A rede de ensino de idiomas CNA receberá investimentos de R$ 135 milhões da Actis, fundo de private equity com atuação exclusiva em mercados emergentes. Pelo acordo fechado entre as duas empresas, a Actis terá participação minoritária relevante na rede CNA. O aporte permitirá ao CNA acelerar o seu processo de crescimento em todo o território nacional de forma orgânica: a expectativa é chegar a mil unidades em operação até 2018.
Atualmente, o CNA conta com 501 unidades em operação e mais 200 unidades já comercializadas em processo de implementação/inauguração. “Aquisições são uma possibilidade, desde que o portfólio de marcas apresente sinergia e melhorias para os franqueados e para o consumidor final. Nosso objetivo é duplicar o porte da empresa nos próximos cinco anos”, afirma Décio Pecin, atual Sócio-Presidente da rede. “Vamos estabelecer um dos melhores padrões de governança corporativa do setor de franchising no Brasil”, acrescenta o executivo.
O segmento de escolas de idiomas é um dos que mais cresce no país, estimulado pelo aumento da nova classe média brasileira e pelo mercado de trabalho aquecido. A realização dos maiores eventos esportivos mundiais - Copa do Mundo 2014 e Jogos Olímpicos 2016 –, também motivam o interesse pelo aprendizado da língua, criando a necessidade de melhor qualificação profissional. Esse foi um dos motivos que levou a Actis a investir no CNA.
“A Actis tem forte expertise na área educacional, apoiando a tendência de consumidores de mercados emergentes de assegurar melhor qualidade de vida no futuro por meio do investimento em educação. A Actis tem atualmente investimentos bem sucedidos de US$ 360 milhões no setor educacional, como na Ambow, PSE e Grupo EIC, na China e Universidade Cruzeiro do Sul, no Brasil. O investimento no CNA está em linha com a visão da Actis no mercado de educação, de oferecer elevado padrão de ensino. Cada vez mais as empresas valorizam profissionais que sabem falar inglês e há pouca oferta nessa área no Brasil para uma demanda crescente. Reconhecido no mercado, o CNA tem forte potencial de expansão”, afirma Patrick Ledoux, sócio da Actis. Parte do investimento virá do novo fundo global da empresa, o Actis 4.
Em 2011, o CNA registrou faturamento de R$ 651 milhões de reais e crescimento médio de 25% junto aos consumidores diretos e investidores interessados em abrir um novo negócio.
Mesmo após a realização da Copa do Mundo e das Olimpíadas, o mercado continuará sendo bem avaliado pelos empresários, aposta Pecin. “Durante a primeira fase da crise financeira internacional, entre 2008 e 2009, o setor continuou em expansão. Hoje, o cenário de instabilidade econômica persiste e ainda assim o franchising brasileiro continua crescendo. Nosso desafio para os próximos anos é continuar com crescimento real, sempre na casa dos dois dígitos”, comenta o executivo. No ano passado, o negócio de franquias cresceu 16,9%, com faturamento de R$ 88,8 bilhões, segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF). No mesmo período, o PIB brasileiro registrou aumento de 2,7%.
O valor inicial para a compra de uma franquia tradicional do CNA varia de R$ 100 mil a R$ 300 mil, dependendo do porte da unidade, e o retorno do investimento é conquistado em até dois anos. De acordo com o novo sócio-presidente da rede, a maior parte dos franqueados recebe esse retorno muito antes do prazo. “Cerca de 70% das novas escolas inauguradas atingem o ponto de equilíbrio quatro meses após a abertura”, conta Pecin.
Mudanças na Gestão
Além dos investimentos, o CNA terá também uma importante mudança na gestão da rede: Décio Casarejos Pecin assume como sócio-presidente do CNA, com participação minoritária na rede. O executivo tem duas passagens pelo CNA e ocupava a vice-presidência desde 2010, quando iniciou o processo de reestruturação da empresa. Décio tem como principais desafios dar continuidade ao aperfeiçoamento da gestão do CNA, bem como ao plano de expansão e valorização da marca.
Contador, administrador de empresas com especialização em Economia e MBA em Gestão Empresarial e professor de Economia e Gestão Financeira, Décio tem formação acadêmica em instituições como PUC-SP, FEA-USP e FGV.
Luiz Gama, fundador do CNA, permanece na rede e assume a presidência do recém-criado Conselho de Administração. O empresário comandou a operação do CNA desde a sua criação em 1973, no Rio Grande do Sul, até o momento.