A participação de um pequeno e crescente número de empresas no Exterior vem ganhando destaque e Angola parece ter caído no gosto dos investidores brasileiros, donos de franquias de diferentes setores da economia. Para Ricardo Camargo, diretor-executivo da Associação Brasileira de Franchising (ABF), a expectativa é fechar 2009 com 65 novas empresas espalhadas pelo mundo afora, contra um total de 58 que expandiram seus negócios no mercado externo este ano. "Ao todo são 42 países que contam com nossas marcas. Só em Angola são 18 delas. No entanto, Portugal ainda assume a liderança, seguido pelos Estados Unidos, México e Espanha".
O motivo, segundo estudo da Apex-Brasil,pode ser explicado pelo novo período por qual passa o país. "Após 26 anos de guerra civil, Angola vive um período de reconstrução da sua infra-estrutura, com o comércio de bens e serviços em franca expansão", relata o documento, que mostra ainda que entre 2004 e 2007, a corrente de comércio entre Brasil e Angola evoluiu 500%, atingindo a soma de pouco mais de US$ 2 bilhões no final desse período. Isto corresponde a US$ 945 milhões de importações brasileiras oriundas de Angola e US$ 1,2 bilhão de exportações brasileiras destinadas a esse mercado, sendo 89% de produtos manufaturados.
A Mister Sheik, rede de franquias de fast-food especializada em comida árabe, fechou recentemente sua primeira franquia em Luanda, Angola. De acordo com a empresa, a decisão da internacionalização veio depois que a administração do primeiro shopping da cidade fez uma proposta à Mister Sheik para a instalação de uma loja, já que também havia um investidor interessado em abrir uma franquia na área de alimentação.
O investimento realizado para compra da primeira franquia internacional da Mister Sheik foi de aproximadamente R$ 700 mil para uma loja de 50 metros quadrados. Este ano, a meta da Mister Sheik é partir para uma expansão bem menos acelerada, porém muito mais profissional. Estão previstas oito novas lojas no plano de expansão deste ano, principalmente na capital e interior de São Paulo, no Estado do Paraná e na região Norte do país.
A escola de informática e qualificação profissional, BIT Company também está lá. De acordo com a empresa, o projeto de expansão na República de Angola está apenas se iniciando em Luanda. A rede BIT Company tem como objetivo implantar, pelo menos, mais uma unidade em cada uma das 18 províncias do país nos próximos anos.
"Sem dúvida, participar deste momento de retomada da nação Angolana é muito importante para nós e cria inúmeras possibilidades de atuação nos diferentes segmentos da educação profissionalizante no país", finaliza Cristina Franco, sócia-diretora da Rede BIT Company.