Balanço de franquias em 2016 mostra crescimento do setor: Crescimento acima das projeções da ABF e do PIB reforça a idéia de que o franchising é economicamente confiável
A Associação Brasileira de Franchising divulgou os resultados consolidados do setor no ano de 2016, que culminaram em um crescimento de 8,3% na receita em relação a 2015, um pouco acima da projeção feita pela entidade que apontou um índice de crescimento na faixa de 6% a 8%.
Com isso, o faturamento do setor foi de R$ 139,593 bilhões para R$ 151,247 bilhões. A expansão também aconteceu em número de unidades franqueadas, em 2016 o número de unidades em operação no país totalizou 142.593, uma expansão de 3,1% frente a 2015, quando foram registrados 138.343 pontos de venda (PDVs).
A taxa de mortalidade no ano foi de 5,1%. “Com a retração do PIB e do consumo de forma geral, houve um aumento desse indicador dentro da margem esperada. Além de estar sempre alerta, este é o momento que o empreendedor deve estar próximo à operação e ao franqueador para realizar as ações necessárias com agilidade”, explica Claudio Tieghi, diretor de inteligência de mercado da ABF.
O Brasil manteve o 4º lugar entre os países com maior número de redes de franquia, de acordo com o World Franchise Council. O ranking é liderado pela China, seguida de Coréia do Sul e Estados Unidos:
A mesma posição do Brasil, o 6º lugar, foi mantida na lista das nações com maior número de unidades de franquia em todo o mundo. A liderança, no entanto, é dos Estados Unidos, em 2º lugar está a China e em 3º, o Japão:
Interiorização
A maior capilaridade das redes para cidades menores, fora dos grandes centros urbanos, deverá se manter nos próximos anos. A busca das redes por novos mercados, os custos mais baixos e o desejo dos consumidores em ter acesso a marcas conhecidas e a seus produtos e serviços são fatores que contribuem para esse movimento.”
Nas grandes cidades, a estratégia de expansão também tem avançado para bairros mais distantes dos centros urbanos, por meio de outros formatos de operação. A pesquisa revelou, ainda, a evidência da interiorização, dado que Campinas é a única cidade que não é capital na seleta lista das dez cidades com maior número de unidades no país, com índice de participação de 1,6% na distribuição de unidades entre 2015 e 2016.
Internacionalização de franquias brasileiras
Atualmente 138 marcas nacionais operam em 61 países: 130 possuem unidades e 12 são exportadoras (8 apenas exportam e 4 também possuem unidades lá fora), enviando seus produtos para 80 destinos em todo o mundo. Em 2015, eram 134 redes presentes em 60 nações.
No ano passado, 14 novos países passaram a contar com operações de redes brasileiras: Antígua e Barbuda, Congo, Dominica, Granada, Ilhas Virgens Britânicas, Índia, Israel, Jamaica, Jordânia, Marrocos, São Cristóvão e Neves, Suriname, Tailândia e Turquia. Além disso, 11 marcas brasileiras se internacionalizaram: Acaí Concept, Arquivar – Gestão de Documentos, Colchão Inteligente – Postural, Fast Acaí, Guia-se Negócios pela Internet, Limpidus, Nutty Bavarian, Ronaldo Academy, Sergios, Socila e UPTIME – Comunicação em Inglês.
Para o diretor de inteligência de mercado, “a maior profissionalização, o aumento da competitividade entre as empresas, com a vinda de redes estrangeiras para o Brasil, também têm contribuído para a expansão internacional das marcas brasileiras. E o que podemos observar também é que há certa mudança na cultura exportadora do Brasil, um país que por ter um mercado interno muito grande somente há poucas décadas começou a mirar o exterior”.
Os Estados Unidos continuam liderando a lista dos países com maior número de operações de franquias brasileiras (49). Em segundo lugar está o Paraguai (29) e Portugal (26) em terceiro. Os segmentos mais internacionalizados do franchising brasileiro são Moda, com 27,5% de participação, seguido de Alimentação (15,9%) e Saúde, Beleza e Bem-Estar (14,5%).