Ela já vendeu remédio, liquidificador, cigarro, comercializa cosméticos, e quer transformar a sua marca em uma nova Natura. A julgar pela trajetória de Amalia Sina, é bom não duvidar, pois ela foi responsável pelo ressurgimento da Walita na década de 1990 e por comandar multinacionais como Philips e Philip Morris do Brasil. Agora, à frente de sua própria empresa, desenvolve marcas e produtos orientados, do início ao fim, pelo marketing.
Planejada em 2006 e lançada em 2007, a Sina Cosméticos nasceu com pensamento grande. A linha Amazonutry, focada no segmento premium, entrou no mercado pelo exterior com 15 produtos. Mais precisamente na Itália, durante a Cosmoprof, maior feira de cosméticos do mundo. A meta era exportar e só entrar no Brasil um ou dois anos depois, mas a crise econômica mundial obrigou a empresa a vender no país antes do planejado e, hoje, conta com 105 produtos presentes em 300 pontos-de-venda estratégicos dentro das redes Onofre, Drogaria São Paulo, Farmais, Drogasil, Pão de Açúcar, Walmart, além de Empório São Paulo e Empório Santa Luzia.
Mas logo logo a família vai crescer. No primeiro ano, a Sina produzia em uma fábrica terceirizada. Hoje são quatro que não dão conta do volume. Nem os fornecedores de matéria-prima e embalagens conseguem atender à crescente produção da empresa, em parte pela escassez de bons parceiros, mas também porque as grandes empresas compram quase toda a produção. "Venderia 100% a mais se não tivesse esses problemas. Achei que desenvolver o produto e achar o consumidor fossem um problema, mas o que sinto é esse gargalo no fornecimento de insumos e produção", afirma Amalia Sina, em entrevista ao Mundo do Marketing.
Potencial é grande, mas há gargalos
"Quando comecei tinha apenas uma fábrica produzindo. O primeiro ano foi difícil porque não tinha volume suficiente para ter preço bom. No segundo ano já tinha produto, mas pouco cliente. No terceiro ano tinha produto e cliente. Agora no quarto ano tenho bastante produto e bastante cliente, mas as quatro fábricas não conseguem me atender", explica. Para resolver a questão, a empresária pensa em mudar o modelo, centralizando a produção e garantindo mais atenção de seus parceiros.