Mesmo com a crise econômica, as franquias brasileiras mostram uma alta disposição a investir. As franquias brasileiras ainda dispõem de pouca estrutura para inovar, embora apenas 50,5% delas possuem um responsável pela gestão da inovação e somente 42,5% das empresas possui um centro de P&D.
Os dados são da 1ª Pesquisa de Inovação nas Franquias Brasileiras, revelada esta semana pela ABF, que aponta ainda que 45% das empresas introduziram equipamentos, técnicas ou softwares novos para a empresa entre 2014 e 2016. Já a adoção de novas técnicas de gestão e novas formas de organização do trabalho foram outras duas estratégias adotadas de forma dominante. O marketing, a estética e o desenho dos produtos e serviços das franquias foram outras dimensões que receberam novidades nesse período.
A pesquisa é resultado de uma parceria entre a Associação Brasileira de Franchising (ABF) e a Confederação Nacional de Serviços (CNS). A pesquisa foi realizada entre os dias 6 e 28 de novembro de 2017 com um total de 198 redes de franquia que aderiram à pesquisa.
A metodologia adotada na pesquisa foi baseada num trabalho desenvolvido em cooperação entre a Confederação Nacional de Serviços e a Fundação Dom Cabral (FDC), que resultou numa estrutura básica de um questionário amplo para investigação do processo de inovação em diversas atividades. A ABF e a CNS desenvolveram um questionário específico para as redes franqueadoras.
O objetivo da pesquisa é avaliar as condições para a ocorrência de inovações nas redes de franquias, o esforço que elas desempenharam ao longo do período entre 2014 e 2016 e os resultados que elas obtiveram com a inovação.
Inovação
As ações e atividades inovadoras apontadas pela pesquisa compreendem a introdução de novos produtos e serviços no mercado, a adaptação e melhoria de produtos e serviços que já eram ofertados, as mudanças nos processos de gestão ou de organização do trabalho, as mudanças de marketing e design dos produtos e as transformações no modelo de negócios da empresa.
Segundo a ABF, por trás dessas ações estão as condições que possibilitam a sua ocorrência e eficácia, ou seja, a estruturação da empresa para a gestão da inovação e do conhecimento, sua estratégia, os recursos financeiros e humanos empregados nessas atividades, a cultura da empresa e seu modelo de gestão e os incentivos econômicos para a sua realização.
O aumento da rentabilidade e o aumento de participação de mercado são processos que caminham juntos e são resultantes dos investimentos realizados pelas empresas e de suas ações inovadoras.
Resultados
Veja a seguir mais alguns dados revelados pela pesquisa:
- As práticas mais frequentes foram a aquisição de softwares, de tecnologias e de conhecimento externo, condutas que foram adotadas por, respectivamente, 90,3%, 88,5% e 81,2% das empresas.
- A carência de estrutura interna para inovar é suplantada por meio de parcerias estratégicas. Mais da metade das empresas revelaram realizar, com elevada frequência, parcerias com fornecedores, outras empresas do grupo, consultorias ou consumidores para o desenvolvimento de inovações.
- Já as parcerias com concorrentes, startups, institutos de pesquisa e universidades ou centros de capacitação profissional e assistência técnica são bem menos frequentes.
- Outra estratégia adotada com frequência é a coleta de ideias com os franqueados das redes (57,8%). A coleta de informações com parceiros, fornecedores e clientes foi menos frequente (42,2%).
- 60,8% das empresas que responderam ao questionário indicaram ter recebido ideias de seus colaboradores internos.
- O resultado final da inovação foi o aumento da rentabilidade das franquias e a ampliação da participação de mercado das empresas.