Todo o ano a GALUNION, consultoria especializada no setor de foodservice, elabora a Mandala Galunion de Food&Tech Trends, que é resultado de uma pesquisa extensa que incluiu mais de 30 fontes de tendências globais e nacionais, tanto de consumo em geral como focadas no mercado de alimentação, o estudo mapeia os principais temas do segmento alimentício fora do lar com base em três blocos principais, como: modelo de negócios, oferta culinária e experiência e hospitalidade.
Na edição de 2024, entre as tendências relacionados aos modelos de negócios que devem ser priorizadas pelas empresas de foodservice, por exemplo, a consultoria elencou as quatro principais, sendo elas: efetivamente conveniente, a multicanalidade, o local e artesanal, além dos food halls e festivais.
Efetivamente Conveniente
Essa é uma tendência que responde a diversas necessidades dos consumidores – especialmente à demanda por rapidez sem sacrifício da qualidade dos alimentos e da experiência de consumo. Empresas que conseguem oferecer soluções efetivamente convenientes apresentam uma logística adequada à necessidade dos clientes, com variedade de produtos.
“O alinhamento entre rapidez, qualidade e conveniência é uma demanda detectada em nossos estudos. Segundo a pesquisa ‘Alimentação Hoje: a visão do consumidor’, realizada por nós no fim do ano passado, 55% dos consumidores acreditam que buscarão neste ano locais com atendimento muito rápido e conveniente, sem sacrificar a qualidade. Entre os clientes de maior poder aquisitivo, esse índice sobe para 65%. Ou seja, isso é algo que as empresas devem estar atentas para obter bons resultados e atrair clientes”, explica a fundadora e CEO da GALUNION, Simone Galante.
Especialmente em grandes centros urbanos, em que o estilo de vida corrido estimula a adoção de soluções mais rápidas de alimentação, o efetivamente conveniente é uma forma de entregar velocidade sem abrir mão da qualidade.
Multicanalidade
Uma das grandes características do atual cenário de negócios é o empoderamento dos clientes. Nesse processo, as marcas têm percebido que precisam estar onde o consumidor deseja – e não onde elas preferem estar. Neste caso, ativar os clientes é essencial para potencializar o reconhecimento institucional e aumentar as vendas. A multicanalidade, porém, vai além da presença da marca, pois o conceito exige uma comunicação alinhada em todos os meios de contato com os clientes, pois deve ser aliada à oferta de experiências não necessariamente iguais, mas complementares, de acordo com as características de cada canal e aos atributos e valores do negócio.
“O mesmo estudo de consumidores feito no fim de 2023 também mostra que 84% dos consumidores fazem pedidos de delivery ou take away. Assim, é perceptível que a multicanalidade já é um hábito. Então, fica o questionamento sobre o que as marcas que atuam no setor estão fazendo a respeito. Um exemplo de atuação multicanal sólida é a West Town Bakery, em Chicago, nos Estados Unidos. A empresa conta com lojas físicas, delivery, take away, vendas por atacado, catering e encomendas para casamentos. Em todos os casos, a atuação é focada em entregar valor para perfis diferentes de público, com necessidades diversas. Analisando essa questão, vemos que é possível replicar o conceito em inúmeras operações de foodservice no mercado brasileiro, promovendo ações visando os consumidores sem perder de vista os atributos que tornam a marca desejada”, revela a responsável por Inteligência de Mercado e Marketing na GALUNION, Nathália Royo.
Local e Artesanal
A busca por foodservice locais e artesanais está relacionada à valorização das raízes e à procura por opções mais saudáveis, que fazem parte do zeitgeist global atual. O cuidado com o mundo e com as pessoas vem ganhando destaque, principalmente impulsionados pelo período da pandemia. Assim, fatores que englobam os negócios locais tiveram um impulso tanto com relação às empresas artesanais quanto às marcas que compram e/ou incentivam produtores e fornecedores da região e que adotam processos menos industrializados.
Na base desse fenômeno está a percepção de que itens locais e artesanais são mais autênticos, representando uma cultura e um espírito de comunidade. Não é à toa que 61% dos consumidores entrevistados na pesquisa “Alimentação Hoje: a visão do consumidor”, em 2023, pretendem consumir mais de pequenos restaurantes, bares, cafeterias, lanchonetes e similares com culinária artesanal.
Food halls e Festivais
O desenvolvimento de food halls e festivais de alimentação têm relação com as apostas anteriores, mas vai além. Um componente importante dessa tendência é a oportunidade de entrar em contato com novas ideias, sabores e operadores, aproximando as marcas do público e permitindo a experimentação de conceitos, cardápios e modelos de negócios. “Aqui, talvez o exemplo mais bem desenvolvido de food hall no mundo seja o Time Out Market, em Lisboa, Portugal. Com dezenas de operações, algumas de chefs estrelados, o local apresenta menus limitados e oferece a possibilidade de experimentar, a preços mais módicos, ideias e preparações de chefs de restaurantes renomados. Ao mesmo tempo, a inciativa abre espaço para negócios locais e conta com curadoria que garante a qualidade dos produtos e do serviço; tudo isso em um ambiente que oferece tanto conveniência quanto possibilidades de socialização, criando assim argumentos para que os consumidores voltem a visitar o espaço em diversos momentos”, salienta Simone Galante.
Dessa forma, os festivais aliam o conceito do food hall, do local e artesanal e da oferta limitada de produtos para entregar uma experiência gastronômica que só pode ser apreciada por um período limitado, com um nível de experiência diferenciada. Trata-se de um modelo que pode ser adaptado às mais diversas ocasiões de consumo, tipos de eventos, segmentação de público e tipos de cardápio, oferecendo inúmeras possibilidades de expansão.
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Divulgação