A boa presença dos pontos-de-venda da locadora entre os consumidores das classes A e B é o maior atrativo da aquisição realizada pela Lojas Americanas
Por Ingrid Aguiar
Explorar o mercado de locação de vídeos não é o grande objetivo da Lojas Americanas, ao comprar a BWU Comércio e Entretenimento S/A, sub-franquia que explora a marca Blockbuster no Brasil. Para os analistas, o negócio anunciado quarta-feira (24/1) ajudará a varejista a expandir sua rede Americanas Express – bandeira que conta com lojas menores, de aproximadamente 250 metros quadrados, seguindo o conceito de lojas de bairro.
Para o analista de consumo da corretora Ágora, Antônio Heluany, a Americanas deve agregar os serviços da locadora com o conceito de loja da Americanas Express, cujo tamanho médio é bem semelhante ao dos pontos da locadora de vídeos. ""O mais importante na transação foi a aquisição dos pontos 127 pontos-de-venda da Blockbuster, todos localizados em bairros de classe A e B"", diz Heluany.
O analista do Banco Fator Márcio Kawassaki lembra que as lojas adquiridas eqüivalem a um crescimento de 54% no número de pontos da Lojas Americanas em geral, e esse incremento vem de pontos com localização nobre. Quanto ao ingresso do grupo no mercado de locação de filmes, Kawassaki afirma que a Americanas fez um negócio seguro. ""Eles vão ingressar em um mercado onde nunca atuaram como uma marca já bastante conhecida, mas não creio que vão ficar focados só em locação de filmes, isso deve se tornar um complemento"", diz. O analista também avalia como positiva a possível sinergia com as operações online da locadora.
Os detalhes da transação ainda não foram revelados pela Americanas. Procuradas por EXAME, tanto a Americanas, quanto a BWU, não quiseram se manifestar. De acordo com o comunicado divulgado à imprensa nesta quarta-feira (24/1) pela Lojas Americanas, a operação tem por objetivo estratégico a aceleração do processo de expansão da companhia e a oportunidade de crescimento através da ampliação da oferta de novos produtos e serviços aos clientes.
De acordo com Kawassaki, o valor da compra, de 186,2 milhões de reais não deve pesar para a varejista, que hoje vale cerca de 9 bilhões de reais na Bovespa. Segundo ele, a empresa tinha 800 milhões de reais em caixa no dia 30 de setembro e esse valor tende a aumentar no último trimestre do ano.
Fonte: Portal Exame