Em uma década, quase duplicou o número de mulheres empreendedoras no país que tinham a renda como principal sustento da família. A maioria dessas empreendedoras são mães, apesar da redução do percentual de mães solteiras que trabalhavam por conta própria ou eram empregadoras entre 2004 e 2014, segundo dados do IBGE e Pnad.
De acordo com o levantamento, calcula-se que no Brasil, em 2014, haviam cerca de 3,2 milhões de mulheres empregadoras e trabalhadoras por conta própria, que eram a principal referência na família. O número é quase duas vezes maior que o registrado em 2004, em que mais de 1,8 milhão de mulheres se encaixavam neste perfil.
Atualmente, a mulher ocupa mais espaço nas corporações, pequenas, médias e grandes, provando sua capacidade de empreender e de liderar grandes equipes. No Franchising não é diferente, temos diversas histórias de sucesso de mulheres que começaram seus pequenos negócios e agora administram uma rede com diversas unidades.
O Portal Sua Franquia colheu as histórias de 10 empreendedoras que estão à frente de redes de franquias, verdadeiras histórias de sucesso nos negócios. Confira:
1. Luzia Costa – Sóbrancelhas
Quando criança, brincadeira predileta era fazer as unhas das primas e vizinhas. Mais tarde, se arriscava na aplicação de máscaras naturais para melhorar a pele e no preparo de ceras para depilação. Foi assim, quase que por acaso que Luzia Costa deu os primeiros passos na área de estética, um segmento que, anos mais tarde, provocaria uma reviravolta não apenas em sua vida, mas na de uma dezena de outras pessoas.
A franquia, criada em 2013, na cidade de Taubaté, interior de São Paulo, é o principal negócio criado por Luzia, mas não o único. O primeiro foi um carrinho de lanches que em pouco tempo transformou-se em uma lanchonete instalada na rodoviária da cidade. Embora tivesse vontade e espírito empreendedor, faltava uma gestão personalizada e ela quebrou. Entre uma produção e outra, aproveitou para fazer cursos livres na área de estética, sua verdadeira paixão. O primeiro deles de massagem, com duração de seis meses. Juntou um dinheirinho e resolveu investir em cursos de especialização, entre eles, vários na área de sobrancelhas. De aluna em aluna, ela abriu o Centro de Treinamento Luzia Costa, com aulas para no máximo três profissionais por turnos de duas horas. Foi a fama do Centro de Treinamento que levou a região a buscar profissionais entre seus alunos e, mais do que isso, uma franquia do ramo a pedir ajuda para capacitar a própria equipe. “Foi quando pensei: por que não abrir a minha própria rede de franquias especializada em sobrancelhas?”, afirma Luzia. O centro especializado em embelezamento do olhar e da face Sóbrancelhas - com serviços de design de sobrancelha, alongamento de cílios e depilação com linha – levou quase um ano para ser formatado e abriu as portas em 2013, em um ponto dentro do shopping de Taubaté.
2. Carla Sarni - Sorridents
Pergunte a um recém-formado qual seu maior sonho. A resposta certamente será “adquirir experiência e me consolidar como um ótimo profissional”. Quando o profissional é da área odontológica então, o sonho do consultório próprio vira praticamente senso comum. Essa era uma das vontades da Dra. Carla Renata Sarni, 34 anos, fundadora de uma das maiores redes de franquias de clínicas odontológicas do país, a Sorridents Clínicas Odontológicas. Existiam, porém, outros desejos como oferecer um atendimento odontológico de qualidade, com dedicação, preço justo e acessibilidade. Nascida em Pitangueiras, interior do estado de São Paulo, Carla sempre foi atraída pela área de saúde. Em 1995, a doutora finalizou seu curso e optou por voltar a São Paulo para iniciar sua carreira. Conseguiu uma vaga como dentista terceirizada em um consultório dentário na zona leste da cidade. Em três meses de trabalho, Carla conquistou uma invejada carteira de clientes, por conta do carisma, dedicação e amor à profissão. O mesmo período de tempo foi necessário para que a doutora abrisse sua própria clínica, onde passou a trabalhar em parceria com uma colega de profissão. Nessa época, a dentista ainda cursava sua especialização como cirurgiã buco-maxilo-facial e dividia-se entre São Paulo e Minas Gerais.
O foco sempre foi levar auxílio às pessoas, com a aplicação de tratamentos de qualidade e valores acessíveis de forma que o retorno destes pacientes fosse incentivado. Persistente, a cirurgiã-dentista enxergou naquela época que poderia aliar dois sonhos e alcançar o sucesso: promover saúde bucal a toda a população e ainda fazer com que sua clínica crescesse de maneira significativa. O caminho imaginado e a estratégia adotada deram certo! Em virtude da alta qualidade dos serviços prestados e da concentração do atendimento a todas as necessidades apresentadas pelos pacientes, a demanda aumentou e rapidamente deu-se a necessidade de ampliação do consultório. Como o espaço físico da clínica impossibilitava sua expansão, Carla inaugurou a segunda unidade da Sorridents, no bairro do Tatuapé. O bairro da Penha foi o seguinte a receber uma clínica da marca e, em seguida, aconteceu a construção da sede da rede de clínicas do grupo Sorrident’s, na Vila Císper, bairro carente da zona leste de São Paulo.
Em 2003, a Sorridents Clínicas Odontológicas já contava com 19 unidades em operação. Nesse momento, doutora Carla optou por licenciar sua marca para continuar a expansão. Em 2006, apenas três anos após o início do processo de licenciamento, a cirurgiã-dentista já contabilizava 87 clínicas em operação. Para acompanhar a administração de cada uma das clínicas e padronizar o atendimento, a equipe comandada pela doutora realizou estudos de mercado e de viabilidade do negócio e concluíram que o momento era propício para o início do processo de franchising da marca. Formataram o modelo de negócio e passaram a operar através do sistema, com conversão de todas as unidades licenciadas em franqueadas. Hoje, a Sorridents Clínicas Odontológicas possui 20 anos e fatura em torno de R$ 200 milhões. São mais de 170 unidades em operação em todo o país e, até 2018, a previsão é alcançar a marca de 350 clínicas em operação em todo o território nacional.
De acordo com a Dra.Carla o segredo para o sucesso foi a vontade de ajudar. “Escolhi minha profissão muito cedo e com o passar dos anos descobri que aquela escolha precoce tinha um motivo maior. Eu não estava atrás de status ou de enriquecer. Meu propósito sempre foi auxiliar as pessoas em suas necessidades, independente da condição financeira de cada um. Trabalhei e continuo trabalhando muito, dedico-me e amo o que faço. Acredito que o respeito ao ser humano foi a chave para o meu crescimento profissional”, explica.
A vontade de ajudar levou a Sorridents a democratizar o acesso à saúde bucal para a população carente. Dra. Carla desenvolveu um projeto social para atendimento às crianças carentes por meio do trabalho de dentistas voluntários. Para isso, dois consultórios dentários são mantidos nas favelas da Vila Prudente, na Vila Prudente, e do Pantanal, em São Miguel Paulista, ambas em São Paulo. O projeto visa a instalação de clínicas em outras regiões carentes em todo o país.
3. Adriana Auriemo – Nutty Bavarian
Em 1996, durante uma viagem com a família à Orlando, estado da Flórida, a recém-formada em administração pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, Adriana Auriemo, assistia a um jogo de basquete quando sentiu um cheirinho adocicado que invadia a quadra. No intervalo da partida a brasileira foi atrás do aroma e conheceu os sabores da Nutty Bavarian. A jovem também se apaixonou por aqueles produtos e viu despertar seu lado empreendedor.
Determinada a levar essa novidade para o Brasil, Adriana negociou com o executivo David Brent e conseguiu a licença para trabalhar a Nutty Bavarian com exclusividade na América do Sul. O acordo previa a abertura de cinco pontos em cinco anos na região. Na temporada de inverno daquele ano foi inaugurado o primeiro ponto da marca no país. Localizado em Campos do Jordão, em São Paulo, o quiosque foi um sucesso instantâneo e não demorou muito para ‘tropicalizar’ a linha de produtos acrescentando castanha do Pará e macadâmia. Ainda em 1996 foram abertas outras nove unidades.
A ideia de transformar a marca em uma rede brasileira de franquias surgiu de Adriana, que desde a época da faculdade acreditava e tinha interesse nesse formato de negócio. Uma curiosidade em relação à implantação da marca no Brasil é que o namorado – e atual marido e diretor da rede –, Daniel Miglorancia, achou um absurdo a empreendedora largar a carreira que estava começando para vender “amendoim de luxo”. Formado em engenharia pela Universidade Presbiteriana Mackenzie – onde conheceu Adriana –, Daniel largou o emprego em pouco tempo para apostar também na Nutty Bavarian.
Depois de 20 anos no Brasil, a empresa inaugurou a primeira unidade em março de 2016 nos Estados Unidos no Florida Mall e a segunda no dia 1º de maio, localizada no Outlet Premium da International Drive e entre os meses de julho e agosto serão abertos mais três quiosques, os pontos ficarão localizados em Citrus Park Mall e Brandon Mall, ambos em Tampa, e também será aberto o segundo quiosque no Florida Mall, em Orlando.
A Nutty Bavarian leva para o mercado americano todo o know-how que foi desenvolvido e aplicado no Brasil, mas com uma nova marca, a “The Magic Bavarian Nuts”. Embora seja uma marca originalmente americana e que foi trazida para o País há duas décadas, o modelo de franquia aqui é muito diferente e é justamente por esta razão que a empresa recebeu o convite para levar o “brazilian way” para agregar valor à marca como um todo, e mostrar ao público local suas nuts.
4. Karla Nadir e Marcela Gattaz - Light Food Way
Em 2013, Karla Nadir, 37, formada em relações publicas, foi para São José do Rio Preto assumir a direção de um SPA, quando acabou conhecendo Marcela Gattaz, 32, que já trabalhava lá há oito anos como nutricionista. Tornaram-se amigas e, durante algumas conversas, compreenderam a falta de opções de comida saudável existentes no mercado. Decidiram, então, que era o momento de empreender e lançar uma empresa de qualidade no setor. Hoje, Karla cuida da parte administrativa da empresa enquanto Marcela fica responsável pela nutrição.
A ideia foi criar um lugar que pudesse levar ao público final projetos de emagrecimento e vida saudável. “A minha irmã é a jogadora de vôlei, a Carol Gattaz, que jogou na seleção por anos e atualmente joga no time de Minas. Pela inspiração de seus hábitos alimentares, criamos e colocamos no mercado opções de alimentos prontos e saudáveis de verdade", afirma Marcela.
A nutricionista diz ainda que também perceberam a necessidade da criação de um "SPA em casa", para pessoas que não têm tempo ou dinheiro para esse tipo de serviço. Com isso tudo na cabeça, pensaram nas empresas que só vendiam congelados, harmonizaram tudo e criaram a própria marca.
Desta maneira, nasceu a Light Food Way, com a proposta de atender às necessidades do mercado, para quem busca qualidade de vida e praticidade diante do corre-corre do cotidiano. A empresa, que hoje tem três anos, entrou para o sistema de franquias em 2015, quando faturou R$600.000. Uma média de R$50.000 por mês.
A expectativa é conseguir chegar a 30 unidades nesse ano, levando a ideia de vida saudável ao maior número possível de pessoas, através da expansão da marca e mostrar a todos que através da alimentação saudável, a saúde com certeza melhora.
5. Francielli Gonçalves – Eu Magro
Tanto no Brasil como no mundo, o número de pessoas acima do peso ou obesas aumentou consideravelmente nos últimos anos. Muitos adultos e crianças sofrem e até adoecem pelo excesso de peso, era o caso da psicóloga Francielli Gonçalves. A psicóloga, que sofria por causa do excesso de peso, desenvolveu para ela técnicas de emagrecimento através de tratamentos psicológicos, nutricionais, estéticos e exercícios físicos e após emagrecer 20kg com o método, resolveu levar essa solução para outras pessoas e criar a Eu Magro, rede de clínicas para emagrecimento, que espera faturar mais de R$1,2 milhão.
Fundada em 2014 e com sede em Cascavel (PR), em abril desse ano a empresa iniciou seu processo de expansão e disponibiliza três modelos de franquia: Eu Magro Compact, Eu Magro Plus e Eu Magro Master. A rede oferece todo treinamento e suporte para o franqueado, para que ele ofereça o melhor tratamento e aplique as melhores técnicas para cada paciente. Para adquirir uma franquia Eu Magro, o empreendedor investirá a partir de R$ 50 mil.
O mercado em que a rede atua é promissor por diversos motivos, o primeiro deles é o alto número de pessoas acima do peso e obesas. A fundadora da Eu Magro ressalta que nos últimos 40 anos observou-se um aumento sem precedentes no número de adultos obesos em todo o mundo, “De 105 milhões de obesos em 1975, agora contamos com 640 milhões de obesos. Se a tendência atual continuar, cerca de um quinto dos adultos serão obesos até 2025.“ Outro motivo é o aumento da preocupação do brasileiro com qualidade de vida e bem estar, colocando a preocupação com saúde sempre em primeiro lugar.
6. Ana Virgínia Falcão - Clube Turismo
A Clube Turismo iniciou seu processo de expansão em 2008, quando Ana Virgínia Falcão e Uirá Lima, fundador da empresa e atual Diretor de Marketing, idealizaram juntos os modelos de negócio que são praticados até hoje: “No início não tínhamos uma equipe, tudo era idealizado e executado por nós. Aos poucos, com o crescimento do projeto, novas pessoas foram sendo incorporadas”, comenta.
Em um mercado predominantemente masculino, a CEO da Clube Turismo habituou-se a estar entre as poucas mulheres no palco das premiações recebidas pela franquia, como o prêmio Melhores Franquias, promovido pela Revista Pequenas Empresas e Grandes Negócios (PEGN) e o Selo de Excelência em Franchising (SEF), concedido pela Associação Brasileira de Franchising (ABF).
“Participamos das premiações da ABF desde 2012 e desde 2013 recebemos a premiação da PEGN. Nestas ocasiões me foi possível perceber que o número de mulheres líderes está sim em crescimento, porém, a presença masculina ainda possui maior expressividade.”
Ana Virgínia Falcão lidera atualmente uma equipe de 22 profissionais responsáveis por prestar suporte aos mais de 400 franqueados da Rede, em todo o Brasil: “Assim como nas nossas unidades, a presença feminina é bastante forte na Matriz, quatro dos seis setores da empresa são supervisionados por mulheres. Entre as nossas franquias, temos um maior número de mulheres como consultoras Home Office, este ano a marca realizou uma campanha específica para aumentar a adesão deste público.”, finaliza.
Ao longo de sua história no franchising, a Clube Turismo coleciona importantes reconhecimentos: é detentora de cinco selos de Excelência em Franchising (SEF) concedidos pela Associação Brasileira de Franchising (ABF), conquistados consecutivamente, também detém a pontuação máxima, cinco estrelas, recebida por três anos consecutivos através do prêmio ‘Melhores Franquias’, concedido pela Pequenas Empresas e Grandes Negócios (PEGN), todos conquistados sob a liderança de Ana Virgínia.
7. Letícia Penna – Sapatilha na Sacola
A Sapatilha na Sacola nasceu através da veia empreendedora de sua fundadora Letícia Penna. Vendedora nata, essa veia, comum nos criadores de grandes ideias, pulsava forte sempre que enxergava algo com que pudesse trabalhar, desde sua adolescência. Vamos deixar com vocês, a história contada pela protagonista.
“Aos 12 anos, a fácil comunicação era meu único capital. Conheci uma senhora, vendedora de maquiagem. A tal senhora vendia batons através de um grande estojo vermelho, cheio de maquiagens, o que encheu meus olhos, como menina vaidosa que sempre fui. Um verdadeiro fascínio. Eu sabia que meus pais me comprariam um, se eu pedisse com jeitinho e esperasse o tempo certo, mas não. Queria comprar por conta própria, e teria que ser aquele estojo! Assim, pensei: e se eu vender esses batons? Eu posso até ter o estojo todo.
De repente e sem aviso, em uma manhã, apareci com a senhora quase desconhecida na sala de minha casa. Nunca vou me esquecer do rosto estarrecido daquela mulher que tentava, meio sem graça, justificar à minha mãe o porquê da visita inesperada. A visita tinha o intuito de pedir o aval para que me tornasse vendedora de maquiagem daquela senhora. Não só ganhei a autorização, como também o apoio de minha mãe.
O negócio começou desta forma, a custo zero. O tal estojo vermelho ia parar em minhas mãos, só teria que completar oito vendas. Como todo vendedor que se preze, acionei minha rede de contatos e amizades e em uma semana ultrapassei meu objetivo inicial. Fiquei com tão sonhado estojo vermelho! Na verdade, não era apenas um estojo, era uma oportunidade de ter algum dinheirinho, mais que isso, de ter um objetivo. Esta foi a primeira. Depois disso, não parei mais.
A próxima empreitada foi na escola. Todas as alunas, mas principalmente as professoras e funcionárias da escola faziam parte do meu público-alvo. Fui vender sabão. Sim, sabão! Além dos cadernos, levava em minha mochila, uma bucha e o produto. Com um pouco de vergonha, tenho que contar que chutava as paredes da escola para chamar a atenção das professoras, que, imediatamente, vinham reclamar do feito. Esse era o objetivo, pois assim poderia demonstrar a eficiência do meu produto, que limpava a parede instantaneamente. O sabão era realmente muito bom e, assim, a venda estava feita. Fizemos muito sucesso na escola e as vendas aumentaram. Digo ‘fizemos’, pois nessa época já se praticava o tal marketing multinível, apesar de ninguém saber que este era o nome e eu, com 15 anos, cheguei a ter mais de dez pessoas em minha equipe, vendendo sabão.
A minha busca pela grande oportunidade continuava, e eu tinha certeza que um dia ela chegaria. Pegava o lucro das vendas e investia. Depois do sabão na escola, vieram as roupas femininas, que eram vendidas nos intervalos. Retirávamos o espelho do banheiro feminino e colocava no aparador da lousa, fechava as cortinas e a porta da sala que, agora, se transformava em provador para minhas clientes. Ficava na porta com um caderno anotando e recebendo as vendas do dia! Continuava estudando e até passei em um concurso público. Era a oportunidade certa?
Seguir carreira, pensar na aposentadoria? Não foi isso o que ocorreu. Eu acumulava duas funções, pois a tal veia empreendedora pulsava fortemente. Depois que terminava as reuniões do trabalho, demonstrava chapas para grelhar alimentos. Ora, o universo que estava era feminino e o eterno assunto era ‘dieta’. Ficou claro que eu não conseguiria abandonar meu lado ‘vendedora’.
Depois das makes, sabões, roupas e até panelas, fui à faculdade. Percebi que, na faculdade, não havia sequer uma Cantina. Pronto, encarei, mais uma vez, como uma oportunidade. Enchia a bolsa de chocolates e ia para a faculdade vender bombons. Não deu certo, chocólatras não servem para vender bombons!
Já com 26 anos, mais adulta, porém intrépida, cheguei da rua hora do almoço sem o único carro que conquistara. ‘Letícia o que é que você fez dessa vez?’ Perguntava meu assustado e austero pai. Vendi, para abrir uma empresa de serviços! Mesmo depois de quase três anos de trabalhando duro juntamente a dois sócios, o que sobrou foi experiência. E lá se foi o carro!
Como não podia ser diferente, a profissão na área comercial se fortaleceu, o que me possibilitou conhecer várias localidades. Houve um momento, no auge da carreira comercial, em que as dificuldades indicaram um caminho a ser percorrido, mas, para isso, eu precisaria ‘descer do salto’. Preferi calçar lindas sapatilhas que, além de beleza, trazia o conforto que precisava para encarar aquele momento de luta e perseverança.
O primeiro elogio pelo bom gosto nos pés me animou, porém, no segundo elogio, e este não veio sozinho e sim acompanhado de: ‘traz um pra mim também?´, eu percebi que nascia agora uma nova história. Pronto! O empreendedorismo pulsou forte em minhas veias mais uma vez. Saquei meu único meio de pagamento disponível na época, e resolvi calçar a oportunidade com sapatilhas. Mas, como tudo que fiz, tentei fazer da melhor maneira possível, percebi que as pessoas adoram um bom atendimento primoroso e, principalmente, algo exclusivo, portanto levando os modelos até a casa da cliente, conseguia atender as necessidades de todas. As redes sociais fizeram uma excelente ponte entre a Sapatilha na Sacola e nossas clientes satisfeitas. O sucesso foi inevitável!
Surge assim, a Sapatilha na Sacola. O negócio desperta grande interesse nas pessoas e, claro, a veia não parou de pulsar. Porém, agora ela pulsa por "compartilhar a oportunidade" com pessoas que, assim como eu, sempre buscaram trilhar o caminho com seus próprios pés, sem precisar de salto alto. Vai uma Sapatilha aí?”.
8. Patricia Zocchio - Experimento Intercâmbio Cultural
Patricia Zocchio é CEO da Experimento Intercâmbio Cultural e um grande exemplo de empreendedorismo feminino. Ao seu lado no comando da rede de franquias, tem as duas irmãs mais novas, uma diretora de produtos a outra diretora financeira. A história da Experimento começou com a mãe delas, Marie Elisabeth Zocchio, que antes de ter criar a Experimento fundou e consolidou o tradicional colégio Pueri Domus. Trata-se de uma personagem interessante para empoderamento feminino em várias gerações de mulheres e também de dedicação ao segmento de educação.
Com mais de 50 anos de experiência no Brasil e 84 anos no mundo, a Experimento é a maior rede especializada exclusivamente em intercâmbio cultural do País. Eleita por cinco anos consecutivos a melhor agência de intercâmbio da América Latina pelo Star Awards for International Education, é a única a alcançar o posto de Super Star, título vitalício em excelência. A rede possui mais de 35 lojas no território nacional, oferecendo solução completa em educação internacional, que incluem a oportunidade de estudar ou trabalhar no exterior, em mais de 30 países. Entre os produtos oferecidos estão High School, Cursos de Idiomas, Au Pair, Programas de Férias, Trabalhos remunerados no exterior, Programas Universitários e Profissionalizantes, passagens aéreas internacionais, assistência viagem e muito mais.
9. Jeane Moura – DNA Natural
A trajetória da DNA Natural, maior rede de franquias de alimentação saudável do país, começou no ano de 2007 quando a empreendedora Jeane Moura visualizou no mercado de alimentação saudável uma grande oportunidade de negócio. Florianópolis foi a cidade escolhida para receber a primeira loja da marca e o sucesso e aceitação foram imediatos.
Com o lema “Ser saudável está no seu DNA”, em menos de um ano, a segunda unidade foi aberta na Lagoa da Conceição, um dos bairros mais tradicionais de Floripa. Já a terceira operação foi desenvolvida no formato de quiosque no Beiramar Shopping, um dos mais antigos e movimentados da região.
Em 2009, a empresa era constantemente procurada por empresários e franqueados em potencial com interesse em abrir unidades com o conceito de lifestyle em diferentes cantos do país. Nesse momento, Jeane Moura realizou estudos de mercado e iniciou a formatação da marca para o sistema de franchising. A primeira franquia foi inaugurada em dezembro de 2010. A partir daí o crescimento seguiu de forma estruturada por todo o país.
Atualmente, a DNA Natural possui 60 unidades pelo Brasil divididas em seis formatos de negócios: Natural Express (quiosque); Natural Food (exclusiva para shopping); Natural Bistrô (restaurante), Food Truck, delivery e container.
Em seus restaurantes, a DNA Natural conta com o mais completo cardápio voltado para alimentação saudável e produtos naturais. Desde o início da operação, a massa do wrap exclusiva e as pressatas (produto patenteado) eram alguns dos diferenciais que agradavam os consumidores. Além disso, o menu era composto por saladas, açaí e sucos terapêuticos (eleitos por cinco anos consecutivos como O Melhor Suco pela revista Veja Santa Catarina).
Com o passar do tempo e o conhecimento das necessidades dos clientes, a empresa identificou que muitos frequentadores das lojas eram também atletas e praticantes de atividades físicas. “Para atender o público que não abre mão de sabor sem perder nutrientes e incentivar a busca por bom condicionamento físico, a DNA Natural lançou a Linha Fitness e acrescentou os produtos com Whey Protein, suplementos que oferecem benefícios para a saúde das pessoas que os utilizam corretamente”, explica Fernanda Souza Lima, gerente de produtos da rede. A maior parte do público das lojas é composta de pessoas com hábitos saudáveis, atletas, principalmente entre 20 e 50 anos.
Entre os produtos mais vendidos em toda a rede estão o wrap nos sabores de frango, camarão, tomate seco e mussarela de búfala; saladas de salmão e caprese; omelete mignon; pressata marguerita; sanduíche natural de atum; tigela de açaí com banana, além do mini wrap de morango com chocolate. Os sucos em destaque são Termogênico, Drenagem, Emagrecedor, Energia e Energia Fit.
Para garantir a qualidade, os treinamentos envolvem franqueados, funcionários e parceiros para garantir os melhores resultados e equipes capacitadas para seguir a risca a padronização da empresa. O controle acontece periodicamente com visitas técnicas com foco em processos e segurança alimentar, além do programa de cliente oculto – que verifica o atendimento, produto e identidade visual pela visão do consumidor.
Como mérito pela qualidade do trabalho e produtos oferecidos, a DNA Natural conquistou alguns prêmios como Top Of Quality de Responsabilidade Social e Cultural; Melhor Suco eleito pela Veja Santa Catarina por cinco anos consecutivos; além de uma indicação da Veja Comer & Beber em Belo Horizonte.
10. Vanessa Silveira - Clínica Vanessa Silveira
O desejo de empreender, aliado à paixão pela área de beleza motivaram a empresária Vanessa Silveira a criar a primeira empresa do Brasil especializada em micropigmentação estética e paramédica, a Clínica Vanessa Silveira. A inspiração para o negócio surgiu durante uma viagem à Europa, onde conheceu o método que revolucionou o segmento de estética no País, capaz de corrigir características como calvície, falhas nas sobrancelhas, camuflar manchas de vitiligo e desenhar aréolas em mulheres que passaram pela mastectomia (retirada das mamas). A empresa fundada em 2008, já conta com 12 clínicas em operação no País e uma no exterior, e tem expectativa de chegar a 25 unidades até dezembro.
Formada em Relações Públicas pela PUC (Pontifícia Universidade Católica), no Rio Grande do Sul, a paixão de Vanessa Silveira pela área de estética falou mais alto. Ao trabalhar no setor comercial de uma grande emissora de tv e perceber as necessidades das colaboradoras da empresa, começou a dar os primeiros passos em direção ao empreendedorismo, com a criação de um curso de Etiqueta Corporativa, para ensinar mulheres a se maquiar e como se portar no ambiente de trabalho.
Após essa primeira experiência em lidar com a autoestima das pessoas, Vanessa decidiu que o segmento de beleza era realmente a área em que desejava atuar. Em uma viagem ao exterior, conheceu as técnicas de micropigmentação estética e paramédica, procedimentos muito populares na Europa. Após uma capacitação intensa no exterior, com a realização de diversos cursos, se tornou mestre em micropigmentação e decidiu abrir a primeira empresa especializada nessas técnicas, do Brasil.
Após o sucesso da Clínica Vanessa Silveira, o desejo de expandir o negócio para todo o Brasil, levou a empresária a investir na formatação da franquia, que oferece dois modelos de negócio: a Light, modalidade com investimento de R$ 65 mil e faturamento mensal médio de R$ 30 mil, e a Full, com investimento inicial de R$ 135 mil e faturamento de até R$ 70 mil por mês.