Como saber se uma franquia cabe no seu bolso? Antes de investir em uma empresa, é importante elaborar um plano de negócios detalhado, seja ela uma franquia ou um negócio próprio
Para definir se uma determinada franquia cabe nas suas finanças, é essencial elaborar um plano de negócios para verificar a viabilidade econômico-financeira do modelo de negócio a ser franqueado.
É por meio deste estudo, segundo o Sebrae, o franqueador poderá calcular o valor a ser pago pelo franqueado como, por exemplo, a taxa inicial de franquia, o fundo de propaganda e a porcentagem de royalties. Além disso, o plano de negócios deverá fazer a projeção dos resultados e estimar o tempo médio de retorno da franquia.
Uma vez que o franqueador tiver simulado os valores a serem pagos e os resultados a serem obtidos pelos franqueados, o candidato poderá verificar ter conhecimento do investimento total necessário, incluindo o capital de giro e os custos com ponto comercial.
A elaboração de um plano de negócios pelo franqueador não substitui aquele que deverá ser feito pelo franqueado. Com as informações fornecidas pela franquia, ele deve montar seu próprio plano para calcular o valor total do investimento e a necessidade ou não de recursos de terceiros para a sua implantação.
Vale observar que o plano de negócio do empreendedor é um dos principais documentos solicitados pelas instituições financeiras, no momento de pedir um crédito para investimento. O franqueado deve procurar utilizar ao máximo recursos próprios, mas havendo necessidade, várias instituições financeiras possuem linhas de crédito específicas para o segmento.
Vários fatores precisam ser levados em conta pelo candidato na hora de escolher a franquia, como a relação entre o investimento feito e a rentabilidade estimada, a confirmação na prática do prazo estimado pela franqueadora e o prazo do contrato, que deverá ter uma vigência superior ao tempo estimado para o retorno do capital. Veja a seguir alguns pontos de atenção relacionados pelo Sebrae para a tomada de decisão de uma franquia cabe ou não no seu bolso.
Investimento inicial
Hoje em dia é possível encontrar uma imensa variedade de marcas e ramos de franquias, com diferentes faixas de investimento inicial. Resta saber, no entanto, o que está sendo considerado como capital de instalação para que o candidato não se surpreenda, quando já estiver em fase avançada na negociação da franquia, descobrindo que não tem capital suficiente para iniciar o negócio.
Porém, o ponto comercial normalmente não entra no cálculo do investimento apresentado pelas franquias, cabendo ao empreendedor incluí-lo em suas análises. Com isso, é importante que o cálculo do investimento inicial relacione todas as despesas, inclusive reformas, projeto arquitetônico, mobiliário, aquisição de máquinas e equipamentos, sistema de gestão, custos para abertura da empresa e evento de inauguração.
Capital e crédito
Os candidatos poderão encontrar franquias que informam prazos curtos de retorno de investimento e outros com até 60 meses. Esse tempo de retorno varia de acordo com o modelo e porte do negócio. Mas, de um modo geral, quanto menor o número de pessoas envolvidas na operação e exigência de investimentos em infraestrutura, menor deverá ser esse prazo.
As microfranquias, por exemplo, costumam apresentar um retorno mais rápido, por exigirem um investimento menor e terem operações simplificadas. Em contrapartida, a expectativa de faturamento também será menor. Outros modelos de franquia podem envolver grandes investimentos, com prazos de retorno mais dilatados, mas terem operações extremamente lucrativas.
Linhas de crédito para franquias
Devido à maior segurança em relação ao sistema de franquias, uma vez que elas têm uma taxa de mortalidade bem inferior aos negócios próprios, hoje existe um maior número de instituições financeiras estão dispostas a conceder créditos voltados especialmente para as franqueadoras e franqueados.
Atualmente é possível conseguir financiamentos junto a bancos públicos e privados e agências de fomento. Além de maior rapidez na concessão das linhas de financiamento habitualmente disponibilizadas a todas as empresas, devido a um cadastro prévio ou fruto do convênio firmado com a Associação Brasileira de Franchising (ABF), os bancos criaram alguns produtos voltados para as franquias.
Com isso, as redes podem se beneficiar de parcerias firmadas com instituições financeiras e agências de fomento para que seus franqueados tenham mais facilidade para a obtenção de crédito para a compra de estoque dos produtos fornecidos por elas e para abertura, implantação e modernização das unidades.
Mas é preciso cautela no uso desses créditos. O ideal é que os franqueados tenham grande parte de capital próprio para investir na abertura de sua primeira unidade.
O capital de giro
Alguns empreendedores aderem ao sistema de franquias esperando que todas as informações lhe sejam passadas, mas caberá a eles buscar aquelas que julgarem necessárias e que por ventura não tenham sido fornecidas pelo franqueador. Uma dessas informações costuma ser o montante necessário para capital de giro.
Ao analisar oportunidades em franquias, é importante que o candidato questione o franqueador sobre quanto ele deverá dispor para a manutenção do Capital de Giro da empresa, além dos valores para pagamento da taxa de franquia e instalação da unidade.
Devido à participação deste capital no total do ativo da empresa e às constantes mudanças que recaem sobre ele, o capital de giro bem administrado permite que a empresa liquide os seus compromissos de curto prazo sem precisar de financiamentos para isso.
Este montante é determinado pelo volume e política de vendas, que geram recursos imediatos e valores a receber; pelos níveis de estoque recomendados pela franqueadora; pela sazonalidade dos negócios, que exigem que se tenha caixa para atender às questões imediatas e por alterações em fatores econômicos externos que possam se refletir na operação da franquia.
Uma das principais finalidades da gestão de caixa é definir o valor necessário e manter um saldo de caixa mínimo adequado às necessidades da franquia, principalmente quando ela ainda não gera caixa suficiente para arcar com as obrigações de curto prazo assumidas por ela.