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Conheça as tendências mundiais para o setor de franquias

Gabriel Di Blasi, diretor jurídico da ABF-Rio participa da Convenção Anual da IFA – International Franchising Association e compartilha como é o setor de franquias nos Estados Unidos

Conheça as tendências mundiais para o setor de franquias
Sua Franquia Publicado em 08 de Março de 2018 às, 09h59. Atualizado em 10 de Julho de 2023 às, 23h59.

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A 58ª edição da Convenção Anual da IFA – International Franchising Association – ocorreu em fevereiro último, em Phoenix, no Arizona. O evento reuniu grandes especialistas em redes de negócios, economia, varejo, shoppings e diversos outros segmentos para falar sobre as principais tendências e oportunidades para o setor de franquias.

O advogado Gabriel Di Blasi, Diretor Jurídico da ABF-Rio, participou do evento e compartilhou com o portal Sua Franquia os dados mais relevantes que foram debatidos na ocasião. Um dos pontos altos do evento foi a apresentação do top 10 das franquias por rendimento, em questão mundial. Dentre elas, estão empresas como McDonalds (primeiro lugar, com 85 bilhões), a rede 7-eleven - que já esteve presente no Brasil (segundo lugar, com 82.5 bilhões) e a rede hoteleira Marriott (décimo lugar, com 10.7 bilhões). Curiosamente, o McDonalds é apenas o terceiro lugar no top 10 franquias por unidades mundiais, com 36.899 franquias, ficando atrás da 7-eleven (primeiro lugar, com 61.805 unidades), e da rede Subway (com 45.936 unidades).

Segundo Gabriel, isto demonstra que nem sempre o faturamento depende de um maior número de unidades. Além disso, percebe-se que ainda há um grande espaço para expandir as redes de franquias em solo nacional – como por exemplo a própria 7-eleven, que já chegou a ter franquias no Brasil anos atrás.

Milenials

Outro dado importante apontado pelo advogado é a importante mudança demográfica nos potenciais franqueados, que hoje passam a ser principalmente a geração de Milenials (nascidos aproximadamente entre 1980 e meados de 1990). Este fator altera principalmente a forma como os franqueadores encaram a negociação com seus futuros franqueados, que estão mais habituados com uma forma de comunicação mais rápida e de alguma maneira mais pessoal, por meio de aplicativos de mensagens instantâneas. Com isso, a geração Millenial tem uma pré-disposição maior para assumir mais riscos do negócio, em troca de uma possibilidade maior de lucro.

Diferenças americanas

Nos EUA, ganha destaque também a mudança do paradigma de empregador conjunto (joint employment). Esta questão, apesar de ser atrelada a todo o mercado de trabalho, pois não é algo específico de franquias, também atinge o universo do franchising, já que franqueadores e franqueados correm risco de serem declarados empregadores conjuntos dos empregados do próprio franqueado.

Após anos interpretando que duas empresas poderiam ser declaradas empregadoras conjuntas se houvesse qualquer forma de controle indireto, o departamento executivo trabalhista americano (Labor Board) voltou a entender que empresas são empregadoras conjuntas nos EUA apenas quando há controle direto e imediato, o que significa que o franqueador teria o poder de contratar, demitir, supervisionar e dirigir os empregados do franqueado. Recentemente, contudo, o Tribunal de Ética anulou o resultado deste último julgamento já que um dos ministros do Labor Board era para ter se declaro impedido no caso que definiu o controle indireto. Desta forma, o controle indireto voltou a ser o precedente dominante.Veremos até quando.

Um ponto que vale destacar e ficou evidente no evento são as orientações para preencher uma circular de oferta de franquia americana, especificamente o item denominado “financial performance representation” FPR. Ao contrário do modelo brasileiro, em que a lei de franquias demanda que a Circular de Oferta de Franquias sempre apresente “balanços e demonstrações financeiras da empresa franqueadora relativos aos dois últimos exercícios”, estas informações não são de caráter obrigatório nos EUA. Caso o franqueador deseje exibi-las, deve realizar de uma forma que não seja enganosa para o potencial franqueado.

“O evento anual da IFA, por ser a maior feira de franquia do mundo é sempre um acontecimento de altíssimo nível que nos coloca em contato com as melhores práticas do universo de franquias no mundo todo. Estar presente nesta convenção significa não somente levar as práticas e entendimentos brasileiros para o exterior, como também uma possibilidade de trazer para o país ideias pioneiras testadas em mercados altamente desenvolvidos. Este intercâmbio de ideias e interpretações fortalece o instituto das franquias e estimula o desenvolvimento do negócio” conclui Gabriel Di Blasi sobre o evento.

 

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