O faturamento das franquias de escolas de idiomas cresceu 11% em 2011, ultrapassando R$ 3 bilhões. Elas são responsáveis por 54% do ganho das franquias de educação, segundo a ABF – Associação Brasileira de Franchising.
A posição de destaque do Brasil na economia mundial e a internacionalização de muitas empresas brasileiras têm aumentado a necessidade do segundo idioma na vida profissional e feito crescer a procura por cursos de línguas voltados para negócios.
Dentro desse segmento, as escolas oferecem cursos de curta duração, que apostam na flexibilidade de horários para conquistar alunos, e cursos setoriais, que dão ênfase ao vocabulário de áreas específicas, como petróleo e gás. Há unidades com investimento inicial a partir de R$ 40 mil. O especialista em franchising Adir Ribeiro, presidente da Praxis Education, empresa de consultoria e educação corporativa, diz que é recomendado que o franqueado tenha conhecimento em idiomas ou em educação, mas que isso não é obrigatório.
"As franqueadoras de cursos de idiomas oferecem suporte pedagógico, que inclui desde os materiais didáticos até o perfil dos professores que devem ser contratados", afirma.
Abrir uma franquia de educação, entretanto, é um investimento grande e exige alguns cuidados do empreendedor. "No início da operação, é necessário um plano de ações bem estruturado, com foco em vendas. O empresário tem de ter paixão por educação e por servir ao outro, sem descuidar da gestão do negócio", declara.
Concorrência é grande, mas é possível se destacar
Ricardo Camargo, diretor da ABF, diz que o aumento do poder aquisitivo da classe C também impulsiona as franquias de escolas que oferecem cursos rápidos de inglês e espanhol voltados para negócios. Isso tem favorecido, inclusive, a inauguração de unidades em regiões mais afastadas dos centros das cidades.
“Lugares que antes não eram considerados para a instalação de franquias, como as periferias, agora passam a ser o foco. Os cursos rápidos são uma boa opção para quem não teve oportunidade de estudar outra língua desde a infância e precisa do conhecimento para já”, afirma.
Cursos de curta duração ou com vocabulário específico são maneiras de se diferenciar da concorrência, que é acirrada no segmento. Dados da ABF apontam que, em 2011, eram 73 marcas de franquias e mais de seis mil unidades de escolas de idiomas em todo o país.
Outra forma de encarar os concorrentes e garantir uma clientela fiel é estreitar o relacionamento com empresas que exigem a segunda língua de seus funcionários. “Firmar parcerias e convênios com empresas da região e faculdades é uma boa estratégia para ganhar mercado. As franqueadoras, normalmente, possuem políticas que orientam os franqueados sobre isto”, diz Camargo.
Invista no seu público-alvo
O empreendedor Flávio Augusto sabe bem como se destacar da concorrência. Ele é presidente das franquias de cursos de inglês Wise Up e You Move, mas já chegou a ter mais duas marcas de ensino de idiomas em sua empresa, o Ometz Group. Nos últimos dois anos, a média de inaugurações do grupo foi de uma escola a cada três dias.
Ele explica como é possível aproveitar diferentes oportunidades dentro de um mesmo segmento. “De acordo com pesquisas, não mais do que 3% da população brasileira fala inglês, ou seja, a demanda é muito maior do que o que podemos ofertar. As marcas Wise Up e You Move buscam públicos distintos, a primeira com foco nas classes A e B e a segunda com foco nas classes B e C. Assim, tanto o desenvolvimento do produto quanto as ações de marketing são pensadas de acordo com este posicionamento”, afirma.