O avanço de obras ligadas à Copa do Mundo de 2014 e aos Jogos Olímpicos de 2016, aliado ao aumento de renda da população e ao déficit habitacional brasileiro - de 5.808.547, segundo o Sindicato da Indústria da Construção Civil do Estado de São Paulo (Sinduscom), têm gerado um boom na contratação na construção civil. Somente em janeiro deste ano, foram registrados 50.877 novos empregos apenas no Estado de São Paulo. A demanda por profissionais já gera um déficit de 15 mil trabalhadores. Atentos a essa demanda, empresas têm investido no negócio de qualificação profissional.
Esse é o caso do Instituto da Construção. Lançado em fevereiro de 2012, ele abriu sua primeira franquia na segunda-feira, dia 21, e já tem mais 19 unidades contratadas esperando para ser abertas.
Concepção
A ideia para a franquia surgiu no início de 2011. O empresário David Pinto observou uma grande carência no que se refere à formação de profissionais capacitados para trabalhar em sua outra franquia, a Dr. Resolve, especializada em fornecimento de trabalhadores para reparos e pequenas obras domésticas. "Tivemos que cancelar muitas franquias por não termos mão de obra qualificada o suficiente e decidimos montar uma franquia de treinamento nós mesmos", conta David.
"Em 2011, observamos atentamente e avaliamos o mercado. Identificamos uma lacuna grande em todas as construtoras e empreiteiras, além de profissionais que querem se qualificar", explica. Segundo David, o mercado brasileiro da construção é o setor que mais emprega no País - 3 milhões de pessoas, no total. Mesmo assim, ainda forma seus profissionais de maneira empírica, através de experiência prática e, muitas vezes, por meio de laços familiares.
Lançamento
Em dezembro, foi lançada a primeira unidade do Instituto, que é controlado pela holding de David - a Resolve Franchising. Depois de cinco meses, já conta com 550 alunos. Por ser a única franquia atuando nesse ramo, David acredita que o Instituto da Construção crescerá em ritmo acelerado. "Esperamos chegar rapidamente a 120 franquias", diz.
Além de profissionais buscando se especializar, a empresa também é procurada por construtoras e também por pessoas em busca de informações para construir suas casas, já que 77% da construção brasileira é autogestionada. "Temos médicos e advogados que procuraram o curso", conta David.
Os cursos, com duração de 8 a 15 meses, têm carga horária de quatro horas semanais e são voltados para pedreiro, assentador, pedreiro azulejista, pintor de obras, instalador hidráulico, gesseiro, eletricista e mestre de obras. A média de preço gira em torno de R$ 149,90 mensais.
"Todos têm módulos fundamentais, como organização financeira, meio ambiente, primeiros socorros e normas de segurança no trabalho", conta David.
O primeiro franqueado a abrir uma loja, o administrador de empresas Carlos Eduardo Martins, de Porto Alegre, conta que percebeu a carência do setor enquanto construía a própria casa. "Conversando com outras pessoas que faziam suas obras, vi que todos apontavam para a mesma coisa: a enorme falta de profissionalização."
A franqueadora fornece treinamento de uma semana ao franqueado, além de suporte de campo. "Algo muito positivo é que eles não pouparam dinheiro em enviar consultores para Porto Alegre", conta David. A franquia também oferece apoio jurídico e de marketing.
Segundo David, apenas afixando a placa do Instituto em sua unidade e convidando pessoas para o lançamento já foi possível fechar sua primeira turma. "Tenho a expectativa de matricular 1 mil alunos nos próximos seis meses", diz.