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Franquias de baixo custo surgem como investimento

Franquias de baixo custo surgem como investimento
Sua Franquia Publicado em 11 de Julho de 2011 às, 17h40. Atualizado em 11 de Julho de 2023 às, 02h59.

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Faz um ano e meio que Maria Aparecida de Castro Avelino deixou a carreira de gestora financeira em shopping centers para se dedicar à profissão que nunca exerceu, de pedagoga. Depois de muita pesquisa, ela resolveu investir R$ 8.000 para abrir franquia do método de ensino Kumon. A meta era um negócio de baixo custo com retorno rápido.
 
Em apenas oito meses a empreendedora recuperou o valor aplicado e já prepara a expansão da empresa com a locação de uma segunda sala. Maria Aparecida avalia que a troca valeu a pena. "Ganho menos do que antes, mas tenho mais tempo livre e emprego horas de trabalho na minha própria empresa", destaca.
 
Os negócios com baixo investimento são os que mais crescem no setor de franchising. As chamadas microfranquias requerem investimento a partir de R$ 4.000 até R$ 50 mil. Esse é o segmento que mais cresce, tanto que responderá por R$ 21,85 bilhões do faturamento de R$ 87,40 bilhões do setor previsto para este ano.
 
A microfranquia da pedagoga Maria acompanha esse ritmo. Atualmente são 83 alunos matriculados e, a perspectiva, é chegar a 100 até o fim do ano. A rentabilidade do negócio é alta, tanto que da receita de R$ 10 mil, metade corresponde ao lucro. Para a expansão, sua equipe de funcionárias será dobrada para seis pessoas.
 
Segundo o sócio-diretor do Grupo Zaiom, Marco Imperador, as microfranquias têm rentabilidade superior às convencionais. "Enquanto a taxa média nas grandes marcas é de 5%, nos negócios menores é, no mínimo, de 30%. Isso porque as franquias de serviço praticamente não têm custos fixos, o contrário do que acontece com uma loja, que necessita de estoque."
 
Imperador relata que em apenas dois anos as microfranquias somam 2.500 das 86.365 unidades em funcionamento em 2010. O segmento contabiliza 65 franqueadores em atuação. Somente a franqueadora Zaiom possui sete marcas no mercado, que totalizam 478 unidades. O executivo pontua que apenas 22 estão presentes no Grande ABC, que tem potencial para 150 pontos.
 
O baixo valor de investimento nessas franquias, caso da marca recém-lançada Test Trainer Franchise, que custa R$ 4.000, atrai público da classe C interessado em abrir o próprio negócio. Como apenas 2% dos brasileiros praticam atividade física nas academias, a microfranqueadora quer crescer entre os professores de educação física.
 
Serviços e alimentação são áreas que mais crescem
As áreas de prestação de serviços, alimentação (quiosques), cursos e técnicas de treinamento e jardinagem despontam como opções viáveis aos bolsos mais curtos. Esses modelos são mais baratos, pois, em geral, não é preciso estoque de produtos ou ponto de venda, que tornam a operação mais onerosa.
 
Estão em ritmo forte de crescimento marcas voltadas para pequenos serviços domésticos e reparos, como Doutor Resolve, Doutor Faz Tudo e Dr. Jardim. O interesse pela área de reformas levou o empresário Flávio Costa a abrir uma microfranquia da Doutor Resolve com a esposa Moncerrat em São Bernardo. Eles investiram cerca de R$ 40 mil há um mês.
 
"Por enquanto realizei apenas três serviços, mas investi em divulgação e estou com orçamento para serviços em shoppings e até construção e acabamento de uma casa", diz Costa. O investidor alerta que é preciso ter pé no chão e trabalhar bastante, pois os resultados não vêm facilmente como algumas marcas prometem.
 
A tendência é que o volume de marcas aumente com as franqueadoras apostando em novos negócios. O Grupo Multi, maior empresa do setor no País, dono da Wizard, Yázigi, Microlins e S.O.S, lançou neste mês a Smartz, voltada ao ensino de Português e Matemática como complemento escolar. Segundo o diretor da empresa, Carlos Henrique de Freitas Ziogiotti, com R$ 15 mil é possível abrir uma unidade da Smartz. "Se bem administrada a rentabilidade chega a 40%, enquanto na Wizard por exemplo, a média é de no máximo 30%."
 
Modelo requer dedicação maior do franqueado
Economia com custos fixos e capital de giro menor podem ser os principais atrativos das microfranquias, mas o investidor precisa estar atento, pois esse modelo de negócio requer dedicação em tempo integral. O ideal não é encará-lo apenas como um trabalho extra. "Tem que estar disposto a colocar a mão na massa. Não é uma empresa do gênero em que o dono fica sentado atrás da mesa administrando-o. Se o franqueado não sair de casa ou do escritório dificilmente conseguirá clientes", ressalta o sócio-diretor do Grupo Zaiom, Marco Imperador.
 
Algumas das marcas da companhia, Tutores (reforço escolar), Home Angels (cuidadores de idosos), Home Depil (fotodepilação em domicílio) têm investimento médio de R$ 20 mil.
Para muitos, o negócio passar a ser fonte única de renda familiar. A consultora Claudia Bittencourt afirma que a microfranquia é uma tendência muito forte de negócio, principalmente porque o brasileiro é um povo empreendedor. Ela lembra que é importante se identificar com a área do negócio escolhido e, se tiver algum conhecimento, é ainda melhor. "Se for cuidar de idoso é preciso ser paciente", exemplifica Claudia.
 
VANTAGEM - Para as pessoas que sonham em ter sua própria empresa e não dispõem de grande capital, a microfranquia é considerada um bom investimento, pois é possível ter um negócio estruturado, usando uma marca conhecida, além de ter suporte da franqueadora. Desta forma, as chances de crescer são maiores do que empreender sozinho.

Fonte: Diário do Grande ABC

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