Usinagem de Asfalto, Construção Civil, Restaurante e Casa Noturna: segmentos considerados masculinos, nos quais estas empreendedoras fazem muito sucesso! Conheça a história de franqueadas que atuam em áreas dominadas pelos homens, mas que encaram de frente o desafio cotidiano de operar e administrar o negócio com desempenho superior dentro de suas redes. Paralelamente, elas não deixam de exercer a maternidade e outras atividades ainda consideradas ‘femininas’
“Você trabalha à noite? E sua filha, com quem fica?”. Inúmeras vezes, Ângela Esteves, franqueada da Água Doce – Sabores do Brasil, ouviu essas perguntas. Já Sabiana Cortez teve uma certa dificuldade ao explicar que é usineira de asfalto a frio a novas amigas. Por sua vez, Sônia Costa desistiu da carreira de Nutricionista para alugar containers na construção civil e, agora, está investindo em outra marca, no mesmo segmento. Essas empreendedoras não tiveram medo de trabalhar em segmentos dominados pelos homens e figuram entre as mais bem sucedidas de suas redes. Conheça suas histórias:
“Somos duas franqueadas numa rede com mais de 80 homens. Em nenhum momento, sofri preconceito onde quer que eu fosse”
A história de Sabiana Cortez, 36 anos, poderia ser considerada comum: ao ser desligada de seu emprego, por conta da crise financeira que dominou o Brasil nos últimos anos, ela se viu impelida a montar um negócio próprio. Até aí, realmente, não teria nada de mais, se ela não tivesse escolhido ser uma usineira de asfalto. “Anteriormente, eu trabalhava em uma empresa do ramo da construção civil e conheci a Único Asfaltos porque fornecíamos equipamentos para essa franqueadora. Na época, fiquei encantada com a aplicação de asfalto a frio e mesmo sob a chuva. Queria investir na franquia, mas não consegui um sócio. Até que a crise veio muito feia, a fornecedora de máquinas demitiu alguns funcionários e antigo chefe, André Leão Ribeiro, decidiu investir comigo. Sou franqueada em Fortaleza (CE) há 1 ano e 2 meses”, lembra Sabiana.
Essa paulista de Santo André, solteira, sem filhos, é formada em Administração de Empresas e Pós-Graduada em Comércio Exterior. “Eu não tive grandes dificuldades em trabalhar com usina de asfalto porque a Único realiza muitas imersões (treinamentos) com os franqueados. Isso é fundamental para que aprendamos cada vez mais. Em relação às vendas, obviamente esse não é um produto comum, é para um público bastante específico, mas quando consigo que o cliente me escute por cinco minutos, ele se interessa completamente, porque realmente temos um produto diferenciado”, diz.
A franqueada diz que nunca sofreu preconceito algum por estar num segmento em que mais de 90% são homens atuando, tanto do seu lado – na usinagem e vendas – quanto nos clientes. “Ao contrário, eu sinto que eles admiram minha capacidade em lidar com um produto tão técnico. Somos apenas duas franqueadas numa rede com mais de 80 homens, mas, estamos indo muito bem”, orgulha-se.
Sabiana tem planos ambiciosos. “Eu gostaria de abrir outras unidades e apenas coordenar as operações e, em cinco anos, ser uma franqueada modelo para o Brasil. Também faz parte dos meus planos me tornar sócia da franqueadora, em São Paulo”.
Para quem deseja começar, ela tem um conselho: “Não se intimide, não baixe a cabeça, jamais! Nós temos que nos valorizar e nos posicionar sem receio algum, sempre, e aproveitar as oportunidades”.
“Desisti da Nutrição para alugar containers na construção civil. Não poderia ter feito melhor escolha”.
Há cerca de três anos, Sônia Pereira Renero Costa, hoje com 35 anos, queria mudar de vida. Ela morava em Barueri, na Grande São Paulo, não aguentava mais o trânsito caótico da região em que vivia; os baixos salários praticados na área de Nutrição não a estimulavam a atuar na área na qual é formada e o agito da cidade grande era desestimulante. Decidiu, então, procurar outra cidade para viver e encontrou em Indaiatuba, interior de São Paulo, uma boa opção. Mas, como se sustentar numa nova cidade? “Foi assistindo a um programa de negócios na televisão que conheci a Container Segurança. Achei a ideia de alugar containers muito boa. Meu pai sempre apostou em locação de imóveis e como eu não tinha dinheiro para construir casas para alugar, pensei: ‘aí estão minhas casinhas’”.
Sônia estudou o mercado durante dois longos anos antes de comprar a franquia junto com o marido, Israel Costa. Neste meio tempo, teve um bebê e instalou-se definitivamente em Indaiatuba. “Há oito meses, adquiri a franquia e me dediquei completamente a ela”, lembra.
Seu crescimento foi rápido e concreto: já são 92 containers locados e 11 banheiros, em cinco cidades: Indaiatuba, Salto, Itu, Montemor e Elias Fausto (todas no entorno de Campinas). “Sempre tive muito apoio da franqueadora, que oferece suporte completo e treinamentos para que possamos nos desenvolver o tempo todo”, diz ela.
No ano passado, a Container Segurança transformou-se em Grupo Gênio, oferecendo ao franqueado mais uma oportunidade de negócio: uma franquia móvel de locação de equipamentos para a construção civil. Essa será a próxima investida de Sônia. “Pretendo abrir a primeira unidade em três ou quatro meses”, comenta a franqueada.
Sônia diz que concilia bem suas atividades diárias com a maternidade (sua filha tem apenas dois anos). “Quando você investe numa franquia, tem metade dos problemas resolvidos”, diz. Quanto ao ramo ser masculino, ela admite que há alguns pontos em que os homens são realmente imprescindíveis na área de containers. “Você não consegue realizar uma entrega e retirada sozinha porque é necessário carregar o container, mas, é apenas nessa hora. Do restante, cuido tranquilamente”, diz.
O desafio de Sônia é se manter líder em seu segmento, sempre atendendo melhor o cliente. “Você precisa acordar e acreditar que vai dar certo. Precisa fazer dar certo, com pensamentos positivos, dando o máximo de si. Na hora do ‘show’, é necessário responder as perguntas dos clientes em 100%. Aliás, na vida, é preciso ser 100% em tudo!”.
“Queria ter começado antes, porque teria aproveitado mais!”
Ângela Esteves (à direita, na foto), aos 43 anos, pode se considerar uma veterana dentro da rede Água Doce – Sabores do Brasil. Ela trabalhou na franqueadora por alguns anos e, depois, foi gerente de uma das maiores casas da rede, em Ribeirão Preto (SP). Há alguns anos, teve a oportunidade de adquirir a unidade franqueada de Jaú (SP) com uma sócia, Suely Oliveira (na foto, à esquerda), e elas simplesmente tornaram o lugar não só rentável, mas um verdadeiro ponto de encontro da cidade. “Segredo? Não tem segredo, é só trabalho e muita dedicação”, diz Ângela.
Há alguns meses, o franqueado de Limeira, cidade próxima a Jaú, decidiu repassar a franquia e as sócias se interessaram em investir no negócio. Lá se foram elas, de mudança para a nova cidade, encarar o desafio de, mais uma vez, tornar o local rentável. “Eu gosto de Limeira, coloquei minha filha, Júlia, de 12 anos, numa escola pertinho de casa, ela vai andando, podemos almoçar em casa. A Água Doce, aqui, fecha um pouco mais cedo, então, ela até consegue ficar comigo algumas noites, caso precise”, diz Ângela, que já se cansou de ouvir pessoas perguntando sobre como ela dá conta de ser mãe e trabalhar o dia todo e boa parte da noite...
Tocar duas franquias, em cidades diferentes, também é um desafio. “Por isso, a sociedade é tão necessária num negócio como o nosso. Dividimos as tarefas e as viagens se tornam mais fáceis”, explica a franqueada.
O ramo de restaurantes, ainda mais os que envolvem atividade noturna, sempre foi encarado como masculino. A Água Doce surgiu, originalmente, como uma cachaçaria e boa parte de seus franqueados é homem, mas muitos deles operam em família o negócio. “Já estamos na segunda geração e muitas filhas estão assumindo o negócio deixado pelos pais, de maneira competente. É um orgulho para nós”, diz Delfino Golfeto, presidente da rede.
Ângela e Suely não pretendem investir em mais unidades franqueadas, por enquanto. Elas querem é fazer das duas que possuem um sucesso permanente. “O que eu gostaria é de ter começado antes, porque sei que aproveitaria mais!”, finaliza Ângela.