Como escolher qual rede de franquia poderá fazer sucesso em um shopping? Maurício Morelato, do Shopping Metrópole (SBC) trabalha na gestão de shoppings desde 2008 e dá dicas para investidores interessados nestes espaços comerciais
O executivo Mauricio Morelato acaba de assumir novo superintendente do Shopping Metrópole, em São Bernardo do Campo. Ele já passou por posições de liderança e gestão em diversas propriedades da empresa Sierra Brasil, entre elas, Shopping Plaza Sul (São Paulo-SP), Uberlândia Shopping (Uberlândia-MG) e Franca Shopping.
Com base em sua experiência na gestão de shopping, Morelato aponta que a proporção ideal de franquias (ou seja, de marcas conhecidas) para atrair consumidores para o local varia conforme a praça que o local se encontra – no caso do Metrópole 75% das operações são unidades de redes de franquias. “Empreendimentos fora das grandes capitais comportam confortavelmente um volume maior de operações locais, muitas das quais não raramente se transformam em franquias. Já nos grandes centros, é desejável o maior percentual possível de operações franquiadas. Geralmente a área ocupada por lojas âncoras, que quase sempre são grandes franquias, monta 70% do total, sendo os 30% restantes compostos de lojas satélites. Assim, necessariamente você terá pelo menos ¾ da sua área bruta de locação composta por grandes marcas”, esclarece.
Já para saber quais marcas de franquias são sucesso em um shopping, o executivo tem uma dica importante. “Existem marcas com milhares de unidades no território nacional que são presença quase que obrigatória nos centros comerciais, entre elas: O Boticário, Ortobom, Mc Donald´s, Subway, Cacau Show, CVC, e muitas outras com grande representatividade no varejo. Porém, mais relevante do que a força da marca, está a proposta do seu empreendimento. A oferta de produtos destas marcas atende o seu público alvo? Se a resposta for afirmativa, você terá grandes chances de ter um mix de lojas de sucesso”, orienta.
De acordo com o executivo, uma loja em shopping center, seja franquia ou não, demanda alguns custos de ocupação mensais para o locador. O principal é o aluguel do espaço, calculado sobre um percentual das vendas da operação com a garantia de um pagamento mínimo independente do faturamento. Depois vem o condomínio que, em geral, corresponde a um coeficiente de rateio de despesas condominiais que determina o valor do custo de condomínio por metro quadrado. Há também o fundo de promoção, via de regra calculado sobre um percentual do aluguel mínimo.
E estes custos é que representam a principal diferença entre implantar uma loja em um shopping ou em uma rua. “O instrumento de locação em um shopping center é atípico, onde particularidades inerentes a operação do empreendimento são obrigações contratuais do locatário. Essas obrigações essas inexistentes em uma operação de rua, que focam essencialmente no bom funcionamento do condomínio e do seu propósito final, que é o varejo, que é vender”, aponta o executivo.
Como dica final para franqueados que estão em busca de locais em shoppings para abrir novas unidades, Morelato considera essencial avaliar o local primeiramente pelo seu potencial de desempenho de vendas e não pelo seu custo de ocupação. Caso contrário, segundo ele, o barato pode sair caro ao locatário.
No Shopping Metrópole, ainda há oferta de espaços para novos lojistas. Dentre os segmentos que buscados para compor o mix de lojas, estão os segmentos de moda praia, calçados masculinos e serviços. O empreendimento já conta com 173 operações, com destaque para cinco âncoras (Academia Smart Fit, C&A, Renner, Lojas Americanas e Marisa) e dois restaurantes (Outback e Mr. Jacks).