Treinamentos são uma ferramenta poderosa para aprimorar e assegurar o padrão de uma rede de franquias. E num país continental como o Brasil, muitas vezes o treinamento on-line traz ganhos significativos – como economia de tempo e dinheiro necessário para deslocamentos.
No entanto, é algo que precisa ser levado muito a sério pelos franqueados e pela franqueadora – sendo importante que seja adotado um controle rígido sobre quem efetivamente participa dos treinamentos on-line. Há casos em que o franqueado escala alguém da sua unidade para participar em seu lugar. Mas em razão da alta rotatividade de funcionários em redes de alimentação, por exemplo, o treinamento não é assimilado devidamente e nem é repassado como deveria à equipe, que muda constantemente.
O franqueado deve estar nos treinamentos junto com a sua equipe, sendo sempre fundamental a presente do sócio operador, afinal, ele será sempre o multiplicador para a sua equipe. É figura essencial para a familiarização de todos da unidade com todo o sistema da franqueadora.
Quando um franqueado não participa de treinamentos, não cumprindo regras e procedimentos padrão da rede, ele pode deixar sua clientela insatisfeita e, consequentemente, afetar a reputação da marca. E a Franqueadora deve estar atenta a estas questões: havendo um grande número de reclamações de uma franquia, por exemplo, deve checar se o franqueados tem comparecido aos treinamentos e, se houver uma comunicação constante sobre faltas ou pouca assiduidade, notificar, advertir e abordar este franqueado sempre.
As franqueadoras precisam adotar alguns critérios quando definir seus treinamentos, ou seja, avaliar quais deles podem ser on-line e quais, precisariam acontecer presencialmente. Ainda que existam ferramentas muito eficazes para o suporte ao franqueado, há casos em que a presença física da franqueadora ou de terceiros contratados pode ser importante.
Os contratos normalmente preveem de forma expressa se estes treinamentos serão remotos, presenciais e quem arca com os custos para o deslocamento daquele que confere o treinamento presencial - o que normalmente fica a cargo do franqueado, com exceção do treinamento inicial que normalmente está na taxa de franquia. Tudo isso varia de rede para rede e precisa, sempre, estar muito claro e bem comunicado aos franqueados.
*PorCaio Simon Rosa, Guru da Plataforma Sua Franquia e especialista em Direito Empresarial, Contratos, Civil e Família e Sucessões é formado em Direito pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP) e pós-graduado pela Fundação Getúlio Vargas (Direito Empresarial – Contratos). É sócio do NB Advogados, escritório especializado na área de franquias (empresarial), que atende principalmente empresas franqueadoras.