A formação de redes de apoio tem contribuído para que mulheres se fortaleçam para enfrentar os desafios de ter o próprio negócio. A sororidade é um diferencial do empreendedorismo feminino. São nesses espaços que elas podem compartilhar experiências, encontrar acolhimento, buscar inspiração, além de realizar parcerias de negócios que nascem de relações de amizade e confiança.
A coordenadora nacional do Sebrae Delas, Renata Malheiros, explica que as redes de apoio podem ter vários significados – incluir desde um suporte na criação dos filhos até mesmo um ambiente para construir relações de negócios ou, ainda, para desenvolver conexões para a vida.
"O networking é mais comum para fazer contatos profissionais, mas também existe o netweaving, que inclui relacionamentos mais humanizados e trocas para o desenvolvimento pessoal. De uma forma mais ampla, as redes de apoio estimulam o empreendedorismo ao dar um suporte a essa mulher empreendedora que, no dia a dia, geralmente é sobrecarregada com atividades extras, principalmente relacionadas à economia do cuidado." Renata Malheiros, coordenadora nacional do Sebrae Delas.
Ninguém solta a mão de ninguém
No município de Figueirão, no estado do Mato Grosso do Sul, a empresária Eliane Alves é mãe de dois filhos, comanda uma loja de utilidades domésticas e é presidente da Associação Comercial local. Ela conta que, a partir da associação, criou-se um grupo de mulheres empreendedoras que estimula o empreendedorismo na região.
Além de reuniões, o grupo também realiza palestras e ações diversas, inclusive em Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) da cidade e de municípios vizinhos, com o objetivo de atrair a atenção de mulheres em situação de vulnerabilidade para a importância do empreendedorismo feminino.
“Eu vejo que muitas mulheres se autossabotam e, com as palestras, contamos histórias para inspirá-las a acreditarem mais em si. Então, nós pegamos na mão dessas mulheres e as ajudamos em situações difíceis, inclusive financeiramente, e até em conflitos com os maridos que não querem que a esposa participe das atividades”, comenta.
Segundo Eliane, o que é feito pelo coletivo é capaz de transformar muitas vidas. “Eu falo muito para elas que empreender não é apenas relacionado ao negócio, mas impacta a sociedade como um todo.” Ela ressalta que é um trabalho com o propósito de empoderar mulheres para ocuparem diferentes espaços. “Digo sempre que quando Deus dá a oportunidade de conquistar algo, você tem que olhar para trás e estender a mão para que outras mulheres possam trilhar esse caminho”, complementa.
Fonte
Agência Sebrae