Os números da Casa do Construtor, uma rede de franquias criada 14 anos atrás em Rio Claro, no interior de São Paulo, não chegam a ser impressionantes: são 22 funcionários, 63 unidades em oito Estados, com previsão de faturamento de R$ 45 milhões. Mas a visão dos sócios tem surpreendido especialistas em franchising e consultores de pequenas e médias empresas. "Eles são pequenos, mas pensam como os grandes", diz o consultor Adir Ribeiro. No início do mês, a rede foi premiada pela Associação Brasileira de Franchising (ABF) como a segunda melhor franquia do País.
O mais recente mecanismo adotado pela rede foi a criação de um conselho de administração formado por executivos de mercado e consultores - requisito obrigatório para empresas de capital aberto, embora estar na Bolsa não seja um objetivo da franquia paulista especializada no aluguel de máquinas e equipamentos de construção civil.
"Percebemos que, à medida que as empresas começavam a crescer, passavam a usar instrumentos de governança mais profissionais e transparentes", diz o sócio Altino Cristofoletti. "Queremos uma estrutura de longevidade, que não termine na terceira geração, e nos coloque futuramente entre as centenárias."
Os conselheiros já se reuniram três vezes para avaliar gargalos e apontar caminhos a serem seguidos nos próximos cinco anos. Um dos temas em discussão é a expansão do número de unidades: a meta é chegar a 100 lojas e atingir o maior faturamento entre as locadoras de equipamentos para construção civil.
Copiando estratégias. A Casa do Construtor se espelha em iniciativas de grandes companhias. Pelo menos uma vez por ano, Cristofoletti e o sócio Expedito Arena visitam empresas maiores para conhecer suas estratégias e, quem sabe, até copiá-las. Da Localiza, maior rede de franquias de aluguel de carros da América Latina, veio um sistema de reservas antecipadas de locação. Inspirados no Boticário, desenvolveram um call center para investidores. As visitas à Bit Company renderam a criação de comitê de franqueados.
A empresa já conta com cinco grupos que discutem inovações em produtos, responsabilidade social e novidades em tecnologia. A Casa do Construtor tem também uma universidade corporativa (inspirada no sistema de capacitação do Bradesco).
A rede tem concorrentes fortes, principalmente em Minas Gerais, mas é a única no Brasil que adota o franchising. Os dois empresários montaram a primeira loja com um investimento de R$ 8 mil, que garantiu a compra de duas betoneiras, andaimes e peças elétricas.
Hoje, cerca de 20 investidores estão na fila de espera para montar uma franquia da Casa do Construtor. O investimento inicial é de R$ 500 mil, com prazo de retorno entre 24 e 36 meses. Cerca de 80% do total é aplicado na compra de máquinas. Os equipamentos são alugados por dia.
Fonte: O Estado de S.Paulo
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