa forma, na questão do meio ambiente estamos falando da gestão dos resíduos, uso consciente da água e da energia, bem como a seleção de fornecedores que sigam as regras de mercado e as leis”, aponta.
Para não “perpetuarem” os problemas, a dica fundamental é ter um projeto inicial, um modelo de negócios bem funcional e testado. “Esta primeira unidade será o teste para os procedimentos passo a passo das questões operacionais. Ou seja, colocando na prática todas as ideias e verificando o quanto os processos estão impactando a sociedade e o meio ambiente. É necessário que esta primeira unidade esteja à frente dos outros, inclusive dos concorrentes”, recomenda Nagakawa.
Sustentabilidade
Quando se fala em sustentabilidade logo vem à cabeça processos referentes aos resíduos, ao uso de energia e água. Porém, é importante mensurar que os impactos de sustentabilidade de uma empresa podem ir além. “O que está sendo feito com as sobras dos materiais? São recicladas? Vendidas? Enfim, levantar todas as questões é fundamental. Para isso existe a norma da ISO 14.001 para poder servir como base. Muitas vezes o franqueador não tem dinheiro para o investimento da certificação, mas criar processos já com base nesta norma, seria um diferencial de mercado”, recomenta o professor.
Ramos
Por outro lado, a preocupação com o meio ambiente deve estar presente em todos os ramos de atuação, mesmo naqueles que prestam serviços apenas, sem nenhum processo de produção. Isso mesmo. Todos os processos possuem um impacto ambiental e social. Mesmo os que prestam serviços também necessitam verificar os seus processos para analisar as suas externalidades.
Entre os principais desafios de uma gestão sustentável, independente do ramo de atuação, são: definir as metas financeiras juntamente com as sociais e ambientais, além de desenvolver processos e procedimentos que impactem menos nas pessoas e no meio ambiente, tornando objetivos palpáveis e atingíveis. Para isso, é um diferencial desenvolver os funcionários e gestores das companhias e trabalhar este tópico como um diferencial para o mercado e clientes.
“Há ações sustentáveis que poderiam ser implantadas por quase todas as marcas como, por exemplo, gestão dos fornecedores, auditoria e acompanhamento, gestão dos funcionários (saúde, segurança e qualidade de vida), práticas anticorrupção, gestão da governança e inclusão de pessoas com deficiência”, conclui.