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Alterando planos, Arezzo muda tática e prioriza o mercado interno

A rede conta com 232 franquias, seis lojas próprias e mais de 1,5 mil loja

Alterando planos, Arezzo muda tática e prioriza o mercado interno
Sua Franquia Publicado em 31 de Julho de 2009 às, 14h33. Atualizado em 11 de Julho de 2023 às, 02h59.

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Apesar do cenário ainda incerto nas exportações, que representam parte importante do faturamento do setor calçadista, grandes redes de vestuário, como a Arezzo, que alcançou faturamento de R$ 485 milhões em 2008, alteram planos e voltam o foco da venda de calçados para o mercado interno. A empresa tinha um audacioso plano de abrir 300 lojas na China, até 2016, e possibilidade de faturar US$ 150 milhões com aquele mercado, mas mudou sua estratégia - por três meses -, ao ver que o mercado brasileiro sinalizava melhor opção de negócio.

A Arezzo vai abrir 16 lojas no País este ano, ante as 10 do ano passado. A perspectiva é para lá de otimista, já que a empresa prevê fechar 2009 com uma receita de R$ 550 milhões e crescimento de 16% a 18% no segundo semestre, por conta de uma estratégia que visou a redução de custos, nova coleção com um preço melhor devido à fortes negociações com os fornecedores, além de expansão de lojas por meio de abertura de novas franquias. De acordo com Alexandre Birman, vice-presidente da Arezzo - e filho do fundador Anderson Birman -, a marca optou por focar seus investimentos no mercado interno, onde só no primeiro semestre, mesmo com a crise, cresceram 12% frente ao mesmo período de 2008. "Não navegamos ilesos as questões macroeconômicas, mas temos estabilidade e tomamos várias medidas em relação ao mix de produtos e adequação da estocagem", afirmou o herdeiro de uma das maiores calçadistas do Brasil, que vende 230 mil pares por mês.

Birman explica que as coleções ficaram mais focadas e leves, com adequação de preços nos produtos de maior saída. "O mix diminuiu para termos um preço melhor. Um produto que muitas mulheres procuram no inverno, como uma bota preta, que podia ser encontrada a R$ 349 na última coleção, está R$ 290. Negociamos e fizemos estoque de couro para isso." Outra atitude tomada foi trabalhar com uma cobertura no estoque das lojas de 2 pares para 1 exposto, sendo que em períodos mais otimistas, trabalham com 3 pares para 1.

O Grupo Arezzo, que hoje conta com 232 franquias, seis lojas próprias e vendas em mais de 1,5 mil lojas multimarcas, acelerou seu crescimento principalmente depois que fechou parceria com o Tarpon Investment Group, que com seu fundo Tarpon All Equities tem participação acionária de 25% no negócio.

A companhia também optou por uma parceria com o Primes Success, com mais de 3 mil lojas na China para chegar àquele mercado, onde a previsão era ter um tamanho semelhante ao da marca no Brasil, mas com um posicionamento diferente e itens premium. Os sapatos teriam preço médio de US$ 250, precificação que deve ser alterada para em torno de US$ 150 após a experiência com 6 lojas abertas na China.

O vice-presidente da Arezzo diz que a meta anterior, de explorar com força o mercado chinês, não foi descartada, mas está sendo melhor estudada e só em outubro o grupo deverá voltar a tomar decisões. "Já temos lojas em outros países, como na Venezuela, Paraguai e Portugal e toda a semana recebemos convites para abrir unidades no mundo todo, mas estamos indo com calma e decidimos aguardar porque ainda não temos um grande conhecimento do mercado chinês. Agora a prioridade é o mercado interno", disse. Alexandre ainda criou outras duas marcas autônomas: uma que leva seu próprio nome e a Schutz, que atinge um público de maior poder aquisitivo, mas em 2007 passou a fazer parte do grupo.

Redes menores, como a Oscar Calçados, com 39 lojas no interior de São Paulo, também apontam alta do consumo. A rede estava com previsão de crescimento nulo este ano, mas após o Dia das Mães o panorama mudou e já espera alta. "A previsão era só reformar lojas e não aumentar, mas vamos rever os planos", revelou o diretor José Oscar Constantino.

Setor

A Associação Brasileira de Lojistas de Artefatos e Calçados (Ablac) diz que o segmento possui cerca de 42 mil pontos-de-venda, e o primeiro semestre já registrou 5% de crescimento frente a igual período de 2008. À próxima metade do ano é esperado 8% de alta. Porém, apesar do mercado interno estar retomando o crescimento, as exportações fecharam em queda no primeiro semestre. A Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) diz que a balança comercial do setor foi negativa, com queda de 28,5%.
 

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