Meio século. Essa é a idade da Sigbol, escola de cursos profissionalizantes de moda. Como uma “senhora madura”, a empresa familiar está em sua segunda geração. Durante esses anos, o negócio enfrentou muitos desafios, como por exemplo, a avalanche de produtos chineses que desembarcaram no Brasil nos anos 90. Isso diminuiu o interesse do público pelo mercado têxtil brasileiro. Quando Aluizio de Freitas assumiu o cargo de diretor, em 1996, a empresa tinha algumas dívidas e o desafio de reinventar a marca. Com uma nova visão de mercado, o empreendedor conseguiu sanar todas as contas e levar o faturamento da empresa para casa de milhões.
A família de Aluizio começou a empreender a partir de um encontro oportuno. Seus pais, Carmen Aparecida de Freitas e Aluízio José de Freitas, eram presidentes da Associação de Pais e Mestres (APM) de um colégio de São Paulo e queriam organizar aulas de corte e costura para os pais de alunos. Então, saíram em busca de formas de simplificar o processo. Foi nesse momento que a Dona Elvira Nunari entrou em cena. Italiana, modista, que vendia encartes e livretos ensinando a confeccionar roupas, foi responsável pelo desenvolvimento de um método simples de corte e costura.
Conhecida como “Siga as Bolinhas”, a técnica, que dava nome à editora Sigbol, era similar às tradicionais atividades de ligar os pontos. Assim, os alunos tinham as distâncias e coordenadas determinadas para fazer cada molde de roupa. No final dos anos 70, a empreendedora vendeu os direitos da sua marca para os pais de Aluizio. Com o tempo, a família Freitas desenvolveu e passou a investir também em cursos profissionalizantes, em uma escola situada na Vila Mariana.
As viradas
“A década de 90 foi muito ruim para a confecção. As indústrias nacionais não tinham como concorrer com os produtos chineses”, afirma o diretor. Com o mercado difícil, Aluizio estava desacreditado, mas, mesmo assim, resolveu investir em um plano ambicioso: inaugurar novas unidades para contemplar outras regiões de São Paulo. “A locomoção pela cidade tornou-se mais difícil, dificultando a locomoção de pessoas de outras regiões para a Vila Mariana, então decidi levar os cursos para essas regiões com intuito de atender as demandas dos mercados locais, como Itaquera”, diz o empreendedor.
A estratégia deu certo e fez a marca ver que poderia expandir ainda mais com o modelo de franquia. “Investir no franchising não foi uma ideia tirada do nada. Em 2011, já éramos uma empresa com 42 anos e tínhamos um negócio estruturado que poderíamos replicar e ajudar a população que buscava profissionalização ou geração de renda. Essa sempre foi a nossa missão”, afirma.
No início, a Sigbol trabalhou com um modelo único de franquia, que tinha um investimento de R$ 125 mil e seria aplicado só em grandes centros e capitais. Só que a empresa começou a receber muitas demandas de cidades menores. Era preciso se reinventar novamente. Assim, a franquia apostou no modelo Smart. Com investimento de R$ 85 mil, o franqueado consegue adquirir uma estrutura mais compacta e com menos custos. “Essa estratégia foi um sucesso”, explica Aluízio.
No entanto, esse modelo ainda era restrito a cidades com mais de 150 mil habitantes. Veio assim a ideia de investir em um modelo Basic. O intuito era oferecer uma estrutura adaptada para municípios acima de 50 mil habitantes e, neste caso, o investimento inicial necessário é de R$ 27 mil. Hoje, a empresa tem 27 unidades e está sempre buscando formas de inovar. Uma das mais recentes mudanças promovidas pela rede é a produção de seu novo material didático. A ideia além de atualizar o conteúdo técnico é inserir cores nos materiais didáticos. “A Sigbol busca incessantemente adaptar se às necessidades do mercado que está em constante evolução”, diz.