As redes de franquias de idiomas enxergam que este ano é um bom momento para expandir e adquirir pequenas redes. Somente o CNA quer inaugurar 100 unidades dentro de escolas particulares, nos próximos anos, principalmente no Nordeste, Mato Grosso e Norte do Brasil. A holding de ensino de idiomas Wizard Franchising (com as marcas Yeski, Alps, Planet, Skill e Worktec) enxerga bom momento para fazer aquisições. A rede Fisk abrirá cursos de informática para engordar a receita e quer acrescentar 50 novas unidades.
Segundo Carlos Wizard Martins, presidente da Wizard, a holding chegou no momento crucial, no qual ou ela é vendida ou começa comprar redes menores. "Não estamos à venda e estamos comprando. No início do ano devemos comprar duas redes de médio porte. Hoje são 1,5 mil franquias e devemos chegar a 2 mil. Não conheço nenhuma rede mundial com 500 mil alunos, 20 mil empregos e faturamento de grupo de R$ 1 bilhão." Ele justifica o momento para fusões argumentando que são pouco mais de mil redes de escolas de idiomas, porém, "quem possuí mais de 100 unidades são apenas 10 ou 15 redes, assim, bandeiras pequenas devem ser adquiridas."
Wizard destaca a estrutura como ponto-chave frente às redes menores. "A Wizard possuí canal de TV próprio, treinamento e fundo de publicidade de R$ 10 milhões, além de grandes eventos e patrocínio de atletas."
De acordo com o presidente da holding, para reforçar o caixa, a empresa desenvolve 200 títulos de produtos. "Várias redes de escolas adotam o material no currículo. Isso represente 10% do faturamento."
Para chamar novos franqueadores a rede aposta na diversidade e também na crise. "O candidato para abrir uma franquia é aquela pessoa que sairá do emprego e tem uma reserva. Temos várias marcas e o investimento variam de R$ 5 mil, no caso de home bussines, focado em Português e Matemática, até o projeto Chave na Mão, no qual o empreendedor de qualquer lugar do Brasil nos chama e preparamos desde a compra à reforma. Literalmente ele pega as chaves para abrir. O custo é alto? Depois de 30 dias ele tem 100 alunos, no mínimo, e gastou entre R$ 200 mil e R$ 300 mil", declarou.
Segundo o presidente a holding, a expansão deve acontecer em cidades com mais de 50 mil habitantes. "Nas capitais, estamos presentes. Temos um modelo mais enxuto para cidades de pequeno e médio porte. Além do mais, as outras bandeiras do grupo devem avançar."
CNA
Também pensando em expandir seus negócios, mas sem falar em incorporação, o CNA, que apresenta 480 escolas e 20 mil alunos, aposta em um modelo de franquia que funciona dentro das escolas de ensino médio e fundamental. Em 2008 a rede inaugurou 60 franquias. "A meta é chegar a 100 novas franquias este ano, seja em escolas de rua ou dentro de outras escolas", destacou Eduardo Murin, diretor de Operações e Expansão do CNA.
Segundo ele o modelo de abertura dentro de uma escola é mais econômico que abrir uma franquia convencional, por volta de R$ 60 mil em investimento. O modelo já incluí capital de giro. "É uma forma do franqueado aproveitar a estrutura de uma escola, seja ela de ensino médio ou faculdades", argumenta.
Murin também afirma que o grande diferencial do projeto franquia-escola é que a unidade na escola propicia maior fidelização de alunos que, consequentemente, garantem o aperfeiçoamento do idioma, inglês ou espanhol, dentro da própria instituição. "Este modelo de negócio é inovador e flexível, uma vez que pode funcionar como um embrião de uma futura escola de maior porte, instalada fora do colégio que adotar a franquia-escola", explica o diretor.
De acordo com Murin o foco da expansão da rede é sair do eixo São Paulo-Rio, onde já estão presentes. "Vamos buscar as capitais nordestinas, onde há um destaque de turistas, principalmente em Salvador, Aracajú, para termos expressão para migrarmos nas cidades interioranas. O Centro-Oeste, Norte e o Sul são mercados que devamos chegar. De modo geral, temos 430 cidades mapeadas que queremos chegar, em todo Brasil". No caso do Sudeste, o diretor diz que os esforços se concentrarão no Estado de Minas Gerais.
Fisk
Outra gigante do mercado, a Fisk idiomas, que chegou em 2008 a sua milésima franquia e totaliza 500 mil alunos. A pretensão é crescer 10% em número de alunos e acrescentar 50 novas unidades entre Brasil e nos outros cinco países na qual a marca esta presente. A idéia da rede é ter uma injeção na receita de R$ 5 milhões com novos cursos.
Christian Ambros, executivo de Marketing da Fisk, explica que o crescimento deva ser mais focado no modo orgânico e não em aquisições. "Como fundação não visamos comprar outras redes, figuramos em segundo lugar e isto já é excelente. Vamos buscar abrir mais unidades no eixo São Paulo-Rio e sul do País, em especial no Paraná e em Minas Gerais."
Outra arma para vencer a concorrência é a abertura de cursos de informática e português. O executivo salienta que a mensalidade média gira na casa de R$ 100. "Esperamos injetar 20% dos alunos da rede - 100 mil - nos novos cursos. Com esta medida teremos significativo aumento do tíquete médio, cerca de R$ 50 por aluno".
A estratégia da rede vai além, pois reforçará a marca Fisk. "O diferencial do nosso produto é que não vamos criar uma nova bandeira de ensino de informática e Português, mas usar os espaços".
Para Ambros, o nicho específico é focar as classes B e C principalmente Nordeste. "O setor de hotelaria e turismo é muito forte nesta região e torna-se necessário o segundo, ou o terceiro idioma. Nos 50 anos de nossa história já formamos 12 milhões de alunos".