Escolas de idiomas aproveitam Copa para crescer
Até 2014, milhares de brasileiros terão de ser capazes de dialogar em inglês
Sua Franquia
Publicado em 28 de Abril de 2010 às, 15h05. Atualizado em 11 de Julho de 2023 às, 02h59.
Até 2014, milhares de brasileiros, entre motoristas, recepcionistas e comerciantes, terão de ser capazes de travar um pequeno diálogo em inglês para se comunicar com os turistas que vierem ao País assistir à Copa do Mundo, sob pena de perderem oportunidades de emprego e dinheiro. Com todo esse potencial, as escolas de idioma voltaram a ser alvo de quem quer investir e empreender.
As redes de ensino, principalmente as de inglês, tiveram de frear o crescimento durante a crise, como em tantos outros segmentos, e voltaram a tirar seus planos de expansão da gaveta à medida que os eventos esportivos se aproximam.
Em Salvador, o empresário Carlos Bezerra, de 34 anos, já assinou contrato para abrir até o fim do ano mais duas escolas de inglês – uma delas ficará estrategicamente localizada num bairro tradicionalmente hoteleiro, para atrair os funcionários desses estabelecimentos. Administrador de um colégio particular na capital baiana, Bezerra entrou no mercado de franquias, adotando a estrutura e a marca da rede CNA. "Comecei com uma escola para atender os alunos, mas a demanda foi além do esperado", disse. "Tive de criar uma turma que inicia às 6h30 para pessoas que trabalham com turismo e já pensam na Copa."
As duas escolas de Carlos estão entre os 50 contratos que a rede CNA firmou entre janeiro e março deste ano. Isso significa que metade da meta para 2010, de 100 unidades, foi cumprida em três meses. Em 2008, foram 45. "Estamos diante de um cenário de expansão bem interessante", disse Leonardo Cirino, diretor da rede, que tem 586 unidades no Brasil. "Vamos passar por um processo de internacionalização do País e pessoas que não tinham necessidade de aprender inglês terão de se capacitar."
Já com os olhos na Copa do Mundo, a rede de franquias vem investindo pesado desde o ano passado no patrocínio do Campeonato Brasileiro. A ideia é que, desde já, as pessoas associem a escola a futebol e lembrem dela quando tiverem de se preparar para a Copa. Este ano, a empresa começou a oferecer cursos gratuitos, tipo degustação, para quem vai viajar para a África do Sul, reproduzindo possíveis diálogos em estádios de futebol, por exemplo.
‘Salva-vidas’
Para o evento de 2014, os cursos são preparados com o objetivo de atender os apressadinhos. O pacote, voltado para taxistas, guias turísticos e recepcionistas de hotel, dura seis meses. E já tem nome: "Salva-vidas". "Como a rotatividade nesses setores é grande, esperamos demanda para esses cursos a partir de 2012." O foco de expansão da CNA está nas cidades-sede do Nordeste (Salvador, Recife e Natal), além de Norte e Sul do País. A pesquisa de mercado mostrou que, nos municípios que vão receber os jogos da Copa, o potencial de expansão é 30% maior que em outra cidade.
Na Seven Idiomas, o investimento para a Copa está voltado para os atendimentos "in company", com professores que vão às empresas para atender os funcionários de forma personalizada. "Sabemos que existe essa necessidade. Já fomos procurados, mas ainda estamos fechando contratos", disse Cláudia Shimizu, responsável pelos cursos corporativos na rede.
Novata no ramo, a rede de franquias UNS Idiomas espera dobrar o número de unidades em 2010, impulsionada pelo interesse de empresários em investir nas escolas de idioma. A primeira unidade foi aberta em 2003 e, atualmente, a rede conta com 33 escolas. No primeiro trimestre, metade da meta do ano também já foi cumprida, como aconteceu na CNA. O foco da UNS, que tem o apresentador Rodrigo Faro como garoto-propaganda, são os contratos com as prefeituras.
O gerente de expansão, Carlos Coelho, disse que algumas administrações municipais já estão fechando negócio com a intenção de capacitar funcionários para a Copa do Mundo, mas não quis revelar quais são.
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