Com o anunciado crescimento da procura por franquias -como alternativa de investimento ou opção de renda durante a crise-, fica a pergunta: em qual segmento investir?
Para responder a essa dúvida com que se deparam os empreendedores, a Folha ouviu 14 especialistas em áreas como empreendedorismo, gestão, mercado e consumo, a fim de identificar os nichos menos vulneráveis à crise atualmente.
Alimentação, saúde, cosmético, educação e informação estão entre os ramos que deverão ser menos afetados, segundo os consultores. Já turismo e moda (calçados, vestuário e acessórios), embora bem avaliados por parte deles, receberam sinal amarelo.
Apesar da apreciação em parte positiva, é preciso ter cautela. "O momento é adverso para abrir um negócio", pondera o economista do Sebrae-SP (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas) Pedro João Gonçalves.
Há consenso sobre a tendência de redução de consumo e demanda. O consumidor deve cortar supérfluos, migrar de marcas mais caras para mais baratas e adotar atitude mais racional de compra, independentemente do segmento.
"Claro que há exceções, mas em 2009 e em 2010 a demanda estará mais fraca, e os gastos serão direcionados ao essencial. A perspectiva só é mais favorável no médio prazo", analisa Douglas Uemura, economista da LCA Consultores.
Crescimento
Mesmo com o cenário incerto, continua crescendo o número de consultas de interessados por franquia -que já havia registrado saldo positivo no final do ano passado e em janeiro de 2009.
Ricardo Camargo, diretor-executivo da ABF (Associação Brasileira de Franchising) -que afirma ter registrado incremento de busca por informações da ordem de 25% em janeiro e fevereiro-, avalia que alimentação, acessórios e calçados estão em alta, ao lado de turismo interno.
As empresas ouvidas pela Folha também estão otimistas. O grupo BFFC, dono da rede Bob's e gestor da KFC, investirá na expansão do Bob's e deverá trazer a marca de "hot dog" chilena Doggis para o Brasil, para, em médio prazo, virar franquia.
Também deve franquear o KFC a partir de 2010. "Já estamos recebendo propostas de possíveis franqueados", afirma Antonio Detsi, diretor administrativo financeiro.
Bon Grillê e O Boticário -que também atuam nas áreas bem cotadas- têm planos de expansão e registram crescimento na procura por franquias de suas lojas após a crise.