A vida do empresário Claudinei dos Anjos é um agito só: ele administra pessoalmente as três fábricas da
Anjos Colchões, que fundou em 1990. As indústrias, localizadas em São Paulo, Paraná e na Bahia, são equipadas com maquinário de última geração e produzem colchões dos mais variados tipos e modelos, que são distribuídos por todo o Brasil pela frota própria de mais de 100 caminhões.
Com 300 funcionários, o empresário tem bastante ajuda, mas faz questão de saber de tudo o que acontece em sua marca. “A Anjos foi construída passo a passo, com muito sacrifício e trabalho árduo”, lembra.
Claudinei dos Anjos começou a trabalhar com 17 anos como office boy. No ano seguinte, serviu o exército e, logo depois, casou-se com sua esposa, Nereide Palaoro dos Anjos. O ano era 1988. Com 19 anos, foi eleito vereador de sua cidade, Capitão Leônidas Marques, no Paraná. Durante seu mandato, assistiu a uma palestra na qual o palestrante falava da responsabilidade dos vereadores em ajudar no desenvolvimento de suas cidades. Foi então que Claudinei teve a ideia de abrir uma indústria. O sogro tinha uma loja de móveis e Claudinei resolveu montar uma fábrica de sofás.
Para conseguir capital, vendeu uma Belina e um Chevette e, a partir disso, iniciou a produção de estofados. “Mas eu não conhecia o mercado, então era difícil ter para quem vender. Os cinco primeiros estofados foram vendidos em troca de cabeças de gado tucura (de raça indefinida), que quase não tinham valor algum”, relembra. Logo depois, conseguiu trocar as cabeças de gado por um fusca amarelo, que foi seu automóvel por dois anos, enquanto o negócio de estofados não se estabilizava. “Todos os dias tinha um pneu murcho ou careca. Até que fiz um financiamento para comprar pneus novos!”, diz.
Com a melhora dos negócios, o empresário investiu na compra de maquinário para produzir a espuma dos estofados. “Foi aí que veio a ideia de produzir espuma também para colchões”, diz.
Fundou a
Anjos Colchões – empresa que faz parte do Grupo Anjos do Brasil, produz colchões de alta qualidade e os distribui para os maiores varejistas do Brasil. Em 2010, o empresário viu a oportunidade de ter lojas próprias (são 5) e franquias (já são 26).
Claudinei diz que as dificuldades iniciais foram fundamentais para que ele aprendesse a dar valor a qualquer quantidade de dinheiro. “Inclusive ao dinheiro que o franqueado investe nas lojas Anjos Colchões”. Por isso, ele acredita ser fundamental tratar tanto funcionários quanto franqueados com respeito, transparência e sinceridade. Foi assim que superou um incêndio na fábrica, em 1998, sem atrasar nenhum salário da folha de pagamento.
Hoje em dia, as dificuldades são uma memória distante. Trabalhando cerca de 10 horas por dia, Claudinei está cercado também por sua família: irmãos, a esposa e o filho mais velho também trabalham na Anjos Colchões. “Todo nosso trabalho é feito em equipe, com transparência e respeito. Porque ninguém trabalha só movido pelo dinheiro; é preciso ser feliz”, acredita. Nas horas vagas, ele joga futebol com os amigos, gosta de viajar e de conhecer vinhos.
E, para que o negócio continue crescendo de forma sustentável, Claudinei orienta o filho, Leonardo, de 21 anos, a estudar e especializar-se no negócio. “Ele está terminando a faculdade de Administração de Empresas”, orgulha-se. Além de Leonardo, ele tem uma filha – já falecida – e um filho de dois anos, chamado Francisco.
O empresário sabe que não é possível estagnar. Por isso, a Anjos Colchões investe constantemente em tecnologia e maquinário próprio, para produzir colchões de um padrão de qualidade cada vez mais alto. “Vendemos para grandes magazines, como Casas Bahia, Marabrás e Magazine Luiza”, informa. Além disso, Claudinei mira o futuro. “Nosso plano é ter 200 lojas até 2016 e chegar a um patamar de 60% das vendas da fábrica para os franqueados. Uma franquia de indústria só se torna forte se tiver uma rede de lojas próprias para escoar sua produção”, esclarece. Por essa razão, uma franquia Anjos Colchões vende modelos exclusivos, oferecendo um importante diferencial para os clientes. “É preciso estar sempre ate nto a tudo e se adaptar ao mercado: analisar o próprio produto e o produto dos concorrentes é fundamental”, analisa o empresário.