As dez lojas próprias no Rio de Janeiro fizeram a Jelly, revendedora da linha Melissa, adotar um modelo de negócios diferenciado.
A empresa está autorizada a abrir franquias Jelly que contam com os produtos da grife da Grendene e acessórios, como bolsas e chaveiros, de marca própria.
Responsável no Rio de Janeiro pela comercialização da Melissa no atacado, o empresário Ronaldo Viana viu a possibilidade de faturar alto com os sapatos de plástico com cheiro de goma de mascar. Assim surgiu o modelo das lojas que funciona como uma franquia Melissa. Usualmente, os fabricantes são os franqueadores das marcas.
"Nós já trabalhávamos no Rio só com os calçados da Melissa em uma multimarca. Tínhamos também roupas e acessórios de outras empresas." afirma Viana.
Depois de alguns anos no mercado, surgiu o novo modelo. O projeto foi apresentado aos responsáveis pela Melissa, e depois de alguns ajustes veio a parceria.
"Temos um contrato que nos permite, com exclusividade, franquear a Jelly, desde que a gente não prejudique nenhuma multimarca para a qual a Melissa já venda", informa o empresário.
"O nosso foco não é loja própria, temos alguns pontos de venda estratégicos como é o caso da Galeria Melissa, na rua Oscar Freire, em São Paulo", afirma Daiana Zanotto, supervisora de vendas da Melissa.
Trata-se mais de uma loja conceito mantida pela Grendene, informa. A executiva confirma que, com o modelo pronto, o projeto da Jelly sofreu alguns ajustes e foi aceito pela fabricante.
A Jelly não paga royalties para a Melissa, mas só pode abrir um novo franqueado com o aval da empresa gaúcha.
"Isso garante que a gende não atrapalhe nenhum revendedor antigo da marca, e assim podemos expandir com mais segurança", afirma o empresário carioca.
Venda mínima
Para ter lucro, Viana admite que o faturamento mínimo para compensar o negócio é de R$ 100 mil por mês, já que os custos com aluguel e royalties não são baixos.
O franqueado tem de pagar à Jelly 5% sobre as vendas pelos direitos da marca e mais 2% de fundo de publicidade. Além desses valores, é cobrada a quantia de R$ 35 mil como taxa de franquia, na abertura.
As lojas próprias da marca são apenas no Rio de Janeiro, mas além das cidades fluminenses, a empresa já conta com outras 13 franquias pelo Brasil. Isso tudo em apenas dois anos de criação da Jelly.
Só as lojas próprias rendem em média R$ 12 milhões anuais para Viana. Se a esse número for acrescentado o total arrecadado com os royalties, o faturamento médio sobe para mais de R$ 13 milhões.
Expansão
Com todo esse lucro, os projetos para 2010 já foram traçados e o empresário promete mais 10 novas franquias até o fim do ano.
Os contratos são para Belo Horizonte, Florianópolis, Curitiba, São Luís do Maranhão e Porto Alegre.
Se a Grendene não pensa tão cedo em abrir a sua própria rede de franquias, o empresário carioca aproveita o momento e traça sua estratégia.
"Não temos um contrato assinado por tempo determinado, enquanto o negócio for bom para as duas partes continuaremos com ele", afirma.
Fonte: Brasil Econômico